Postado por - Newton Duarte

Após 'dormir na rua' por causa de Formatura, Bahia estuda assumir Arena Fonte Nova

Preterido até por formatura, Bahia estuda assumir Fonte Nova

O Bahia e o consórcio que administra o estádio se reúnem nesta quinta-feira

O Bahia e o consórcio que administra o estádio se reúnem nesta quinta-feira - Getty Images

Preterido até mesmo por uma formatura do curso de Direito no último fim semana, o Bahia reavalia a sua relação com o consórcio Arena Fonte Nova e já cogita assumir o controle do estádio. A conversa entre as partes enfrenta turbulências e o clube não descarta a possibilidade de romper o atual acordo em abril, no momento em que o contrato for revisado.

A princípio, um dos empecilhos seria o compromisso assumido entre o convênio formado pelas construtoras OAS e Odebrecht e o Governo não permitindo a realização de partidas em Pituaçu, também em Salvador.

A restrição está presente em uma das cláusulas firmadas antes da Copa do Mundo.

"O Poder Concedente, ciente de que a maximização da realização de eventos, notadamente jogos de futebol, no Estádio da Fonte Nova é fundamental para viabilidade econômica de sua operação, compromete-se a envidar seus melhores esforços para que as partidas de futebol dos maiores clubes do Estado da Bahia, notadamente Esporte Clube Bahia e Esporte Clube Vitória sejam realizadas no Estádio da Fonte Nova. Para dar efetividade a essa Cláusula, fica desde já estabelecido que o Poder Concedente não permitirá a realização de jogos oficiais de futebol no Estádio de Pituaçu, salvo indisponibilidade justificada da Arena para a realização do respectivo evento", diz um dos trechos do documento.

O Bahia acredita, no entanto, que a proibição poderia ser facilmente derrubada na Justiça. A diretoria tricolor assegura não ter sida consultada pelo Estado na assinatura e que, por isso, o acordo que se estende ao rival Vitória não seria "legítimo".

Um dos episódios recentes que contribuiu ainda mais para o desgaste no relacionamento com a Fonte Nova foi a alteração de mando da equipe no fim de semana passado, contra o Jacobina, exatamente para Pituaçu. O palco do Mundial tinha marcada uma formatura de Direito na mesma data.

O Bahia trabalha com a projeção de assumir em "médio prazo" a operação da arena.

Os dirigentes analisam que faz mais sentido para o Governo estabelecer parceria com um representante local do que com uma concessionária, sob argumento de que, sem o clube, não existe estádio. O Estado é hoje obrigado a completar o rateio caso a meta anual de lucro estabelecida em contrato não seja atingida pelos administradores. Ainda assim, a perspectiva nesse momento é de que os dois lados alcancem um acordo até abril.

Eles voltarão a se reunir para discutir o assunto nesta quinta-feira.

Uma das cobranças do Bahia é por maior poder de decisão dentro da organização de seus jogos.

O relato de torcedores insatisfeitos com o serviço oferecido pelo consórcio é recorrente. Esse é um detalhe que preocupa a cúpula tricolor, que decidiu investir em seu programa de sócios nesta temporada e anunciou para isso a chegada de Jorge Avancini, um dos responsáveis por catapultar os associados no Inter para mais de 100 mil.

Em sua apresentação no Fazendão, o diretor destacou que o sucesso colorado só foi possível por conta do Beira Rio.

O Bahia recebe atualmente R$ 9 milhões por ano para atuar na Fonte Nova.