Postado por - Heitor Montes

Guto Ferreira exalta primeiro tempo do Bahia, mas lamenta desgaste físico

O treinador Guto Ferreira concedeu entrevista coletiva após o primeiro triunfo do Bahia na temporada, por 2 a 1 contra a Jacuipense, na Arena Fonte Nova, na noite desta quarta-feira (24).

Guto Ferreira acredita que o Tricolor foi bem no primeiro tempo, mas o desgaste físico fez com que a equipe caísse de rendimento na segunda etapa. O treinador falou sobre os vários jogos seguidos neste início de temporada:

Acho que nós começamos bem o primeiro tempo. E todos os times que enfrentamos não foram times que se propuseram a jogar. Os outros dois se propuseram a jogar no erro do Bahia. A Jacuipense não, veio para jogar futebol. A gente soube marcar, jogar e soube aproveitar as oportunidades, pelo menos para garantir o triunfo. Fizemos um primeiro tempo muito bom. Dividindo em seis meios tempos neste ano, foi o melhor [período de] 45 minutos. Ainda assim tivemos o erro, a penalidade, o atraso na saída e bola. Eles praticamente não tinham chutado. Depois chutaram uma bola no segundo tempo. Tivemos oportunidades, fizemos dois gols, tivemos outras oportunidades para matar o jogo. É tudo um processo. Teríamos que ter 72 horas para recuperar e zerar. Não para encher o tanque, mas para zerar. Está no negativo. Para zerar e encher o tanque para a partida seguinte. Não estamos nem zerado. Sábado vamos entrar com talvez 60 horas de descanso. São seis horas a menos de recuperação. Parece que não, mas faz diferença. Depois vamos para uma viagem, que tem escala, vai durar cinco horas, mais ou menos. Outro local, outro tipo de piso, deslocamento, uma série de situações, dificuldades, vamos jogar e teremos na sequência um jogo em Jacobina. Teremos dois dias a mais de descanso para recuperar os caras. Por isso estamos rodando, buscando jogadores para o momento, mais vigorosos, nem sempre os mais talentosos, para suportar a situação. Teve queda de rendimento do meio para o final. Normal. O mais importante é que seguramos o resultado e conquistamos o primeiro triunfo do ano

Guto Ferreira também elogiou a atuação de cinco jogadores em especial: os laterais Mena, Léo e Nino Paraíba, o volante Elton e o atacante Élber.

Tivemos triangulações boas no lado esquerdo com o Mena, que fez partida sólida no aspecto tático. O Paulinho não se criou, uma das armas do Jacuipense. Ele e Leo controlaram bem. Praticamente não houve jogadas deles nessa situação. Em contrapartida, criaram volume de jogo daquele lado, com algumas situações que poderíamos ter finalizado de maneira melhor. Nino fez partida fantástica até se machucar. Sólido defensivamente, inteligente, trouxe acréscimos importantes no campo de ataque. O Elton já tinha conhecimento da Ponte. O Elber deu velocidade para a equipe. O fato da equipe deles sair mais para o jogo, nos deu mais espaço e esse espaço a gente teve a consistência física para chegar em condição de finalizar. Outros tantos lances foram lances muito mais de contra-ataque ou de transição rápida do que de jogada até chegar na defesa fechada, que foi o jogo do Botafogo por ter tomado gol cedo e do Bahia de Feira.

Confira o que Guto Ferreira falou em entrevista coletiva

Gregore
- Gregore fez partida qualificada, deu sentido de marcação, velocidade nos botes para a proteção da zaga. E fez o acréscimo de saída de bola de qualidade, sem vacilos, com passe sempre certeiro. E quando percebia que não tinha a linha de passe, conduzia com inteligência, sempre no tempo certo de passe. Nunca cantando a jogada, sempre que tocava se oferecia de novo. No início do jogo fizemos muita transição entre os jogadores de meio e os zagueiros e quebramos a marcação do Jacuipense. Isso foi importante.

Tempo para trabalhar
- O que colocamos é que precisamos de tempo e resultado para nos dar tranquilidade para que possamos chegar no estágio que buscamos. Para chegar nesse estágio, precisa trabalhar, e para trabalhar precisa de tempo. Quando jogamos, fazemos trabalho didático, de mais explicação na lousa, em vídeo. A execução no ritmo do jogo não existe. Precisamos qualificar as valências físicas para jogar na intensidade que a gente quer, que a gente tinha ano passado, por 90 muitos. Ainda não estamos jogando 45 nessa intensidade. Estamos em uma distância muito grande. Só o tempo vai nos conduzir até lá. Temos a ideia de como chegar até lá. Temos que arregaçar as mangas e trabalhar, além criar estratégias para que isso aconteça. Se perde em conjunto, perde, mas para chegar ao patamar que queremos, precisamos. Se não for assim, varia pouco, o cara começa a jogar muito e chega ao estágio que está próximo da lesão. Acaba lesionando ou não consegue ter o mesmo desempenho. E aí, só jogando, sem recuperação, você acaba entrando em stress e não dá rendimento. Precisamos fazer isso para elevar todos do plantel e buscar lá na frente um grupo consistente. Que saia um e entre outro e a equipe não perca qualidade.

Entrada de Vinícius
- O fato de não jogar com o Régis, que é praticamente um atacante, não chega a ser um meia construtor, não é o 10 que joga atrás do centroavante. Ele vira um atacante de mobilidade. Zé Rafael e Elber se tornam os construtores, junto com os volantes. Com Vinícius, que não é tão agudo, tem uma consistência defensiva maior. O jogo dele flui melhor vindo de trás e pisando na área menos com Régis. Mas sempre que pisa, pisa com consistência. O time entrou hoje em outra formação. O 4-1-4-1. Essa situação mudou. O Vinícius é mais de construção. Seria um terceiro homem de meio-campo na linguagem antiga, seria o meia-esquerda.