Postado por - Newton Duarte

Todos no mesmo bolo, inclusive nós

Todos no mesmo bolo, inclusive nós


Não está fácil pra ninguém, mas há chance pra todo mundo. O Brasileirão 2013, após 11 das 38 rodadas disputadas, aponta uma linha de frente sem nenhum dos três times que eram tidos como favoritos em maio, quando o campeonato começou: Corinthians, Fluminense e Atlético-MG. Desse trio, o Atlético-MG é o único que não se dedicou ao Brasileirão, pois só tinha olhos para a Libertadores e usou time reserva em algumas partidas do nacional. Por causa dessa prioridade, a má campanha do Galo é esperada: jamais um time ganhou a Libertadores e o Brasileiro no mesmo ano.

A pausa da Copa das Confederações, esperada por quase todos os clubes para reforçar o elenco, teve efeito prático contrário. E como acontece todo ano, o Verão europeu enfraqueceu o nível do futebol brasileiro. Além de Neymar, a janela de transferências levou Paulinho e Wellington Nem (Thiago Neves também), e com isso Corinthians e Fluminense perderam o diferencial que os colocava num patamar bem superior à concorrência. O Atlético-MG, além da desmotivação natural da ressaca, perderá Bernard, talento com nível de Seleção.

Com o enfraquecimento do Fluminense (atual campeão brasileiro), do Corinthians (atual campeão do mundo) e do Atlético-MG (atual campeão continental), o Brasileirão perdeu suas referências de time top de linha. E abriu vaga para os até então intermediários chegarem. Por isso o momento é propício para times como o Botafogo, que mantém a boa base do ano passado (Andrezinho e Fellype Gabriel saíram, mas ao contrário dos outros citados, não eram insubstituíveis); como o Cruzeiro, que contratou um caminhão de jogadores de qualidade no início do ano, como Everton Ribeiro, Dedé, Ricardo Goulart, Dagoberto, e agora colhe os frutos do entrosamento; o Coritiba, que perdeu Rafinha no meio do ano, mas tem o craque do campeonato (Alex) como exemplo de líder e a força de um conjunto bem treinado; e também para a dupla Ba-Vi.

Hoje, Bahia e Vitória são times organizados em campo, o que já é um ponto de partida e tanto. Cada jogador sabe a função que lhe cabe, reflexo de uma proposta de jogo implantada pelos treinadores e assimilada pelo elenco. O Vitória tem mais talento ofensivo e aposta na filosofia de sempre buscar o ataque. Possui mais jogadores com capacidade individual de decidir o jogo, tem um entrosamento conquistado ao longo do estadual e joga na base do toque de bola.

Taticamente, segue o modelo clássico e vencedor do futebol brasileiro, com um camisa 10 típico que aciona o centroavante, põe os laterais pra correr e aparece para finalizar. Quando Cajá consegue fazer isso e quando Nino não está machucado, o Vitória joga em alto nível e faz muitos gols – leva muitos também, pois ainda falta achar a fórmula defensiva. Mas Cajá caiu de rendimento, e o time sentiu.

Já o Bahia começa a colocar em prática os conceitos que Cristóvão estudou do futebol europeu enquanto esteve desempregado e tem conseguido passar com clareza ao elenco: compactação, alta intensidade e mentalidade competitiva. Atuando perto um do outro, todos participam da fase ofensiva e também da defensiva, com Wallyson e Marquinhos voltando pra marcar o lateral adversário e Fernandão correndo muito. Os três volantes, símbolo do ferrolho montado por Joel Santana, agora têm não só liberdade como a obrigação de iniciar as jogadas ofensivas. Jogam com e sem a bola; antes, só jogavam sem.

No bate-papo de quinta-feira passada, publicado sexta no CORREIO, Cristóvão falou que “pelo que o Bahia vem fazendo, tem que aumentar o sonho”. Concordo e incluo o Vitória na frase. Sonhar alimenta a alma e eleva a autoestima diante da dura rotina. Nossos times não são favoritos, sabemos. Mas pelo que o campeonato vem mostrando, até agora ninguém é.


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Fonte: Herbem Gramacho – Correio*

Imagem: Direto de Angola