Postado por - Heitor Montes

Mendoza promete mais gingado nas danças e faz elogios a Preto Casagrande

A comemoração do segundo gol do Bahia foi uma das cenas marcantes no triunfo sobre o São Paulo, no último domingo. Após marcar pela primeira vez com a camisa da equipe baiana, o colombiano Steven Mendoza chamou o compatriota Pablo Armero para a beira do campo e mostrou gingado na Arena Fonte Nova. A dança lembrou a celebração feita por Armero, em 2010, quando defendia o Palmeiras, e gerou uma dúvida. O nome do passo é Ameration ou Mendozation? Nem um, nem outro, conforme o atacante tricolor explicou nesta terça-feira.

- Muita gente começou a falar disso. Como vocês quiserem colocar. Na Colômbia, o nome é Salsa Choke. Quando você dança, você vai e “choque”. Aquela que o Mina do Palmeiras faz. Mas vai começar a sair muito melhor. Você vai ver. A gente gosta, isso é importante, fica com alegria dentro de campo e fora do campo. Agora é pensar nos próximos jogos e continuar nessa pegada – disse Mendoza na reapresentação do elenco tricolor no Fazendão.

O gingado demonstrado na partida contra o São Paulo foi planejado ainda na concentração. Mendoza e Armero combinaram de dançar caso um dos dois marcasse um gol contra o São Paulo. Os planos deram certo, e o atacante colombiano espera demonstrar a vocação rítmica com mais frequência nos próximos jogos.

- A parceria com o Armero vem se fortalecendo cada vez mais no clube, a gente já se conhecia de tempos atrás. Agora a parceria está ficando mais forte. No hotel, falamos antes do jogo para fazer a celebração, dar alegria na hora do gol. A dança é típica da cidade onde moro, em Cali, na Colômbia. Na resenha, a gente fala que agora o arco abriu, chegou o primeiro gol. Agora vou começar a fazer mais gols, com a glória de Deus, e vou fazer uma dancinha melhor. Aquela foi com a alegria do primeiro gol. Com certeza vai melhorar.

Além do gingado colombiano, a última rodada do Brasileiro foi marcada por mais uma vítima da dança das cadeiras. Zé Ricardo foi demitido do Flamengo e elevou para 15 o número de mudanças de técnico ocorridas nas 19 rodadas da competição. O Bahia está sem treinador desde a demissão de Jorginho e busca alternativas no mercado. Mendoza apoia a efetivação de Preto Casagrande, técnico interino do Tricolor.

- O Preto é um cara muito competente, está aqui no dia a dia. Tem dois anos no clube. Na verdade, eu pessoalmente respaldo se ele ficar, se a diretoria quiser deixar ele como treinador. Ele é um cara que precisava dessa confiança. Mas a gente tem que esperar um pouco, tudo em seu devido tempo, esperar. Ele tem total respaldo do grupo, temos que mostrar jogo atrás de jogo no campo para respaldar o Preto, dar 100% para o Bahia e para respaldar o Preto, que é uma pessoa muito boa. Vai nos ajudar muito mais. Tem dois anos no clube, conhece os jogadores. Isso vai ser muito importante.

O Bahia volta a jogar no domingo, contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada. A partida está marcada para as 19h (de Brasília) e inicia o segundo turno da Série A.

Confira outras declarações de Mendoza:

Segundo turno
- Na verdade, é aquilo que falei com a maioria dos meus companheiros. O segundo turno será muito mais importante. O Bahia vai melhorar mais. Nesse primeiro turno, vimos como os clubes jogam. Lógico que eles olharam como o Bahia joga também, mas ficamos com mais confiança. Vários jogadores chegaram na metade do ano, e isso, querendo ou não, atrapalha um pouco. Estamos encaixando um pouco mais, nos conhecendo. Isso vai ficar melhor no segundo turno, com certeza.

Estilo velocista
- Na verdade, desgasta um pouco. Mas é característica minha. Vai ser engraçado, mas eu corro mais [quando está desgastado]. Dou um pouco mais. Desde que cheguei, falei que sou um cara com raça, gosto de me movimentar na frente, não sou protagonista, gosto de ajudar meus companheiros. Seja o time que estiver. Corinthians, Bahia, vou dar meu melhor. Vou trabalhar mais, dar meu melhor para ajudar como fiz no domingo passado. Para mim, isso é muito importante. Sou um cara raçudo. Alguns anos atrás, não tinha aquela oportunidade de mostrar. Agora, como falei, com o Preto, com a ajuda que os companheiros me dão, vou ficar mais confiante e dar meu melhor, melhorar a cada jogo.

Gramado artificial na Arena da Baixada
- Nos Estados Unidos, tem um ou dois campos. Joguei em um só com grama artificial. O segredo é, independente do gramado, jogar como no fim de semana passado, naquela pegada. Correr o tempo inteiro, não dar rebote, disputar cada jogada como se fosse a última. Começamos a entender o caminho. Precisamos jogar com muita raça, cada bola tem que ser a última. Estamos fechados, com vontade de vencer o tempo todo. Temos que ficar ligados 95 minutos. Bola parada, cada bola, a jogada que tivermos com Rodrigão, matar o jogo. Vai ser importante. O gramado não vai ajudar muito. Eles já conhecem o gramado. A primeira jogada que tivermos com Rodrigão, com Régis, temos que matar o jogo. Para jogar fechados no contra-ataque. Como falei, no segundo turno, a gente não pode guardar nada.

Goleada sobre o Atlético-PR na primeira rodada
- O Campeonato não acabou. Tenho isso na minha cabeça. O primeiro jogo acabou. O Atlético-PR, quando enfrentou o Bahia... O Bahia tinha acabado de encerrar a Copa do Nordeste e vinha de outra pegada. O Bahia amadureceu um pouco. A gente sabe o quanto é difícil o Campeonato Brasileiro. Aqui ganhamos de 6 a 2, e os caras vão ficar com medo? Não. Temos que saber que os caras vão querer somar, levar um segundo turno muito mais sério, eles encaixaram melhor, estão melhor na tabela. Não podemos pensar no que passou. No segundo turno, nossa mentalidade tem que mudar totalmente. E estamos caminhando para isso.

Colombianos no Brasil
- A Colômbia está exportando bastante jogador. Se olhar o campeonato colombiano, é muito forte. Mas tem muitos jogadores que não têm a oportunidade de mostrar. Tem vários jogadores aqui em times grandes, Berrío, Cuellar, Mina, Borja. Muito jogador que está deixando coisas boas da Colômbia. Isso é importante. Temos que continuar trabalhando para deixar essa impressão de que os jogadores colombianos são bons, rápidos, fortes, inteligentes. Acho que isso para nós que estamos no Brasil demonstra que nós também podemos ajudar o futebol brasileiro. Temos o sonho de jogar na seleção colombiana, e sair da Colômbia é muito importante para isso. Para mim, o sonho de jogar na seleção é muito forte. Vou trabalhar muito forte e dar 100% para chegar lá.

Bahia a terra do gingado
- Sabia não. Mas você fala do que a gente gosta de dançar? Na verdade, não percebi isso, nunca vi, os jogadores não dançam muito. O Armero e todos agora vão querer dançar. O suingue brasileiro e baiano. Vamos esperar que as coisas aconteçam melhor, sempre para frente, com mentalidade positiva, que as coisas vão dar certo.