Bahia não repete no Brasileiro formação campeã da Copa do Nordeste

O time titular do Bahia na final da Copa do Nordeste está na ponta da língua de muitos torcedores: Jean; Eduardo, Tiago, Lucas Fonseca e Armero; Renê Junior, Edson, Régis, Zé Rafael e Allione; Edgar Junio. Durante a reta final do regional, essa foi a “escalação ideal” tricolor. No entanto, as coisas mudaram desde o início do Brasileiro. Reforços, lesões, suspensões e decisões pessoais tomadas pelo técnico Jorginho modificaram bastante a equipe. E a formação campeã não foi repetida em nenhuma das 15 rodadas transcorridas da Série A.

As mudanças variam de setores e razões. Contra o Vasco, por exemplo, o Bahia ainda era comandado por Guto Ferreira, e o treinador decidiu poupar o time justamente para a disputa da final da Copa do Nordeste. Na ocasião, o Tricolor entrou em campo com uma equipe repleta de jogadores considerados reservas. Na última quarta-feira, contra o Atlético-MG, mais uma vez o time que entrou em campo foi bastante diferente daquele que bateu o Sport na Arena Fonte Nova, com apenas cinco remanescentes da grande decisão como titulares.

Time de jogadores que mais atuaram como titulares pelo Bahia na Série A (Foto: GloboEsporte.com)

Uma das mudanças mais evidentes em relação ao time campeão regional ocorreu na lateral esquerda. Armero foi titular absoluto durante praticamente toda a campanha da Copa do Nordeste. Após o título regional, ele viajou para servir à seleção colombiana. Quando retornou ao Tricolor, disputou duas partidas, sofreu uma lesão no púbis e abriu espaço para Matheus Reis, que virou o jogador da posição com maior número de partidas como titular pelo Bahia na Série A.

Ainda no sistema defensivo, trocas foram feitas por necessidade. Por conta de lesões ou suspensões, Jorginho testou Rodrigo Becão e Éder como alternativas ao time titular. O primeiro, promovido no início do ano, falhou em jogos contra Corinthians e Palmeiras, e provocou desconfiança entre torcedores. Éder, que vinha de negociações para renovação de contrato, foi aproveitado no clássico contra o Vitória e voltou a se firmar como reserva imediato no setor. No entanto, Tiago e Lucas Fonseca seguem prestigiados e mantêm no Brasileiro a parceria que ajudou na conquista do Nordestão.

O meio-campo foi a região com maior número de alterações em relação ao time que venceu a Copa do Nordeste. Com Guto Ferreira, a dupla de volantes considerada “ideal” era composta por Renê Junior e Edson. Jorginho não teve a oportunidade de dar sequência aos dois. Edson sofreu uma lesão no joelho e depois foi suspenso pelo STJD por cuspir em Kleber, do Coritiba. Com os problemas do companheiro de elenco, Juninho passou a ser mais utilizado como titular no Campeonato Brasileiro. E a opção rendeu frutos na última rodada, quando o Bahia venceu o Atlético-MG fora de casa por 2 a 0, com dois gols do volante que foi destaque tricolor na última edição da Série B. Matheus Sales é outro que ganhou espaço, com seis partidas como titular no Brasileirão

Allione, referência de técnica no time baiano durante a Copa do Nordeste, virou reserva para Mendoza, atleta de velocidade contrato por empréstimo junto ao Corinthians. Contra o Atlético-MG, o atacante colombiano atuou os 90 minutos, enquanto o argentino ficou no banco de reservas durante toda a partida. Situação parecida ocorreu com Régis. O meia foi artilheiro e principal arma do Bahia no regional, mas se machucou logo nas primeiras rodadas da Série A. O clube foi ao mercado e contratou Vinícius, que foi titular contra o Galo. Régis entrou em campo no segundo tempo da partida.

- São dois jogadores de altíssimo nível técnico que temos na equipe, qualquer um jogador que entrasse nós estaríamos bem servidos. Mas na característica do jogo de hoje, o Vinícius se encaixa mais – explicou Jorginho na última quarta-feira, antes de a bola rolar no estádio Independência.

No ataque, Edigar Junio permaneceu como titular até se machucar. Rodrigão foi contratado para ser a referência no sistema ofensivo, mas também sofreu uma lesão. Atualmente, Jorginho tem como opções para o papel de centroavante os jovens João Paulo, 20 anos, e Júnior Brumado, 18 anos. Nenhum dos dois atuou na final da Copa do Nordeste.

Os remanescentes

Do time da final da Copa do Nordeste, dois jogadores permaneceram como titulares em todas as rodadas do Campeonato Brasileiro. Questionado pela torcida no início da temporada, Jean ganhou experiência e vive ótima fase. O goleiro se tornou peça fundamental para o Tricolor, principalmente nos jogos fora de casa, quando os adversários atacam mais e exigem do prata-da-casa defesas importantes.

O segundo remanescente da equipe que conquistou o regional é o lateral Eduardo. Assim como Jean, ele disputou todos os jogos do Bahia na Série A 2017. São mais de 1300 minutos em campo. É importante, no entanto, destacar a baixa concorrência para a posição. Wellington Silva realizou cirurgia no joelho e realiza tratamento para ficar à disposição de Jorginho, enquanto Régis Souza, contratado em junho, ainda busca espaço como alternativa ao time titular.

Escalações do Bahia na Série A