Postado por - Heitor Montes

Guto Ferreira admite que, apesar da goleada, retranca do Blooming dificultou o jogo

Na noite desta quarta-feira (23), o Bahia goleou o Blooming por 4 a 0, na Arena Fonte Nova, e se classificou à próxima fase da Copa Sul-Americana. O técnico Guto Ferreira concedeu entrevista coletiva após a partida e falou que, apesar da goleada, a equipe boliviana montou uma retranca que foi difícil de vazar. O Tricolor, precisando de um triunfo por dois gols de diferença, só abriu o placar perto do final da primeira etapa em um lance de bola parada:

Dificultou. Quando eles tiveram que sair, fizemos três gols. Quando estavam bem postados, tivemos dificuldades. É só ver a quantidade de finalizações. No segundo tempo, foi muito mais. Acho que, se viessem para o jogo franco, talvez o Bahia tivesse mais facilidade no enfrentamento. O time deles fechado criou certa dificuldade. Tivemos competência e fomos felizes de fazer os gols com Zé [Rafael] e Elton, o que arrebentou a estratégia deles.

Guto Ferreira valorizou a importância de Zé Rafael, autor de dois gols na partida. Segundo o treinador, o meia exerce um protagonismo dentro da equipe do Bahia:

O Zé, nas divisões de base, sempre foi protagonista. No surgimento dele como profissional, até na chegada no Bahia, realmente teve um comportamento mais de coadjuvante. Nesse ano, em cima do desempenho como coadjuvante, ele buscou essa característica de ter o protagonismo, de ser um dos jogadores a puxar a equipe. Ele colocou metas na cabeça e está buscando. Isso tem ajudado nos projetos do Bahia.

O Bahia agora muda a chave e começa a pensar no Vasco, que enfrenta neste domingo (27), na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. Guto Ferreira reconhece que a goleada sobre o Blooming e o triunfo por 3 a 0 sobre o mesmo Vasco na Copa do Brasil podem dar moral ao elenco, mas alerta que o Tricolor não pode confundir confiança com soberba, ainda mais porque está na zona de rebaixamento no Brasileirão:

Temos consciência do que estamos fazendo no Brasileiro. Não é questão de esperança. Problema nem é o aspecto mental, o problema muitas vezes é jogar contra adversários que se pouparam, e vamos enfrentar com desgaste. Como estamos jogando bem, não todas as partidas, tiro a do Inter e dois terços da partida contra o Sport. As outras fomos pontuais em algumas falhas que atrapalharam. Nos dois jogos dentro de casa, contra São Paulo e Atlético-PR, estivemos perto de conseguir os triunfos. Estaríamos hoje com nove pontos, em zona de disputa de Libertadores ou próximo. O desempenho do Bahia não é tão ruim; o resultado, sim. E precisamos qualificar o resultado. Precisamos do apoio do torcedor, para multiplicar a confiança dos jogadores, nisso o resultado de hoje influencia. Teremos um jogo difícil, não é aquele Vasco que jogou aqui, apesar do Bahia fazer uma partida espetacular. Temos que repetir uma partida tão boa ou melhor. É outro tipo de campeonato. Domingo temos que ser felizes novamente.

Confira o que Guto Ferreira falou em entrevista coletiva

Time se poupou no segundo tempo?
- É que o jogo no primeiro tempo foi bastante intenso. Jogo de muita força, eles estavam com a linha baixa. Além de trabalhar a bola, a gente tinha que manter as linhas. Não só a troca de passes, mas quebrar as linhas, infiltrações, exigiu bastante da equipe. Eles jogando em contra-ataque, a gente subiu as linhas e se não fizesse pressão em quem estava com a bola, eles trabalhavam com passes longos. É característica do futebol boliviano. Tiago tomou uma bola nas costas no início do jogo e conseguiu se recuperar. Estava avisado. O Leonardo Vaca pela direita é muito intenso, joga para desafogar. Esse perfil de jogo desgastou nosso time. Se acelerar e cometer um erro, toma um gol e tem que fazer maios um ou dois. Tem que se resguardar e aproveitar os espaços que vão surgindo à medida que eles precisaram fazer os gols. Não tivemos a competência no Brasileiro, mas hoje conseguimos matar a partida em contra-ataques e fizemos um placar elástico, merecido e competente.

Substituições
- Léo também. Para evitar qualquer tipo de lesão mais grave, pediu para sair. Disse que não dava e entrou o Mena. Edson entrou porque o Elton estava com sangramento. As três mudanças tiveram aspectos físicos, nada tático. A entrada de Régis teve cunho tático, é jogador de força e velocidade, mais próximo das características de arranque, podendo executar infiltrações em diagonal para dentro, liberando o corredor para o João Pedro. Por vezes ele buscou o jogo pela beirada, mas acho que no todo conseguimos o que a gente queria.

Inversões entre Élber e Zé Rafael
- Porque jogaram só meio jogo juntos. E essa inversão aconteceu. Eles têm essa liberdade, essa orientação. Aconteceu durante o primeiro tempo. Jogaram só meio jogo. Segundo tempo buscariam mais.

Desempenho dentro e fora de casa
- Quanto a jogar fora, contra o Palmeiras tivemos 13 finalizações contra 12 do Palmeiras. Eles foram felizes nos gols, nós não. Contra o Sport, saímos marcando alto, nossa equipe depois acabou tendo dificuldades na manutenção dessa pressão. A hora que deixou de marcar mais alto, o Sport cresceu. Isso as vezes passa por interpretações. Contra o Sport tivemos um pênalti não marcado, talvez mudasse o panorama da partida. Contra o Palmeiras tivemos oportunidade de empatar, talvez trouxesse outro estado mental para o jogo. Talvez tenhamos que jogar mais fechados fora de casa, mais no erro do adversário. O Bahia é extremamente agudo dentro de casa e tem tentado ser fora de casa. Nos campeonatos que não é o Brasileiro, o Bahia consegue se impor. Tanto que na Copa do Nordeste, com exceção da partida do Náutico, tivemos resultados positivos fora de casa. Essa busca, esse estudo, de repente a montagem de estratégia se não dá de um jeito e temos que buscar outro.