Postado por - Heitor Montes

Análise: com prazo no fim, o que a direção precisa avaliar para efetivar Preto Casagrande

A cada partida, Preto Casagrande carrega com ele os olhares julgadores da torcida tricolor, que ainda se acostuma com a ideia de ver ex-jogador à frente do Bahia no Campeonato Brasileiro. Mais importante é a avaliação do departamento de futebol, que mantém sobre ele olhos fixos, afinal o prazo estabelecido e externado por Marcelo Sant’Ana está chegando ao fim. Em entrevista ao programa de rádio veiculado pelo clube, o presidente do clube revelou que a decisão de efetivar ou não Preto seria tomada após quatro ou cinco jogos.

- O prazo, internamente, era de quatro a cinco jogos, para observar o trabalho do Preto com essa comissão. A partida do Vasco vai ser a quarta partida dele. E um prazo que não foi escolhido à toa. O Preto viajou na segunda, para o jogo contra a Chapecoense. Na volta, a gente já teve jogo contra o São Paulo. Então era uma semana que não dava para trabalhar muito, além de ter que recuperar metodologias de trabalho que já tinha algumas situações... Porque o Preto chegou antes de Guto. Foi um trabalho mais corretivo de algumas situações neste período. Na semana passada, foi a primeira que pudemos ver mesmo o trabalho do Preto com a comissão. Essa semana é a segunda. A gente precisava ver um pouco do trabalho dessa comissão. Por isso não contratamos ainda – afirmou o presidente na quarta-feira passada.

O recado havia sido transmitido de forma clara. Preto e seus comandados, que frequentemente têm intercedido a seu favor, sabiam que precisavam vencer o Vasco. Em termos de resultado, o triunfo veio de forma categoria: um 3 a 0 inapelável, com dois gols de Mendoza, destaque absoluto do jogo. Tiago, em um belo golpe de cabeça, abriu a porteira.

Analisando o desempenho da equipe, a discussão precisa ser um tanto mais profunda. A verdade é que o Tricolor, sobretudo na segunda etapa, não fez uma boa partida. A transição ofensiva, problemática desde os tempos de Jorginho, segue mal executada. Se a equipe se propõe a marcar a partir do meio-campo, com um estilo de jogo mais reativo, as transições precisam ser feitas com mais velocidade.

O contra-ataque alucinado puxado por Mendoza precisa acontecer mais vezes durante o jogo.

Assim como o que resultou em outro gol de Mendoza, contra o São Paulo.

Ambos os lances que resultaram em gol, ao contrário do que possa parecer, são momentos isolados nos jogos - nos triunfos contra Vasco e São Paulo, mas também no empate contra a Chapecoense e na goleada sofrida para o Atlético-PR. Esse último, o pior jogo do Bahia sob o comando de Preto.

Claro que há pontos importantes no trabalho do técnico interino. O sistema defensivo funcionou muito bem na maior parte do tempo, especialmente contra o São Paulo, que teve imensa dificuldade para incomodar o goleiro Jean. Diante do Vasco, outro bom desempenho, apesar de um ou outro vacilo, sobretudo na saída de bola. A exceção foi o duelo contra o Atlético-PR, quando a equipe entrou em pane na segunda etapa.

É notória, também, a disposição dos jogadores. Sobre a tão propagada “garra”, não há do que se reclamar. O elenco está fechado com Preto e joga por ele. Pelo clube, claro. Mas, sem dúvida alguma, por ele. A disposição contra São Paulo e Vasco de nada lembram aquela atuação apática no revés para o Sport.

Caso uma decisão não seja tomada essa semana, quando Preto completou quatro rodadas à frente do Bahia, o prazo se encerrará no domingo, quando o Bahia encara o Botafogo, na Arena Fonte Nova. Agora é esperar para ver.

Fonte: Globo Esporte