Postado por - Newton Duarte

Atletas pagam por aluguel de ônibus do Galícia:

Jogadores protestam após derrota diante do Bahia. Presidente do Granadeiro, Dario Rêgo, nega e diz que veículo quebrado causou atraso da delegação para partida

A partida entre Bahia e Galícia, realizada na noite desta quarta-feira, pela quarta rodada do Campeonato Baiano, começou com atraso de cerca de 15 minutos. O time granadeiro sequer conseguiu entrar em campo a tempo da execução do Hino Nacional. 

A versão inicial que chegou aos jornalistas dava conta de um problema com o ônibus da delegação. O veículo teria quebrado, e a situação piorou depois que os atletas chegaram ao estádio e tiveram que providenciar outro uniforme para entrar em campo - o padrão levado era branco, mesma cor que seria usada pelo Bahia na partida. 

Pouco tempo depois, no entanto, outra história partiu dos atletas do Galícia. De acordo com alguns dos jogadores, o elenco teria se unido para pagar o aluguel de um ônibus para chegar ao estádio. Eles foram direto ao ponto de ônibus para garantir o meio de transporte. Em entrevista ao repórter Sérgio Pinheiro, da TV Bahia, o goleiro Igor protestou ao deixar o estádio (assista ao vídeo acima):

- Só para vocês verem a situação. Você acha que um time desse tem capacidade de ganhar? Não tem, não, po! Só para vocês verem a dificuldade como é:  alugamos esse carro aqui por R$ 150.

O lateral-direito Amauri seguiu a mesma linha:

- Jogar contra o Bahia é sempre difícil, ainda mais vivendo uma situação dessa. Uma vergonha da diretoria. Merecemos coisa melhor, até porque estamos em terceiro, classificados. Então que a gente possa levantar a cabeça para superar tudo isso - completou, em entrevista a Sérgio Pinheiro.

Bahia e Galícia se enfrentaram na noite desta quarta-feira (Foto: Felipe Oliveira / Divulgação / E.C. Bahia)

Em conversa com o GloboEsporte.com, o presidente do Galícia, Dario Rêgo, deu outra verão para justificar o não cumprimento do horário previsto para o início do jogo. Ele afirmou que o ônibus que faria o transporte do elenco de Lauro de Freitas até o estádio quebrou e citou a ocorrência do problema com os uniformes.

- O nosso ônibus bateu. Fui comunicado pela empresa que o ônibus tinha batido na Estrada do Coco, e tive que providenciar outro ônibus. O nosso material estava dentro do ônibus quebrado. Mas o Bahia não deixou jogar com a camisa branca. Tivemos que providenciar a camisa azul, que não estava com a gente. [A versão de que o elenco pagou pelo ônibus é] Mentira. Isso é invenção de quem não consegue ver o Galícia bem. De quem quer derrubar o Galícia de qualquer forma. O pagamento do ônibus foi feito pela diretoria – assegurou o presidente do Galícia.

Dario Rêgo aproveitou também para criticar a decisão do Bahia de não mudar de uniforme para que o Granadeiro atuasse de branco. Ele lembrou que aceitou a mudança da data da partida, inicialmente marcada para o dia 28 de fevereiro, mas remarcada em virtude do amistoso internacional entre o Bahia e o Orlando City, nos Estados Unidos.

- Quando o Bahia pediu para trocar a data do jogo, aceitei. Quando pedi para mudar o uniforme, não aceitaram. A partir de hoje, não aceito mais nada, nenhum pedido do Bahia. O que vai vem – completou.  

EFEITOS EM CAMPO

Ao fim da partida, que terminou com o placar de 4 a 0 para o Bahia, o zagueiro Léo Alves citou a ocorrência de um “problema extracampo” como fator que atrapalhou a atuação do Granadeiro na Fonte Nova. Com nove pontos, o Galícia ocupa a quarta colocação geral do Campeonato Baiano e está classificado para a segunda fase do estadual.   

- Infelizmente, tomamos dois gols no primeiro tempo, que perdeu um pouco o emocional. Também teve o problema extracampo, chegamos atrasados. Perde o foco. Mas não é desculpa da derrota. É seguir trabalhando e pensando no Feirense no domingo – declarou.