Guto Ferreira revela que falou com o Brocador antes do jogo que ele encerraria o jejum de sete jogos sem balançar as redes. Bahia venceu o Sampaio Corrêa por 1 a 0
Aos 47 minutos do segundo tempo, com o jogo empatado em 0 a 0, Hernane recebe passe de Tiago, para na frente do goleiro e tem a tranquilidade para colocar a bola para dentro das redes. O gol do Brocador, que encerrou um jejum que já durava sete partidas, deu ao Bahia o triunfo por 1 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, resultado que colocou a equipe na vice-liderança da Série B.
No campo, os jogadores saíram desesperados para comemorar com a torcida, puxados justamente pelo Brocador. Fora das quatro linhas, ali na área técnica, outra explosão de felicidade: Guto Ferreira correu enlouquecido e foi parar na frente do banco de reservas dos visitantes. Ele revelou a euforia em entrevista coletiva concedida logo após o triunfo.
Explodiu. Fui parar na frente do banco dos caras, mas não foi para falar com ninguém deles. Explosão foi tanta que não medi onde estava. Você vê a coisa acontecer. Você tem o seu lado religioso. Por tudo que estamos fazendo, trabalhando... Claro que todos estão trabalhando. O que eu mais falo é que Deus não pode ajudar só você. Você tem que acreditar e fazer. E o Bahia nunca deixou de acreditar. Se joga bem ou mal, não interessa. Ela nunca deixou de acreditar, de guerrear. Graças a Deus isso aconteceu. E dentro do tempo que valia. Ponto de suma importância. Daqui para frente, não precisa ser vitória de 3 a 0. Pode ser três vitórias de 1 a 0. Desculpa, três triunfos de 1 a 0. É sofrido, é teste para cardíaco, mas são esses resultados que vão nos conduzir ao nosso objetivo
O gol de Hernane foi a concretização de uma premonição que o treinador teve antes da partida. Guto Ferreira chegou a comentar com o atacante que a seca de gols terminaria na partida desta terça-feira.
Imagina só na cabeça dele o que ele tirou. Que pressão que não passou por ele. Tanto que teve outras oportunidades, e ele quase marcou. Ele pode dizer: “Ah, mas não vai entrar minha bola? Entra a de todo mundo e a minha não entra?”. Antes de começar o jogo, eu chamei ele: “Vou te falar, tem uma coisa dentro de mim que você vai marcar”. Ele disse: “É a quarta pessoa que me diz isso. Todos na condição que você está falando. Nunca me falaram nada e hoje estão me falando”. Foi muito importante por ser ele
O Bahia chegou aos 59 pontos e supera Vasco e Avaí, que têm a mesma pontuação, no saldo de gols. O Náutico, 50 colocado, tem dois pontos a menos. A próxima partida do Tricolor está marcada para sábado, contra o Luverdense, em Lucas do Rio Verde.
Confira outros trechos da coletiva de Guto Ferreira:
ANÁLISE DO JOGO
Muita entrega, determinação. Ansiedade na frente do gol. O time criou várias oportunidades no primeiro tempo, faltou tranquilidade. Quando o Sampaio melhorou, foram os momentos em que a gente, por não conseguir encaixar, foi ficando ansioso, precipitou passes, começou a querer jogar longo. Segundo tempo de novo. Perdemos o Juninho cedo. Cajá não estava bem no jogo. A gente não tinha um meia para substituir. A gente tinha treinado o Allano, que é mais dinâmico. Pusemos o Allano por dentro. Ele criou algumas situações. Eles [Sampaio] foram jogando no nosso erro, no nosso nervosismo, foram criando situações. Até que sobrou a bola derradeira, passe do Tiago, ache que coroou nossa entrega. Equipe que veio por uma bola, se fechou lá atrás, aí você tinha que romper. Teve várias bolas de bate-rebate, de a bola não entrar. O que passou de erro não importa, o que importa foi o triunfo, que hoje o Bahia está na vice-liderança.
POR QUE JOÃO PAULO?
João Paulo é um jogador da posição. Quando Tinga foi improvisado, não tínhamos opção. Tinga fez três boas partidas, mas com João Paulo teríamos o cruzamento mais adequado. Com o Tinga, teríamos dois jogadores puxando para dentro. Embora ele vá no fundo, ele não tem a qualidade no cruzamento do João Paulo. Se não boto ele agora, acabou o ano para ele. Se tenho algum tipo de lesão do Tinga durante o jogo, com que astral eu teria o João Paulo entro de campo? Questão de condução de grupo, de coerência. Pode até estar errado, mas é mais fácil ter o grupo acreditando, todos se sentindo dentro do contexto, do que perder eles. Para o próximo jogo, vamos ver. Tem vários jogadores que estavam disponíveis. Quem entrou não foi tão bem, mas triunfamos. Nesse momento, não importa a qualidade da equipe, importa triunfar.
POR QUE RENÊ JÚNIOR?
Critério foi de ter mais pegada no meio. Um jogador que marcasse mais forte. Renê, nesse quesito, consegue executar. Nos dois jogos, o Luiz tem entrado. Não é um jogador fora do contexto. Opção de começar não quer dizer se é reserva ou titular. É um jogador utilizado dentro dos 14.
Fonte: Globo Esporte
