Postado por - Newton Duarte

Curtas: Entre 'Executivos' e 'Executados'

Desemprego atinge 1/3 dos executivos de futebol

Presidente da Abex, Ocimar Bolicenho diz que profissionais atuam “sem o mínimo de preparo e conhecimento”.

A crise financeira que atinge os clubes e a falta de profissionalização dos departamentos de futebol têm deixado um terço dos profissionais filiados na Associação Brasileira de Executivos de Futebol (Abex) sem emprego. No total, são 65 executivos que têm a chancela da entidade, sendo que 21 deles aparecem como “disponível no mercado”, segundo o site da Abex. Entre eles estão Humberto Coelho Filho, que atuou no Fluminense durante o título brasileiro de 2010, e Newton Drummond, ex-Vitória e Internacional.

Sem qualificação

Segundo Ocimar Bolicenho, presidente da Abex, o amadorismo em que ainda vive o futebol brasileiro é a principal causa da alta taxa de profissionais disponíveis no mercado. “Os clubes ainda preferem admitir os ‘amigos do rei’ em vez de contratar um profissional com um currículo adequado para a função”, diz Bolicenho, citando que a grande maioria dos executivos que atuam hoje desempenham a função “sem o mínimo de preparo e conhecimento”.

Mais tempo

A Comissão de análise da Medida Provisória (MP) do Profut tem avaliado a extensão do prazo máximo de 240 meses para os clubes parcelarem suas dívidas fiscais caso optem por aderir à medida. Esse foi um dos pontos que os dirigentes dos clubes mais reclamaram durante as audiências públicas realizadas na semana passada para debater o projeto.

Muito caro

Outro ponto que a Comissão de análise da MP do Profut deve modificar do texto original é em relação à cláusula que impõe a necessidade de uma auditoria independente avaliar as atividades do clube. Dirigentes dos clubes pequenos apontaram que o custo médio de R$ 40 mil para a contratação desse trabalho irá pesar muito no orçamento da temporada, que chega a ser de R$ 100 mil.

Sem sentido

Desde que a MP do Profut foi divulgada, há dois meses, muitos questionaram a constitucionalidade do projeto por conta da intervenção do governo na gestão da CBF.

Ontem, entretanto, o advogado tributarista José Roberto Cortez protocolou no Congresso um parecer contra a medida alegando ser inconstitucional, mas por outro motivo.

Segundo ele, os clubes são sociedades civis, sem fins lucrativos, e por isso não podem sofrer cobrança de impostos empresariais.

Ele argumenta que “não existe qualquer legislação que estabeleça que os clubes exerçam atividades profissionais pois quem são profissionais são os jogadores”.

E tentativas anteriores de profissionalização, como a Lei Pelé, possibilitaram aos clubes virarem empresas mas não vingaram.

De Letra

“Estamos pensando em um caminho para abrandar esse prazo”

Otávio Leite, deputado federal (PSDB-RJ) e relator da MP do Profut, sobre a possibilidade de aumentar o prazo máximo de 20 anos para os clubes quitarem suas dívidas fiscais.