Postado por - Newton Duarte

Dilma repete os passos da Ditadura

Dilma Rousseff quer usar as vitórias da Seleção como escudo.E garantir a Copa do Mundo no Brasil, apesar dos gastos, dos protestos. A revolucionária Dilma repete os passos da Ditadura Militar...

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Salvador...

Futebol e política se misturam outra vez no Brasil.

José Maria Marin sabe como tirar vantagens da situações.

Foi assim que fez carreira na Ditadura Militar.

Conseguiu ser governador biônico de São Paulo.

Ele percebeu o quanto Dilma Rousseff está acuada.

Fragilizada pelos protestos dos estudantes por todo o país.

Ficou profundamente abalada com as vaias que recebeu em Brasília.

A abertura da Copa das Confederações foi histórica.

A mais constrangedora de todos os tempos da Fifa.

Dilma e o PT já começam a temer por sua reeleição.

Marin sabe o quanto ela precisa que seja mantida por aqui.

A sua leitura da situação é simples.

Há a necessidade de a Seleção continue a vencer mais do que nunca.

Em Brasília e Fortaleza, as vitórias do time de Scolari acalmaram a tensão.

Se o time fosse derrotado, tudo seria muito pior.

Por isso vencer a Copa das Confederações virou mais do que obrigação.

Virou uma maneira de Marin ser aceito de vez no Planalto.

Fazer Dilma esquecer de vez seus discursos contra Vlado Herzog.

Chefe da TV Cultura, comunista, que acabou preso e morto pelos militares.

No aguardado discurso de ontem, Dilma decepcionou.

Não anunciou uma medida efetiva.

Se mostrou insegura, acuada.

E que deseja usar a alegria do futebol para se manter no poder.

Sabe que a Fifa não vai tolerar agressões a delegações.

Invasões a hotéis dos times que estão na Copa das Confederações.

E principalmente quer que seus representantes não corram riscos.

Isso é intolerável.

A Copa de 2014 acontecerá de qualquer maneira.

Se o Brasil não tiver condições de organizá-la sairá daqui.

Simples assim.

Em todos os Mundiais, a entidade sempre trabalhou com um plano B.

Ou seja, com outro país que pudesse acolher o torneio em caso de emergência.

Dilma reconheceu.

Entre várias motivos, os manifestantes não toleram o Mundial.

Pelos gastos altíssimos de mais de R$ 30 bilhões.

Deu uma explicação pífia.

Falou com a mesma convicção que Ricardo Teixeira.

O ex-presidente da CBF jurou que o dinheiro do Mundial não seria público.

Viria da iniciativa privada.

Se provou com o passar do tempo ser pura balela.

"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e os governos que estão explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação."

Mal assessorada, não mostrou números, nada.

Foram só palavras soltas.

E apelou, como era previsível, para as conquistas em campo.

Lembrou demais um velho discurso comunista.

Mas ao contrário.

Destacou a importância de o futebol ser o ópio do povo.

"Não posso deixar de mencionar um tema muito importante, que tem a ver com a nossa alma e o nosso jeito de ser. O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes. O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa."

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Ela caiu na tentação que vai muito além dos partidos.

O sociólogo Fernando Henrique usou o mesmo caminho.

E permitiu que Vampeta, embriagado, desse cambalhotas no Planalto.

Enquanto o presidente posava ao lado da taça do pentacampeonato mundial.

No clima de 'Pra frente Brasil", a Seleção tem de ganhar hoje da Itália.

Para animar os baianos, que prometem hoje o protesto mais intenso.

Desde que começou a Copa das Confederações, os conflitos estão em uma crescente.

Para tirar o foco dos manifestantes, o futebol.

Felipão é um homem vivido, inteligente, percebeu a situação.

Sabe que Marin quer ganhar abrir as portas do Planalto.

E seu caminho é a vitória da Seleção.

O treinador também está resgatando sua carreira.

Ele passou a ser muito questionado depois do rebaixamento do Palmeiras.

E até internacionalmente.

Sabe que se vencer a Copa das Confederações também revitalizará seu caminho.

Ele pretende dirigir outra seleção no Mundial de 2018.

Para isso precisa acumular vitórias.

E hoje colocará seu melhor time contra os desfalcados italianos.

Sabe que seu rival não contará com seu maestro, Pirlo, contundido.

E o muito útil De Rossi.

Poupará Paulinho, contundido.

