Postado por - Heitor Montes

Guto Ferreira faz mistério e deixa no ar possibilidade de novidades no Bahia

Tricolor enfrenta o CRB, neste sábado, em Maceió. Um triunfo fora de casa garante a permanência na rodada entre os quatro primeiros da competição

O Bahia tem um jogo decisivo neste sábado. Fora de casa, o time baiano enfrenta o CRB, em Maceió, pela 27ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. As duas equipes estão com 30 pontos e lutam por uma vaga entre os quatro primeiros colocados da competição. Aquele jogo do clássico chavão “seis pontos”. Pela importância da partida, nada mais natural que o mistério passe a envolver estes dias que antecedem o duelo. E assim tem sido no lado do Fazendão.

Antes do treinamento desta quinta-feira, o técnico Guto Ferreira concedeu entrevista coletiva no centro de treinamentos e seguiu a cartilha do segredo. Quando perguntado sobre a possibilidade de algum dos três últimos reforços do time - Renê Junior, Misael e Wesley Natã -, o treinador foi político.

Assiste ao jogo (risos). Você está trabalhando para fazer teu serviço, e eu estou trabalhando para me proteger. Na última parte do treino, eu cheguei a fazer mais mudanças ainda. Quem sabe... Tudo pode acontecer ou pode não acontecer nada. Espero que o principal aconteça, o triunfo

Confira abaixo outros temas abordados na entrevista de Guto Ferreira

Somar pontos

Logo nos primeiros jogos meus, ainda no processo de adaptação à minha metodologia, num processo que ainda existe, de remontagem da equipe, conseguimos só um resultado mediano, que foi o empate em São Luís do Maranhão. Após a última parada, nós tivemos um crescimento. Ainda não do jeito que a gente quer, mas em quatro jogos tivemos uma vitória, dois empates e uma única derrota. A gente tem, por princípio, trabalhar sempre por vencer. Se não é possível vencer, que a gente traga um ponto. Então 100% negativo foi o jogo com o Paysandu. Até porque esse um ponto nos deixaria ainda hoje no G-4.

Equilíbrio

Geralmente as equipes que tenho montado têm conseguido fazer boas campanhas fora de casa. Nós estamos em um processo. Vamos jogar um jogo dificílimo em Maceió e vamos trabalhar muito para vencer. Estamos trabalhando o mental dos jogadores para ultrapassar essa situação que o domínio é deles. Dentro de casa, temos que fazer vala, mas fora de casa temos que nos impor a ponto de o adversário não conseguir fazer com que esse mental sobressaia. Nós temos que equilibrar.

O que cabe ao Bahia é justamente essa questão e se fortalecer mentalmente e não deixar se acomodar. Isso cabe o trabalho de enfrentar de igual para igual e reproduzir fora de casa o que vem conseguindo reproduzir dentro. Acho que tudo isso é um processo. Acho que esse processo está a caminho. Não está solidificado, mas está a caminho.

Allano e Edigar Junio

O trabalho invertido, mais ou menos, já está fixado na cabeça. Agora a equipe precisar fixar o modelo de Edigar pela direita e Allano pela esquerda. Eu busco, além do enfrentamento, mais profundidade, porque a tendência do jogador de pé oposto é trazer para dentro, embora esporadicamente ele vá trazer para o pé que não é tão bom para cruzar. Quando você joga com o pé a favor, o jogador mais à frente tem tendências a chegar mais ao fundo, não deixar de trazer para dentro, embora não tenha o pé tão bom de arremate, e o lateral não precisa chegar no fundo para cruzar, ele pode cruzar da intermediária. Então a equipe ganha um pouco mais de profundidade de jogo. Tem jogos em que vamos utilizar essa situação de profundidade e, a depender da situação, vamos inverter. É a busca de a equipe não se tornar previsível e ter uma variação maior de jogo.

Diferencial

Difícil você ficar traçando perfil seu de melhor, até porque se você expuser uma questão muito técnica e tática, você vai levantar a lebre para os adversários. Acho que o Bahia está criando um espírito de equipe muito forte, uma força de grupo. É inegável que a defesa do Bahia vem sendo muito forte. Não vou tirar esse lado defensivo do Bahia de uma força importante. Gostaria que o Bahia fosse mais forte que os outros em todos os quesitos, em todos os jogos. Mas não é isso que acontece. Ninguém ganha jogo de véspera. Ultimamente nem o peru está morrendo mais na véspera. Morre três meses antes, né?

Fonte: Globo Esporte