Postado por - Newton Duarte

Guto Ferreira fala sobre a importância de vercermos na reta final

Após atuação ruim no triunfo sobre o Vila Nova, Bahia encara o Sampaio Corrêa nesta terça-feira com a missão de jogar bem, voltar a vencer e continuar no G-4 da Série B

Guto Ferreira Guto Ferreira pediu time concentrado para encarar o Sampaio Corrêa (Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia)

O Bahia não conseguiu ter uma grande atuação diante do Vila Nova, na última sexta-feira, no Serra Dourada. No entanto, saiu do estádio com os três pontos e encerrou a 34ª rodada da Série B no G-4. A partida iniciou um dilema dentro do Tricolor. Jogar bem ou vencer, qual dos dois é o mais importante? Para o técnico Guto Ferreira, seria ótimo conquistar o triunfo com um bom rendimento dos atletas. Mas, se for para escolher, ele prefere vencer independentemente do futebol apresentado dentro de campo.

- O que eu quero sempre é que jogue sempre bem e vença, porque esse tipo de situação traz um valor mental de reforço de autoestima muito importante. Mas, nesse momento, o que é mais importante? jogar bem ou vencer? Nesse momento, faltam três jogos, o mais importante são os triunfos. Então vamos trabalhar sempre muito, porque o desempenho é o que causa o resultado. Vamos trabalhar para sermos efetivos, competentes no desempenho. E, através desse desempenho, conquistar os triunfos. Se a gente não conseguir render o esperado, mas conseguir os triunfos, eu não vou ficar bravo por causa disso, não. Não vou ficar me martirizando por causa disso. E, nesse momento em que temos poucas coisas em pouco tempo para se corrigir, nós vamos atacar da melhor maneira possível para se corrigir, para melhorar. Mas nós também não vamos ficar fazendo tempestade em copo d’água, não. O mais importante é triunfar, chegar no dia 26 com a classificação para a Série A – disse o técnico.

A opinião de Guto Ferreira é apoiada nos números. Mesmo se não tiver grandes atuações, mas conseguir os triunfos na reta final da Série B, o Bahia conquista o acesso para a elite do futebol nacional. Restam apenas quatro jogos na temporada para que o Tricolor defina o próprio futuro. O primeiro deles será contra o Sampaio Corrêa, marcado para as 20h30 (de Salvador) desta terça-feira, na Arena Fonte Nova. O time maranhense é o lanterna da Segunda Divisão, mas Guto Ferreira alerta sobre os perigos de enfrentar uma equipe virtualmente rebaixada e com poucos objetivos na reta final da competição.

- O adversário entra totalmente ligado e surpreende. E aí, ele fazendo o resultado, vive pensando que ainda existe uma sobrevida. E aí é uma estratégia. Não importa o adversário, o momento. Todos os jogos serão fáceis depois que a gente vencê-los e de maneira efetiva. Até lá, nós vamos respeitar cada adversário da mesma maneira, para que a gente possa fazer o nosso melhor. E, fazendo o nosso melhor, nos efetivarmos com os três pontos que precisamos – comentou o técnico.

Enquanto os jogadores do Sampaio Corrêa convivem com a ameaça de cair para a Série B, os atletas do Bahia lutam para permanecer no G-4 com um incentivo moral a mais. A equipe baiana voltou a vencer fora de casa na última rodada, e tenta nesta terça-feira se manter como melhor mandante da competição. Chance para o time de Guto Ferreira recompensar o torcedor pela má atuação da última sexta-feira, e unir bom desempenho com o triunfo na Arena Fonte Nova.

Confira outras declarações de Guto Ferreira na coletiva da última segunda-feira:

ATUAÇÃO CONTRA O VILA NOVA

- Em relação ao jogo, a gente está ciente de que não fez um grande jogo. Mas a gente é consciente também de por que esse jogo não foi tão bom. A gente jogava com um bloqueio mental muito grande, com uma série de traumas, que a gente precisava superar. Na cabeça dos jogadores, mais do que nunca, o gol apareceu cedo. E aí é aquela questão de você ter aquilo ali na mão e não abrir mão de perder em hipótese alguma, nem de correr riscos. E aí o fato de você acabar ficando tímido dentro da partida, você acaba cedendo espaço para uma equipe que não tinha mais responsabilidade nenhuma dentro da competição e se atirava. Até por estar dentro de casa, se atirava confiante para cima da gente. Mas acho que veio a incompetência deles em duas finalizações e a nossa competição na maioria da partida e poder conseguir manter o resultado até o fim.

