Postado por - Newton Duarte

MGF assume erros e diz que nova Diretoria não entende de futebol

MGF assume erros e diz que nova Diretoria não entende de futebol

O ex-presidente do Esporte Clube Bahia, Marcelo Guimarães Filho (MGF), concedeu entrevista, na noite de quinta-feira (31), para a equipe esportiva Axé Esportes, na rádio Baiana FM, e voltou a fazer duras críticas a atual diretoria, avaliada por ele como amadora e inexperiente, e assumiu pela primeira vez que deveria ter adotado antes o atual modelo de gestão no clube, o mesmo implementado pelo interventor Carlos Rátis.

Questionado sobre a forma - considerada por muitos não transparente - de administrar o Bahia, o ex-gestor deu a primeira cutucada no presidente eleito Fernando Schmidt.   “As pessoas que estão lá hoje tem três meses no clube, contando com a intervenção, e se você abrir o site do clube hoje e procurar a lista de sócios você não vai achar. Eles dizem que têm 18 mil sócios. Se você tiver a curiosidade de entrar no site e procurar a lista, veja se está lá. Eu era acusado de falta de transparência. Cadê a lista dos 18 mil sócios?”.

“Você não sabe quem está adimplente ou inadimplente. Isso é um fato estranho. Acho que essas pessoas que estão lá hoje estão pensando muito em fazer política esquecendo de olhar o clube em campo. É por isso, inclusive, que o clube está nessa situação que eu espero que saia em breve e não voltar para a segundo divisão, lugar que eu e minha diretoria tirou com muito esforço e muito trabalho”, disse em tom de desabafo.

Sobre as denúncias de que utilizava o clube como cabide de emprego para a família, o ex-dirigente não vê problemas em contratar pessoas próximas para cargos de confiança. “Com relação às minhas duas irmãs, elas são advogadas e possuem escritório de advocacia. São pessoas da minha confiança e trabalhavam no clube sim com outros cinco ou seis advogados. Uma inclusive ainda está lá trabalhando, ou seja, essa diretoria nova não a demitiu, sinal que ela deve prestar um bom serviço. Não vejo problema nenhum em contratar pessoas de minha confiança e com capacidade, não há nada de ilegal nisso”.

Ainda sobre as irmãs que prestavam serviço na área jurídica, MGF reclamou dos salários pagos hoje para os novos funcionários. “Elas (irmãs dele) trabalhavam inclusive com os salários menores do que são praticados hoje no clube. Hoje o diretor jurídico do clube, que tem muito menos experiência que a minha irmã, ganha R$ 20 mil, a minha irmã ganhava R$ 15 mil bruto”.

“Depois que a nova diretoria entrou, contratou o cunhado do interventor Carlos Rátis, que trabalha no clube hoje, e ganha muito bem para isso. O Reub Celestino, que é diretor financeiro, quase contratou o filho, mas por pressão de vocês da imprensa ele desistiu da contratação. Me criticaram tanto e pouco tempo depois de um sair, o defunto nem esfriou, e eles estavam contratando os parentes também", ironizou.

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Já em relação a influência de Marcelo Guimarães, pai de MGF e ex-presidente do clube, nas decisões, Marcelinho nega. “Não houve interferência nenhuma por parte do meu pai. Isso é muito folclore. Sempre tomei minhas decisões baseadas na minha cabeça, nos meus pensamentos e nas minhas convicções”.

Mas as palavras não foram apenas de críticas, o ex-gestor fez uma autoavaliação e admitiu que o modelo utilizado por sua administração poderia ser mais democrática. “Assumo meus erros. Por exemplo, fiz a reforma do estatuto em janeiro de 2013 com a minha convicção, achando que era o melhor para o clube, mas hoje faria diferente. Acho que deveria ter feito a reforma abrindo muito mais o clube, como está hoje aí. Se é o anseio do torcedor é assim que vai ficar. Inclusive se a Justiça me colocar de volta no clube, é assim que vai ficar, já que é assim que o torcedor quer”.

Ainda segundo Marcelo, desde quando foi destituído do posto de presidente – em junho deste ano – ele deixou de manter contato com os atletas. “Depois que eu saí procurei não ligar mais para os jogadores e não tenho falado com eles, por uma questão ética e eles têm que se dedicar ao clube e é o que eles estão fazendo. Mas, o que existe é: eu sempre tratei bem todos os atletas e sei que eles querem a minha volta”.

“Hoje eles não têm uma boa relação com a diretoria atual, inclusive a diretoria meteu os pés pelas mãos algumas vezes. Semana passada, por exemplo, o Sidônio Palmeira chamou o time de time mambembe. Ele teve que ir lá no Fazendão as pressas no outro dia fazer duas reuniões e pedir desculpas aos atletas que estavam insatisfeitos com essa atitude. São pessoas inexperientes que não sabem tratar com os atletas”, avaliou.

Antes de concluir, MGF fez uma avaliação da equipe, que segue próxima da zona de rebaixamento do Brasileirão. “Espero que a gente saia dessa situação, foi com muito trabalho que a gente colocou o Bahia na primeira divisão de novo. O Bahia não pode voltar para a segunda divisão. Não acho que o time seja ruim. Acho que faltou planejamento para as pessoas que entraram. Deviam ter contratado, como a gente iria contratar, como trouxemos o Cristóvão, trouxemos o Anderson, iríamos fazer outras contratações, trouxemos o Barbio e o Wallyson, traríamos mais jogadores, mas eles ficaram na zona de conforto porque o time estava bem no campeonato, vislumbraram que o campeonato é muito longo, não contratou e tá passando por dificuldades que eu torço muito que a gente saia disso”.

“Eu espero que o diretor que está aí, que é muito inexperiente, que não entende de futebol, passe a pensar no time, esqueça o passado e pare de fazer política. Eu sei que eles são ligados à política, todos lá vieram do atual Governo do Estado. O Schmidt, o Reub, o Plablo, o Miguel Kertzman, todos eles têm filiação partidária e fazem política, mas é preciso esquecer um pouco a política e pensar no time em campo, que é isso que o torcedor quer”, concluiu.


Fonte e fotos: Redação Bocão News