Postado por - Heitor Montes

Jorginho admite que o Bahia não funcionou hoje e se irrita: Não sou igual ao Guto

Não está sendo fácil torcer pelo Bahia na Arena Fonte Nova. Neste domingo, o Tricolor foi batido por 3 a 1 pelo Sport e chegou à sua quinta partida em casa sem triunfos. Em campo, a equipe baiana teve um desempenho ruim, até meio apático, que levou os torcedores a vaiarem alguns atletas em certos momentos do jogo.

Após o confronto, o técnico Jorginho conversou com os jornalistas e tentou explicar o que houve em campo. Direto, ele admitiu que o Bahia não jogou bem e destacou que o time pernambucano teve uma atuação superior. Ainda assim, o treinador lembrou que o Tricolor tem condições de reverter a maré ruim.

- A gente queria ficar com uma equipe que pudesse ter mais posse de bola e ter essa transição ofensiva rápida. A gente precisava trabalhar no campo deles e ter paciência. A gente treinou isso. A equipe não funcionou. É uma realidade. A gente tem que reconhecer: eles foram melhores do que nós. Não fizemos uma boa partida, mas temos toda condição de melhorar.

Depois de assumir a responsabilidade pelo desempenho do Bahia, Jorginho acabou se chateando com uma das perguntas feitas na entrevista coletiva. Um dos repórteres apenas citou o estilo de jogo que Guto Ferreira costumava colocar em campo quando comandava o Bahia. Sentindo-se comparado ao ex-treinador, Jorginho respondeu com certa insatisfação e fez questão de destacar que trabalha de um jeito diferente.

- Não sou igual ao Guto. Não quero me comparar, mas você tem que lembrar que as condições de jogo são completamente diferentes. Não é Copa do Nordeste, não é Campeonato Baiano. É a Série A do Brasileiro. Sou um treinador diferente do Guto, e o Guto não está mais aqui - disse.

Com o resultado deste domingo, o Bahia manteve a 14ª posição, com 19 pontos. A equipe volta a campo na quarta-feira, quando vai enfrentar a Chapecoense na Arena Condá.

Na entrevista coletiva, Jorginho ainda lembrou que seu estilo de jogo havia sido elogiado há algumas rodadas do Brasileirão e evitou fazer críticas à atuação dos laterais da equipe baiana.

Confira abaixo o restante da entrevista coletiva do treinador do Bahia após a derrota para o Sport.

Méritos do Sport e potencial para melhorar
- Esse jogo, tem que dar todos os méritos para equipe do Sport, que soube jogar muito bem, mesmo com todos os seus desfalques. Conseguiram, nessas transições ofensivas, matar o jogo. A gente não conseguiu andar em campo hoje. Fizemos um jogo muito ruim. Responsabilidade, como treinador, é sempre minha. Tentamos fazer o melhor possível nas substituições, mas a coisa não aconteceu. Mas não é uma coisa que morreu na equipe. É uma coisa que não aconteceu, principalmente nesse jogo. No jogo contra o Santos, mesmo perdendo de 3 a 0, nós poderíamos ter empatado o jogo. O que não posso, mesmo perdendo um jogo como esse, achar que o trabalho foi todo por água abaixo. É um momento difícil. Perdemos para um grande rival que ganhamos na Copa do Nordeste. Tem a pressão, que é natural, mas é muito importante ter equilíbrio. A equipe do Bahia tem potencial e pode, de um jogo para o outro, fazer um bom resultado em Chapecó.

Críticas a Régis Souza e pedido de apoio aos jogadores
- A responsabilidade é minha. Eu que escalo, junto com a minha comissão técnica. Jamais vou colocar a culpa em um atleta. O Régis [Souza] começou fazendo uma boa partida, foram dois lances que ele errou e a torcida começou a vaiar. Não contribui. Podem me vaiar, me xingar, mas que apoiem os jogadores. Perdemos muitas bolas no meio-campo. Eles conseguiram fazer muito ataque em cima dos nossos erros no meio. Que não era nossa proposta. Nossa proposta era jogar pelos lados, mas não aconteceu.

Cinco jogos sem vencer em casa
- A gente vinha de cinco jogos sem perder. Perdemos contra o Santos... Esse é o futebol brasileiro. Campeonato Brasileiro é extremamente difícil. Você perde aqui, vai lá em Chapecó e tem que recuperar a situação. É a gente ter a maturidade, ter o equilíbrio necessário no momento, porque precisamos ultrapassar esses obstáculos.

Transição ofensiva do Bahia
- A gente tinha essa transição. Estava acontecendo essa transição. Em um jogo que não acontece, a gente não pode dizer que não tem.

Elogios e críticas ao seu conceito de jogo
- Até algumas rodadas atrás, era sempre louvado a gente jogando, por exemplo, contra o Flamengo, com um jogador a menos, a gente teve mais posse. Era sempre elogiado. A gente tem que reconhecer que o resultado tem muito a ver.... No momento que a gente perde, você é tão bom quanto seu último resultado. A equipe não foi bem hoje, mas não é uma constância da equipe. Só lembrando que o nível de competição é completamente diferente.

Marcação no meio de campo
- A proposta foi essa. A gente precisava adiantar um dos volantes. Foi o que falei quando Juninho entrou para adiantar o Renê, porque precisava pegar um dos volantes dele.

Críticas aos laterais
- Não adianta falar sobre o rendimento de um lateral ou de outro lateral. A responsabilidade é minha como treinador.

Fonte: Globo Esporte