Postado por - Newton Duarte

Guto não revela time, mas se diz bem tranquilo com Éder e Rodrigo na zaga

Dupla da base deve substituir os experientes Jackson e Lucas Fonseca, ambos vetados pelo departamento médico. Bahia encara o Luverdense neste sábado

O tempo passa e o jeitão Guto Ferreira de trabalhar vai se revelando. E uma de suas características o treinador do Bahia faz questão de deixar claro: não tem essa de adiantar o time que vai jogar. Foi assim na manhã desta sexta-feira, na entrevista coletiva que concedeu na sala de imprensa do Fazendão:

“[...] A decisão vocês vão saber na hora do jogo”, brincou sobre a equipe titular.

Só que, por incrível que pareça, Guto não é de esconder totalmente o jogo, afinal ele costuma mostrar a equipe que vai jogar nos treinamentos. E o que foi visto ao longo da semana foi um time cheio de reforços e com uma dupla de zaga formada no Fazendão: Dedé e Éder devem ser os substitutos de Jackson e Lucas Fonsecas, ambos vetados pelo departamento médico.

Questionado sobre a jovem dupla, o treinador tricolor afirmou que, se eles repetirem o que fizeram nos treinos, ficará “bem tranquilo”.

- Trabalhei todas as alternativas, mas a decisão vocês vão saber na hora do jogo. São situações que eu não revelo. As alternativas estão trabalhadas. Independente de qual jogador esteja em campo, vai buscar fazer o seu melhor. Rodrigo não está ali por acaso, e Éder não está ali por acaso. Se depender do que fizeram no treinamento, estou bem tranquilo. Se reproduzirem o que fizeram no treinamento, terei uma defesa firma. Talvez falta algo porque são meninos, mas costumo dizer que a idade não faz um atleta. Experiência não depende da idade – afirma Guto.

Bahia Preparação Bahia encara o Luverdense com um time diferente do que vinha jogando (Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / EC Bahia)

A equipe que entrará em campo para enfrentar o Luverdense, tomando como base o que foi visto durante a semana, deve contar com três dos novos reforços: o lateral Eduardo, o volante Luiz Antônio e o atacante Allano. A provável escalação conta com Jean (Muriel); Eduardo, Rodrigo (Tiago), Éder e João Paulo; Feijão, Luiz Antônio, Juninho e Renato Cajá; Allano e Hernane Brocador.

Para Guto Ferreira, as caras novas vão servir para diminuir a pressão sobre o time, pois são jogadores que não estão desgastados com a torcida.

- Quem chega, chega extremamente motivado. São jogadores vindos de Série A, alguns deles tendo sido titulares em grandes equipes e não vão sentir. São jogadores maduros, com a exceção do Allano, que é mais jovem, mas que vem jogando desde os 19. Todos com rodagem interessante, carga de pressão e não estão desgastados perante o torcedor. Esse fato alivia a carga da equipe que entra em campo e alivia a carga dos outros. Esperamos que juntos e com a mentalidade de buscar o resultado, a gente possa reverter, mesmo sabendo da dificuldade, uma equipe extremamente bem treinada, que joga junto a algum tempo. Mesmo com a estrutura de uma equipe humilde, existe um trabalho sério e faz competições sempre na primeira parte da Série B. É uma equipe sempre muito difícil e que sonha com o acesso. Não estamos enfrentando qualquer adversário, mas temos que fazer valer a força do Bahia, e a gente espera apresentar evolução grande que possa proporcionar uma vitória – diz.

Bahia e Luverdense se enfrentam neste sábado, às 18h30 (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova. Trinta minutos antes do duelo, o GloboEsporte.com inicia a transmissão em Tempo Real, com vídeos exclusivos.

Confira outros trechos da coletiva de Guto Ferreira.

VARIAÇÃO TÁTICA

Na realidade, a maneira que [a equipe] está posicionada, a equipe pode transitar por três sistemas. Tem peças que eu mexo que podem alternar o sistema e eles tem características para fazerem situações A ou B. A alternância passa por isso e por situações de jogadores efetivos. É a busca de ter uma equipe mais estruturada, com uma situação de aproximação qualificada, buscando uma força maior no ataque, sem perder qualidade ofensiva.

TRANQUILIDADE? NEM...

