Postado por - Newton Duarte

Mesmo com 'negativa' do Bahia, Kleina se diz 'lisonjeado' com interesse

Bahia nega, mas Kleina agradece interesse do Tricolor: "Lisonjeado"

Técnico admite felicidade com investida, mas diz não negociar enquanto Marquinhos Santos estiver no cargo. Permanência depende do jogo contra o Internacional

A queda de Marquinhos Santos do comando do Bahia parece mesmo ser uma questão de tempo. Ameaçado no cargo por causa da sequência ruim de resultados – são nove partidas sem conseguir vencer – o treinador tem o jogo de tudo ou nada contra o Internacional, na noite deste sábado, na Arena Fonte Nova. Entretanto, há quem diga que, independentemente do resultado da partida, o técnico será demitido. E, neste caso, o Bahia não deve ficar muito tempo sem um comandante.

Gilson Kleina foi procurado pela diretoria do Bahia

Apesar de o clube não confirmar qualquer tipo de negociação, Rodolfo Machado, que se diz assessor de Gilson Kleina, confirmou que houve um contato do Tricolor e as conversas foram iniciadas. A única pendência seria a definição da diretoria do Bahia sobre o futuro de Marquinhos Santos.

- Existiu o contato e tem o interesse das duas partes. Só que alguma coisa oficial só será dita após o jogo de hoje. Vamos respeitar o trabalho do rapaz. Existe, inclusive, interesse da parte de Gilson Kleina – afirmou Machado em entrevista ao GloboEsporte.com.

Mais tarde, a reportagem conversou com o próprio Gilson Kleina, que desautorizou Rodolfo Machado a falar em seu nome. O treinador se disse feliz com o interesse do Bahia, mas prefere respeitar o trabalho de Marquinhos Santos antes de se pronunciar de forma mais contundente.

- Eu conheço o Rodolfo Machado, mas não é ele que pode falar por mim. Quem tem autorização são Anderson (Suave, empresário) e o meu assessor. Fico lisonjeado com o interesse do Bahia, mas sempre primei pela ética. Jamais entraria em negociação com um clube que tem um profissional empregado - afirmou.

Desempregado desde que deixou o Palmeiras no começo de maio, Kleina ainda tem parcelas a receber do clube até agosto, por conta da multa rescisória acertada em forma de seguro desemprego. Se acertar com o Bahia ou qualquer outro clube, ele para de ter direito a receber este benefício. O contato entre Tricolor e o comandante, que tem interesse em voltar ao mercado da bola, foi iniciado nos últimos dias e as conversas estão em andamento.

Desde que saiu do Verdão no começo de maio, Kleina disse ter recebido propostas de alguns clubes. De acordo com Rodolfo Machado, o Vitória foi uma das equipes a procurá-lo. Durante o tempo livre, o técnico aproveitou para ficar com a família e acompanhou de perto três jogos da Copa do Mundo. Ele planejava retornar ao futebol após o torneio e agora tem o objetivo perto de ser concretizado. Com o Bahia na 16ª posição, ameaçado pelo rebaixamento, a principal meta do possível novo treinador seria a manutenção da equipe na Série A.

Até a semana passada, Gilson Kleina era prioridade na Ponte Preta. Os dirigentes paulistas apostavam no bom relacionamento dele com a equipe para fechar o negócio. Entretanto, a questão salarial impediu um desfecho positivo. A diretoria da Macaca entendeu que o treinador elevou o patamar salarial após a passagem pelo Palmeiras e acertou com Guto Ferreira.

Após um bom trabalho no time do interior paulista (acesso para a Primeira Divisão, semifinal do Paulista e oitavas da Copa do Brasil), Kleina foi contratado em setembro de 2012 pelo Palmeiras. A missão dele seria evitar o rebaixamento, o que não aconteceu. No ano passado, o treinador guiou o Verdão no retorno à elite do futebol nacional. Mas não suportou a queda de desempenho nesta temporada e foi demitido.

Marquinhos Santos tem jogo decisivo contra o Inter

Apesar de Rodolfo Machado revelar o contato e de Kleina se dizer lisonjeado com o interesse, a versão oficial do Bahia é de que não há nada neste sentido. O diretor de futebol do clube, Ocimar Bolicenho, reconheceu o momento delicado da equipe, mas negou que houvesse feito qualquer tipo de sondagem. Bolicenho ainda disse que é preciso ter calma para avaliar o trabalho feito por Marquinhos Santos.

- Desconheço qualquer tipo de negociação. Da minha parte não houve qualquer negociação. Óbvio que o treinador está sempre complicado, sempre dependendo do resultado. É normal isso. Mas não é simples trocar de treinador. Tem a parte financeira e tem, também, o trabalho que foi iniciado, a intertemporada toda feita. Não tem nada nesse sentido (mudança de treinador) e hoje vamos para o jogo com o técnico que está aí, com Marquinhos Santos – defendeu Ocimar Bolicenho.

A definição sobre o futuro do comando técnico do Bahia só deve se tornar pública após o jogo contra o Internacional. O duelo será às 21h (de Brasília), deste sábado, na Arena Fonte Nova.


Fonte: Marcelo Hazan e Raphael Carneiro/GE.COM

Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação e Felipe Oliveira/Divulgação/EC Bahia