Postado por - Heitor Montes

Confira três pontos que o Bahia pode melhorar na pausa de 15 dias da Série A

A pausa de duas semanas no Campeonato Brasileiro é uma oportunidade de recomeço para o Bahia, uma equipe que iniciou a competição com uma cara bem definida, mas se perdeu no meio do caminho com as trocas no comando técnico. Guto Ferreira, Jorginho, Preto Casagrande. Cada profissional impôs sua identidade ao time, mas hoje, pelo desempenho nas últimas rodadas, percebe-se um time não tem identidade alguma. A derrota em casa para o Botafogo, no último final de semana, deixou o Tricolor bem próximo da zona do rebaixamento e o seu torcedor de cabelo em pé diante de uma atuação bem abaixo da expectativa.

Esse periodo sem jogos cai como uma luva para Preto, efetivado pela diretoria tricolor na última quarta-feira, que terá tempo para transmitir suas ideias com mais calma numa tentativa de se afastar da zona do rebaixamento o quanto antes. O próximo compromisso do Bahia está marcado para 11 de setembro, uma segunda-feira, contra o Atlético-GO, no estádio Olímpico.

Definir uma identidade

As trocas de técnicos afetaram a construção da identidade de jogo do Bahia, que começava a se consolidar no momento em que Guto Ferreira resolveu aceitar uma proposta para treinar o Internacional na Série B. De um time agressivo dentro de casa, com marcação alta e transições ofensivas velozes, o Tricolor passou a valorizar mais a posse da bola, tornando-se uma equipe mais cadenciada.

Como os resultados não aconteceram, embora o Bahia até tenha feito boas atuações, [o substituto de Guto] Jorginho decidiu adotar uma postura mais reativa nos jogos fora de casa, e assim venceu Ponte Preta e Atlético-MG. Em casa, porém, as coisas não iam bem, e o técnico foi demitido após um revés para o Sport. Nos cinco jogos em que comandou o Tricolor, Preto intensificou a postura reativa, tanto na Fonte Nova quanto longe de Salvador. Contra o Botafogo, o Bahia teve 40% de posse de bola mesmo atuando dentro de casa.

Abaixo, a disposição tática do Bahia defendendo, com o time inteiro atrás da linha de meio-campo.

Disposição do Bahia defendendo (Foto: GloboEsporte.com) Disposição do Bahia defendendo (Foto: GloboEsporte.com)

Ou seja, o Bahia passou de agressivo e vertical com Guto, para um time que valorizava mais a posse de bola com Jorginho, e em seguida um time altamente reativo com Preto, isso tudo em três meses de Série A.

Transição ofensiva

Esse é um grande problema herdado do trabalho de Jorginho, amplificado nas últimas partidas sob o comando de Preto. Ao apostar em uma equipe reativa, que joga com linhas baixas, preparada para contra-atacar, é importante que a transição ofensiva seja feita de forma rápida e vertical na tentativa de pegar o adversário desorganizado. O Bahia não tem conseguido fazer isso: dificilmente acelera o jogo no momento seguinte à recuperação da bola.

No triunfo sobre o São Paulo, o Tricolor conseguiu acelerar o jogo em dois contra-ataques e matou a partida. Veja um dos gols abaixo.

Ajuste na bola aérea

Dos oito gols que levou nos últimos cinco jogos, quatro foram marcados de cabeça. Túlio de Melo marcou no empate diante da Chapecoense, Thiago Heleno marcou na derrota para o Atlético-PR, e Roger e Bruno Silva marcaram no revés para o Botafogo, no último final de semana. O sistema defensivo se comportou bem em algumas partidas, a exemplo da Chape e do Tricolor paulista, mas tem falhado na bola aérea.

O exemplo mais claro está no gol de Thiago Heleno, bom cabeceador, que aparece livre na área tricolor para marcar

Roger também apareceu completamente livre de marcação e marcou de cabeça

Fonte: Globo Esporte