Futebol não tem tranquilidade. Quem trabalha com futebol sabe que a tranquilidade acontece nas férias. Nas férias, você estando empregado, ainda mexe no telefone por contratações. Tranquilidade não existe. Foi uma semana atípica e, de certa forma, com algumas coisas positivas e outras nem tanto, como o veto do Jackson e do Lucas. Algumas situações da semana, o Hernane ficou sem trabalhar, mas recuperou. De positivo, a chegada dos reforços e a garantia de quase todos em condições de jogo, o que possibilitou a estruturação da equipe"

RECADO PARA REVERSON PIMENTEL

Eu não estava aqui para analisar como era comandado ou deixava de estar. Tem situações e aqui eu coloco uma defesa do Reverson [Pimentel, ex-preparador físico do Bahia] ao GloboEsporte.com. E de maneira alguma eu quero aqui dizer que a culpa é de A de B ou de C. E acho que ele é coerente quando coloca que a sequência de jogos ininterruptas não tivesse dado espaço para ele trabalhar certas situações. Concordo plenamente. Não estou aqui para criticar ninguém. Muito pelo contrário. Quem sou eu para analisar o outro trabalho? Tenho que analisar o meu trabalho. Daqui a pouco é falta de característica de jogador, vamos buscar jogador, é trabalho, nós estamos dando trabalho. Estamos tentando fechar a maioria das lacunas para que o Bahia seja forte. Quem errou atrás, não vai somar para o Bahia ficar aqui lavando roupa que nem é minha na imprensa. Tenho que analisar e saber que pontos atacar e fechar o máximo de lacunas possíveis para que o Bahia seja forte. Eu tenho que olhar o Bahia a partir da minha chegada e não o Bahia que foi antes. Dessa maneira que tenho que pensar e analisar.

QUEM ESCOLHE O GOLEIRO?

Eu trabalho sempre da seguinte maneira: eu ouço sempre, principalmente o preparador de goleiros. Muitas vezes deixo a decisão para ele, outras tomo as minhas decisões. Sempre buscando uma coerência em relação a um todo. Às vezes, em relação ao momento ou princípios de decisões que estão sendo tomadas. Não posso agir de um lado de uma maneira e do outro lado de outra maneira, mas sempre ouvindo a posição de cada um. Às vezes respeitando e às vezes tomando decisões mesmo que a situação não seja exatamente o que pensava A ou b para o momento. Mas pesando, pesando muito, o que cada um está colocando.

ENTROSAMENTO DA EQUIPE

Em relação ao entrosamento é a entrega e o apoio. É o apoio da arquibancada, pois eles não vão chegar jogando o fino da bola de cara. Eles precisam quebrar essa tensão inicial de estreia e uma tensão de resultado, além de jogar contra uma equipe competitiva. A entrega tem que ser muito grande e o apoio da arquibancada para que não tenha esse ranço, essa crítica, para que essa motivação, esse empurrar da arquibancada faça com que ele relaxe nesse sentido, sinta mais confiança de executar o pouco do trabalho tático que foi desenvolvido. E que esse pouco possa nos ajudar nesse resultado final.

TORCIDA TRICOLOR

O torcedor do Bahia é fantástico. Desde o dia da minha chegada eu falei que estive jogando aqui com Bahia em condições ruins, precisando vencer para fugir do rebaixamento, as vezes até na condição de 'descenso’, o torcedor empurrou o tempo todo. Na partida contra o Oeste foi muito clara essa situação do torcedor empurrando, acreditando. Contra o Vila nós ficamos aquém, não adianta. Não é culpa do torcedor. O grupo não teve a chama para aquecer o torcedor. O que a gente espera nesse momento é que o torcedor tenha um pouquinho de paciência, até porque teve mudanças significativas. E nesse momento jogar junto. Jogando junto, pode ter certeza que uma coisa não pode faltar e eu venho cobrando muito. Competitividade, entrega. O que eles resumem como raça. Torcedor usa no simplório: raça. Quem não estiver comprometido vai sair. Tenho percebido no dia a dia, nos treinamentos, esse comprometimento. Quem se compromete no treino, se compromete no jogo. A gente não pode no jogo ter branco na cabeça de cada um. Precisa botar para fora o que começamos a fazer nos treinos de forma intensa, competitiva, e tenho certeza de que vamos ter uma equipe forte.

Fonte: Ge.com