FOCO TOTAL

- Nesse momento, o nível de responsabilidade e de importância da competição faz com que o atleta se foque. Não é o momento de relaxar. E eles sabem disso. Eles sabem que a gordura é zero. Que não pode ter relaxamento nenhum. Que, se falhar, não tem onde recuperar. Não é só o Guto trabalhando. Existe o profissionalismo deles, existe a consciência do jogador, existe o “eu” dentro do jogador. Então, mais do que nunca, ele está motivado. Existe uma torcida que, até sábado, tinha vendido 12 mil ingressos. Hoje tem 22 mil [mais de 25 mil ingressos estão garantidos pela torcida]. Olha aí. Outra coisa que o Bahia está na frente, tem a maior média de público da Série B. São respostas a serem dadas para esses patrões, a torcida. E um patrão que joga junto, isso que é importante. O nosso grupo tem essa consciência, essa maturidade. Quando não consegue representar, não é por falta de foco, por estar menosprezando não. É porque alguma coisa... Existe a vida pessoal dos caras, existe uma série de coisas que podem tirá-los do caminho. E até uma questão de maturidade, de um ou outro, de experiência. O erro que pode acontecer no jogo, você não vai acertar todas. A gente sabe dos grandes craques do futebol, e até de outros esportes, nem todos acertaram todas a todo instante. O erro faz parte. Agora o vencedor é aquele que, a cada erro, se levanta rapidamente em busca de nova oportunidade para fazer melhor que aquela e, daqui a pouco, acerta. E depois acerta de novo, e depois acerta... E aí, na somatória final, consegue ter acertos importantíssimos. E aí ele acaba se notabilizando, se destacando.

ANSIEDADE

Todos nós somos seres humanos. Um dos problemas de o Guto ser gordinho assim é justamente a ansiedade. Você acaba desafogando em algumas coisas. eu, particularmente, gosto de uma boa comida. Então acabo desafogando ali. É a ansiedade, e aí você começa a comer. Tem que se controlar. E não é diferente. Pós-jogo, de sexta para sábado, eu dormi quatro horas. De sábado para domingo, eu dormi cinco. Eu fui dormir ontem, que a gente conseguiu relaxar um pouco. Mas paciência. Você tem que se controlar, até porque essa ansiedade eu não posso estar com ela à flor da pele, até para não passar para os meus comandados. Eu tenho que ter equilíbrio. Existem pessoas competentes também, envolvidas no trabalho, a dar dicas, direcionamentos, a fazer controles, freios, estímulos nos momentos corretos, para que tudo isso seja equilibrado. E, através desse equilíbrio, você possa ter respostas dentro de campo. Na sexta-feira, a equipe estava, na minha concepção, num momento de certo bloqueio, tamanha era a necessidade e os traumas das partidas fora de casa. Passou. Venceu, passou. Eliminou esse problema. Então é aproveitar, dar força, aproveitar do apoio que nós precisamos – e muito.

RESPEITO AO SAMPAIO

- E amanhã, mais do que nunca, é importante que o torcedor presente não menospreze a equipe do Sampaio. Esqueça do lugar que o Sampaio está na tabela. Respeite o Sampaio como se fosse a melhor equipe e a mais difícil. Porque, a partir da hora que você respeita dessa maneira o adversário, você passa a jogar mais e mais junto. E você, percebendo o grau de dificuldade que pode ocorrer na partida, você costuma apoiar. Quando você menospreza o adversário, você tem um grau de exigência sobre o seu time muito maior. A cada erro que possa acontecer e a cada manifestação nesses erros, você gera uma ansiedade maior em cima do jogador, porque ele quer acertar, mas ele errou. E ele acaba, daqui a pouco, se desequilibrando. Então, mais do que nunca, nós precisamos de 90 minutos com a Fonte Nova como foi contra o Ceará, como foi contra o Vasco, como vem sendo, empurrando a equipe do Bahia. E tenho certeza de que será assim, independente de qual seja o lugar do Sampaio, é uma equipe que cresceu muito no segundo turno, que vem criando dificuldades. O Ceará patinou com eles dentro de casa e, a partir dessa patinada, entrou numa queda acentuada na competição... E a gente não pode permitir que isso aconteça. Então todo respeito ao Sampaio. Trabalharmos juntos com 12, os 11 que estão dentro de campo mais o torcedor, para fazer um grande jogo e, através dele, um grande triunfo.

Fote: Ge.com