Postado por - Newton Duarte

Mundial de Volei Masculino: Com direito a sufoco, Brasil vence Coreia do Sul e mantém invencibilidade

Após susto, Brasil vence Coreia do Sul no tie-break e mantém invencibilidade

Seleção perde suas duas primeiras parciais no Mundial da Polônia, mas garante o quarto triunfo em quatro jogos na primeira fase; próximo adversário será Cuba

O estilo diferente de jogo preocupava. Para não ter surpresas contra a Coreia do Sul, a receita a ser seguida incluía atenção no bloqueio e no saque, com uma boa dose de paciência, lucidez e comunicação. Quando um dos ingredientes faltou, os "baixinhos" da equipe asiática se agigantaram e fizeram o que até então nenhum outro adversário havia conseguido no Mundial da Polônia: roubar uma parcial do Brasil. Uma só não. Duas. Neste sábado, na Spodek Arena, com seus reservas em ação, a seleção passou sufoco, mas venceu o confronto por 3 sets a 2, parciais de 21/25, 25/13, 25/21, 17/25 e 15/13.

O ponteiro Jeon foi o maior pontuador da partida, com 24 pontos. Pelo lado vencedor, o oposto Leandro Vissotto foi quem mais se destacou no ataque, com 22 acertos.

- Eles sacaram bem e dificultaram o nosso passe. São jogadores baixos, mas chegam bem no bloqueio. É um time bem treinado, tem disposição para defender, e que foi bem difícil de enfrentar. Parece ser fácil jogar contra eles, mas não é. De repente, é muito mais difícil jogar contra uma equipe assim do que contra a Rússia. Eles impuseram dificuldade o tempo inteiro. Largaram o braço. Mas conseguimos reagir. Além disso, tivemos a chance de descansar alguns jogadores e isso é importante também - comentou Vissotto.

O próximo compromisso do líder do Grupo B será contra Cuba, neste domingo, às 15h15 (de Brasília).

Com reservas, Brasil passa sufoco, mas consegue a vitória sobre a Coreia do Sul

O JOGO

Da formação titular, apenas Murilo, Sidão e Mário Jr. Já classificado para a próxima fase, Bernardinho dava rodagem aos seus reservas. Com o conhecimento de quem atuou por dois meses desta temporada no vôlei do país, Leandro Vissotto saía jogando. Mas era o time de dois de seus ex-companheiros de Suwon Kepco 45 que dominava as ações. Variavam bem o saque e passavam sem muitos problemas pelo bloqueio brasileiro (19/15). Bernardinho pedia mais atenção ao fundamento, a seleção encostava (20/19), mas não conseguia a virada. Os adversários mantinham a tranquilidade. Desperdiçaram a primeira oportunidade de fechar o set com um saque para fora. Mas na segunda, não perdoaram: 25/21.

Depois de ceder sua primeira parcial na competição, o Brasil voltava melhor. Lipe fazia estragos no serviço. Com ele por lá, os tricampeões conseguiram marcar seis pontos seguidos, sendo dois aces (11/3). Sem serem ameaçados em nenhum momento, fizeram 1 a 1: 25/13.

Quando tudo parecia estar sob controle, com quatro pontos de frente, os sul-coreanos ressurgiam. Faziam boas defesas e abriam 8/7. Comemoravam muito depois de conseguirem parar um ataque de Vissotto. Era preciso dar um freio. Bernardinho pedia tempo. A resposta vinha com Murilo (16/15), mas a vantagem logo se perderia. Dois erros no ataque e outro na recepção, e lá estavam os adversários de novo no comando. Éder ajudava o Brasil a colocar ordem na casa e a seleção colocava mais um set no bolso: 25/21. 

Os sul-coreanos forçavam o saque e voltavam a dar trabalho. Quebravam o passe brasileiro e construíam uma frente confortável (17/9). Bernardinho balançava a cabeça e não escondia sua irritação. Sidão fez o placar andar depois de bons minutos parado no nono ponto. Mas a Coreia do Sul sobrava em quadra e provocava o tie-break: 25/17.   

Coreanos dão trabalho, levam disputa para o tie-break, mas perdem no fim

O time que só tinha na campanha um triunfo sobre a Tunísia, deixava claro que queria surpreender os tricampeões mundiais. Wallace que não havia entrado até então, saía do banco para substituir Vissotto, com dores no calcanhar. Até ali, o oposto tinha sido responsável por 22 pontos. O jogo seguia equilibrado. A Coreia do Sul fugia. O Brasil buscava e garantia a virada com um bloqueio de Éder (11/10). Um ataque para fora e a seleção respirava aliviada. O fim da partida ficava tenso com o novo empate (12/12). Rapha chamava Éder pelo meio. Bola no chão. Os rivais respondiam. Éder insistia e, num bloqueio, o Brasil assegurava a sofrida vitória.  

AS EQUIPES

Brasil – Rapha, Vissotto, Sidão, Éder, Murilo, Lipe e Mário Jr (líbero). Entraram: Wallace e Maurício.

Técnico: Bernardinho.

Coreia do Sul - Han Sun-Soo, Shin, Kwak, Choi, Jeon, Park e Jeong (líbero). Entraram – Lee, Seo, Song e Yong-Chan.

Técnico: Kiwon Park.