Postado por - Heitor Montes

Com saída de Guto Ferreira, gestão de Marcelo Sant’Ana busca quinto técnico em três anos

O cargo de treinador está vago no Bahia. E não pela primeira vez nos últimos anos. Desde o início da gestão Marcelo Sant’Ana, o time tricolor esteve sob comando de Sérgio Soares, Charles Fabian, Doriva e, por último, Guto Ferreira. O cenário atual, no entanto, é diferente. Na contramão dos que o antecederam, Gordiola não foi demitido pela diretoria, mas recebeu uma oferta do Internacional e decidiu trocar Salvador por Porto Alegre. A diretoria baiana precisará encontrar um substituto para assumir o comando técnico da equipe. Será a quinta investida por um profissional do tipo desde dezembro de 2014.

Sérgio Soares foi o primeiro técnico contratado pela diretoria encabeçada por Sant’Ana. Na época, o Bahia buscava um treinador com filosofia ofensiva, que trabalhasse bem com jovens formados nas categorias de base.

- Sérgio Soares tem perfil disciplinador e sabe trabalhar a base. Vem de duas boas temporadas no Ceará, com ótimo aproveitamento na Série B, título estadual, final do Nordeste. Antes, destacou-se no Santo André, passou no Atlético-PR. É um técnico que vem de bons trabalhos e está em ascensão – afirmou o presidente tricolor na época.

Soares permaneceu no clube por dez meses. Em 62 partidas, foram 29 triunfos, 20 empates e 13 derrotas, com 100 gols marcados e 66 sofridos. No período, o Tricolor conquistou o Campeonato Baiano e chegou à final da Copa do Nordeste, mas não conseguiu manter uma campanha regular na Série B do Campeonato Brasileiro e acabou eliminado da Copa Sul-Americana para o Sport, com uma goleada na Ilha do Retiro. O técnico foi demitido após um empate com o Paysandu, com aproveitamento de 57%.

Auxiliar na comissão permanente do clube, Charles Fábian foi promovido a técnico para os últimos oito jogos da Série B de 2015. As chances de acesso ainda existiam, e a diretoria optou por apostar em um profissional que conhecia o elenco e era identificado com o clube. Campeão brasileiro pelo Tricolor, Charles teve bom início, com triunfos sobre Oeste e Criciúma que colocaram o time no G-4. Na sequência, derrotas para Botafogo e Santa Cruz reduziram a empolgação. No total, foram oito partidas, com três triunfos, um empate e quatro derrotas, com seis gols marcados e nove sofridos. O aproveitamento foi de 41%. Ele deixou o clube no início da temporada seguinte, decidido a seguir com a carreira de técnico.

Aproveitamento dos técnicos do Bahia (Foto: GloboEsporte.com) Aproveitamento dos técnicos do Bahia (Foto: GloboEsporte.com)

Com o fracasso na primeira tentativa de voltar à Primeira Divisão, a diretoria tricolor decidiu apostar em Doriva no início de 2016. O técnico havia treinado três equipes na Série A do ano anterior e chegou ao Tricolor referendado pela experiência e dois títulos estaduais, um deles com o Ituano.

- Ele mescla algumas características importantes. É jovem, mas tem boa experiência e uma grande formação. Acumula resultados positivos, competições ganhas e está com muita disposição para fazer um grande trabalho no Bahia - comentou na ocasião o diretor de futebol do clube, Nei Pandolfo.

Após seis meses de trabalho no cargo, Doriva foi demitido. A decisão foi tomada ainda no primeiro turno da Série B como uma correção de rumos para evitar uma nova decepção na busca pelo acesso. O treinador comandou o time em 36 partidas oficiais, com 23 triunfos, seis empates e sete derrotas, com 54 gols marcados e 29 sofridos. O aproveitamento foi de 69%.

Em busca de um treinador com experiência na Série B e histórico de sucesso na competição, o Bahia foi atrás de Guto Ferreira, então na Chapecoense, com boa campanha na Série A. O técnico chegou ao Tricolor na 13ª rodada, com o time na 7ª posição. Após campanha de recuperação, que envolveu ótimo desempenho como mandante, o Bahia conseguiu o acesso. De contrato renovado, “Gordiola” planejou 2017 tendo a Copa do Nordeste como principal objetivo. Alcançou o título da competição com um triunfo sobre o Sport na Arena Fonte Nova e nenhum gol sofrido como mandante. Ele comandou a equipe em 57 jogos. Foram 31 vitórias, 15 empates e 11 derrotas, com 94 gols marcados e 37 sofridos, um aproveitamento de 63,1%

A proposta do Internacional veio no auge de Guto no Bahia. O técnico havia encontrado uma formação que agradava a torcida. O time vinha em evolução e, mesmo nas derrotas, apresentava bom futebol. Com a saída, a direção baiana é obrigada a se concentrar novamente no mercado de treinadores. E a escolha precisa ser certeira. O Tricolor está na disputa da Série A e tenta fazer campanha segura para se firmar na elite nacional. Um erro pode ser fatal e aumentar ainda mais a sensação de prejuízo com a saída de Guto Ferreira.

Fonte: Globo Esporte