E muito provavelmente Thiago Silva por ter um cartão amarelo.

Daniel Alves, também 'amarelado' tem mais chances de jogar.

O treinador faria outras mudanças.

Mas sabe que está 'em missão'.

Precisa vencer o jogo, assegurar a primeira colocação no grupo A.

E enfrentar um adversário mais fraco nas semifinais.

O Uruguai em Belo Horizonte.

Se o Brasil perder, jogará contra a Espanha, em Fortaleza.

O confronto com os espanhóis é planejado para a final da competição.

A Itália de Prandelli tem se mostrado uma equipe forte ofensivamente.

Mas frágil na defesa.

Depois de vencer os mexicanos por 2 a 1, vieram os japoneses.

Um caos tomou conta da sua zaga.

Vitória no jogo mais absurdo do torneio, 4 a 3.

A imprensa italiana quer de seu time mais marcação.

Está evidente que Prandelli veio ao Brasil para testes.

Não está desesperado para vencer o torneio.

Quer encaixar seu time para a Copa.

O Brasil é superior à Itália que estará em campo.

Mesmo com Balotelli.

Uma nova resultado positivo hoje consagrará Scolari.

O fará recordista como treinador a ter mais vitórias seguidas.

Seriam 11 vitórias em jogos oficiais pela Seleção.

No confronto os dois países reúnem nove títulos mundiais.

Isso está sendo divulgado pela CBF.

É importante destacar a possível vitória.

O máximo possível.

A situação é muito irônica.

Dilma Rousseff foi uma revolucionária.

Enfrentou a Ditadura Militar.

Usou nome 'de guerra', foi presa, torturada.

Os revolucionários denunciavam o uso do futebol pela ditadura.

Ainda mais o sucesso da Seleção de 1970.

O presidente e general Médici tirou proveito da conquista do tri no México.

Os jogadores foram tratados como heróis.

Enquanto a Seleção de Zagallo vencia em campo...

A repressão militar arrasou com os revolucionários.

Matou, prendeu, exilou, sumiu com vários deles.

A Copa do Mundo de 70 roubou o fato dos noticiários.

Com a cumplicidade da censura imposta aos veículos de comunicação.

Os anos passaram.

Ainda bem que o governo não tem mais condições de censurar as notícias.

Mas pode muito bem usar o futebol como escudo.

É uma saída fácil, que ainda funciona.

A ironia está no fato de ser justo o governo de Dilma Rousseff.

Quanto mais o time de Scolari vencer, menos atenção aos protestos.

Se conquistar a Copa das Confederações, então será sensacional.

O fato será tratado como um novo 'milagre brasileiro'.

Dilma sabe o quanto precisa do clima de festa.

A relação com a Fifa está abalada.

0 país pacífico, com seu povo cordeiro não existe mais.

As jovem mulheres alegres, festivas, sedutoras estão marchando contra o governo.

Os potenciais craques de futebol enfrentam barreiras policiais.

Não recuam diante de balas de borracha, spray de pimenta, bombas.

Tentam repetir o que revolucionários fizeram há 43 anos.

Mostrar que o futebol está escondendo as mazelas brasileiras.

E o quanto seria proveitoso para o País que a Copa não acontecesse aqui.

Exatamente o que Dilma não pode admitir.

Até para sobreviver politicamente.

A bola vai rolar hoje na moderna Fonte Nova.

Estádio que custou, oficialmente, R$ 689 milhões.

O jogo contra a Itália terá o tempero diferente.

Assim como qualquer partida dessa Copa das Confederações.

Cada vitória do time de Scolari significa segurança para Dilma.

Mais prestígio para Marin.

Menos pressão para os membros da Fifa.

Mais festa na televisão, nas rádios, dos simples torcedores.

Eventuais derrotas ou perda do torneio terão efeito contrário.

O pessimismo dominará de vez o país.

Facilitará os movimentos que exigem mudanças sociais.

Esse é o raciocínio simplista, básico deste torneio de futebol.

Bem parecido como foi a Copa de 70.

Tão bem usado pelo regime militar, como acusou companheiros de Dilma.

Nunca imaginariam que 43 anos depois, ela usaria o mesmo recurso.

E tenta fazer do sucesso do futebol o seu maior escudo.

Se a Seleção vencer será recebida em festa no Planalto.

A história se repete de maneira constrangedora...
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Origem : COSMERMOLI

Autor : cosmermoli