Postado por - Heitor Montes

Diretoria adota lei do silêncio, e definição sobre treinador do Bahia é uma incógnita

Já são 16 dias desde que o Bahia resolveu demitir o técnico Jorginho, após uma sequência ruim de resultados e, sobretudo, atuações fracas. O anúncio foi feito em 31 de julho, um dia depois da derrota para o Sport, em casa, por 3 a 1. São 16 dias, portanto, de um silêncio sepulcral. A diretoria tricolor se calou, e um clima de indefinição paira no ar: alçado ao cargo de interino, Preto Casagrande será efetivado como técnico? O clube busca um nome no mercado? Não se sabe.

A reportagem do GloboEsporte.com entrou em contato com o Bahia para obter uma posição a respeito da situação na última segunda e nesta quarta-feira. Nesta tarde, inclusive, a assessoria de imprensa negou uma fonte direta para tratar do assunto e orientou a equipe a escutar o programa oficial de rádio do clube. Enquanto o diretor de futebol, Diego Cerri, o vice-presidente Pedro Henriques, e o presidente Marcelo Sant'Ana não falam, Preto segue no comando da equipe, mas sem saber até quando, de fato, estará lá.

Muito dessa indefinição se deve à escassez de opções disponíveis. Técnicos como Roger Machado e Cristóvão Borges não querem trabalhar no momento. Eduardo Baptista, demitido de Palmeiras e Atlético-PR em 2017, não demonstra interesse em trabalhar por um curto período de tempo – até o fim da temporada, no caso. Mas é difícil saber qual o interesse do clube nos treinadores disponíveis. É fato, porém, que essa já era a realidade do mercado quando a diretoria optou por demitir Jorginho.

O silêncio do Bahia revela, nas entrelinhas, uma desconfiança sobre o trabalho de Preto como técnico. Ex-jogador com passagem marcante pelo clube no início dos anos 2000, ele não tinha qualquer experiência prévia. Embora tenha buscado se qualificar nesse tempo que passou como auxiliar técnico, fazendo cursos, pouco mais de um ano é pouco tempo para assumir a equipe em um momento delicado na Série A, de luta para se manter fora da zona de rebaixamento.

Preto Casagrande tem apoio dos jogadores (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia) Preto Casagrande tem apoio dos jogadores (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

A despeito da inexperiência, pesa a favor do atual comandante a boa relação com o elenco. Ainda como auxiliar, Preto Casagrande sempre foi muito querido pelos atletas, que frequentemente têm feito lobby a seu favor, caso de Zé Rafael na semana passada.

- A gente está bem tranquilo. Preto é um cara bacana, que tem o grupo na mão, trabalha há um bom tempo como auxiliar. Ele tem nossa confiança, e a gente a dele. Ambos têm conhecimento de cada um. Ele sabe o que cada atleta pode render. Ele está feliz com a oportunidade, a gente também. Não cabe a nós [decidir se ele será efetivado]. A diretoria que resolve essa parte aí. Tem [condição de ser efetivado], por que não? Acredito que sim, mostrou isso. Nos jogos que teve oportunidade, mostrou capacidade. Espero que a gente possa ajudar a ele. Se a gente conseguir ter os resultados, ele vai ter mais oportunidades – afirmou em entrevista coletiva.

A primeira experiência de Preto Casagrande à frente do Bahia foi no empate em 1 a 1 contra a Chapecoense. Em seguida, um triunfo suado sobre o São Paulo, por 2 a 1. Em ambas as partidas, a equipe não jogou bem, mas demonstrou vontade e organização ofensiva (sobretudo contra os paulistas). No fim de semana, derrota por 4 a 1 sobre o Atlético-PR, em uma atuação desastrosa na segunda etapa.

Fonte: Globo Esporte