Postado por - Newton Duarte

Fahel: 'fomos homens'

Fahel se abre: "fomos homens. Profissionais com 'P' maiúsculo"

Fahel, assim como o Esquadrão, sofreu para livrar o time pelo terceiro ano consecutivo do rebaixamento. Confira a entrevista

São 139 jogos e 18 gols com a camisa do Bahia desde o dia 16 de maio de 2011, quando foi anunciado pelo clube. Fahel, assim como o Esquadrão, sofreu para livrar o time pelo terceiro ano consecutivo do rebaixamento. Aos 32 anos e com mais um ano de contrato, o jogador conversou como CORREIO e fez um balanço da temporada.

O Bahia escapou do rebaixamento pelo terceiro ano seguido. É momento de alívio, comemoração ou lamentação?

Comemorar a permanência. Eu olho sempre pelo lado positivo. Nenhum time do Nordeste permaneceu quatro anos seguidos no Brasileiro de pontos corridos com 20 clubes. O Bahia está quebrando mais essa marca. Não queríamos ter passado por essa dificuldade, mas demonstra mais uma vez que o planejamento precisa ser feito comum grupo melhor. O Cruzeiro mostrou com grupo forte como se disputa o Brasileiro.

É pensar num 2014 melhor?

Já estive conversando como pessoal da nova diretoria. Nós estamos vendo o trabalho deles para ter um Bahia melhor. O que eles estão nos falando é que no próximo ano teremos um grupo mais forte. Eu, particularmente, quero ver o Bahia campeão. Disputar o Brasileiro, ir a uma Libertadores e até mesmo um título.

Qual motivação pra domingo?

Deixar o Bahia entre os dez primeiros. Queremos fazer 51 pontos, que será a melhor colocação nossa desde o retorno à Série A. Estar na primeira parte da tabela. Temos que dar essa alegria ao torcedor.

E a mala branca? Acha que vão oferecer para vencer o Flu?

Sinceramente, não estou preocupado com isso. Acho esses comentários a maior bobeira. Nosso maior interesse é vencer e fazer o torcedor feliz. A motivação tem que ser essa.

Como é viver sempre nessa tensão de brigar pra não cair?

Influencia na minha família, esposa, filhos, pais... Todo mundo sofre. Nós passamos por isso três anos consecutivos, mas é como eu sempre falo: tudo na vida serve como um aprendizado. Tem que ter planejamento e um elenco forte, pois o Brasileiro é pesado. O São Paulo foi campeão três vezes seguida e esse ano sofreu por não ter isso. Tudo era desfavorável nesse ano. Crise em campo, intervenção, salários atrasados...Foi um ano dificílimo. Existem vários exemplos de clubes que tiveram essa mesma confusão e caíram. Temos que enaltecer os profissionais, jogadores e comissão técnica. O Anderson Barros também. Além disso, a torcida que não merece passar o que passou. Olhar pra torcida e ver gente chorando nos motiva. Fomos homens. Profissionais com ‘P’ maiúsculo.

Qual o seu sentimento em relação ao clube hoje?

Pra falar do Bahia hoje eu chego a me arrepiar. É um clube que me conquistou, que conquistou a minha família. Meus filhos e a minha esposa adoram morar em Salvador. Eu também. Ver também o respeito que a torcida tem por mim, me contagia. Se for da vontade do Bahia permanecer comigo, quero renovar.

Uma das reclamações da torcida é que você faz muitas faltas e leva cartões...

Essa é a minha característica. O primeiro volante precisa proteger a zaga. Esse ano, tomei seis (sete, na verdade) cartões no Brasileiro. Tenho procurado diminuir. Expulsão, não tive nenhuma. É uma função que eu tenho que cobrir laterais, zagueiros. Se depender de mim pra tirar o pé e o adversário ter uma vida mais fácil, chegar no nosso gol, isso eu não vou fazer. Se a equipe está organizada, você vai estar bem posicionado pra chegar antes na bola.

Que acha do Bom Senso FC?

Tinha que ter acontecido há muito tempo. Não estamos pedindo melhorias só para os jogadores, mas para o futebol brasileiro. A união dos jogadores está se concretizando. É uma classe que se tornou unida. Existem muitas pessoas despreparadas nesse meio. Muitos querem ser ditadores, olhando só o lado pessoal. O Bom Senso faz o contrário, pensando no torcedor, nos atletas e no clube. A diretoria do Bahia nos apoia em tudo.


Fonte: IBahia

Foto: Arisson Marinho/Correio