Postado por - Newton Duarte

Weidman invencível diante de um Lyoto duro na queda; Ronda, apenas Fulminante

Weidman vence Lyoto em grande luta e mantém título dos médios do UFC

Americano vai bem, resiste à pressão no fim e prova que vitórias sobre Spider não foram sorte ao bater Dragão por decisão unânime no UFC 175

Tem que respeitar Chris Weidman. Duas vitórias sobre Anderson Silva e, agora, uma sobre Lyoto Machida. Simplesmente dois brasileiros entre os maiores nomes do MMA mundial. O americano entrou de vez para esse seleto grupo de elite na noite deste sábado em Las Vegas (madrugada de domingo no Brasil), no UFC 175, ao derrotar o Dragão por decisão unânime dos jurados (49 a 45, 48 a 47 e 49 a 46) num grande combate de cinco rounds na Mandalay Bay Arena. Com uma postura agressiva e combinando bem o jogo em pé com as quedas, Weidman manteve o cinturão dos médios (até 84kg) do Ultimate e provou que os inesperados triunfos em cima do Spider ficaram longe de ser sorte.

- O plano era manter a luta em pé, mas Weidman é um oponente de verdade, um ótimo campeão e mereceu ficar com o cinturão - disse Machida no microfone do UFC ao final do duelo.

Chris Weidman venceu Lyoto Machida por decisão unânime no UFC 175

Weidman teve um início de luta dominante, não dando espaço para o famoso contra-ataque de Lyoto. Foi assim nos três primeiros rounds. O brasileiro reviveu no quarto assalto com várias bombas que pegaram em cheio e fazia o mesmo no quinto até o campeão botá-lo para baixo para garantir a vitória. O finzinho ainda teve muita emoção, quando Lyoto partiu com tudo para cima, mas Weidman suportou a pressão.

Aos 30 anos, o "All-American" agora tem um cartel de 12 triunfos em 12 combates. Ainda não se sabe quem será seu próximo adversário, e Vitor Belfort aparece com boas chances de ser escolhido. Já Lyoto, de 36 anos, sofreu a quinta derrota da carreira de 26 lutas. Ex-campeão dos meio-pesados (até 93kg), ele perdeu também a chance de fazer companhia a Randy Couture e BJ Penn no hall dos atletas que já conquistaram cinturões em duas categorias de peso diferentes.

Chris Weidman foi superior a Lyoto Machida na maior parte da luta

Lyoto cresce no decorrer da luta, mas Weidman vai bem

O primeiro round já teve Weidman indo muito para cima e acertando alguns bons golpes em Lyoto. Ele começou chutando para mostrar ação, com o adversário sempre andando para trás. O americano foi nas pernas, mas o brasileiro evitou a queda. Weidman acertou boa combinação de boxe, ganhou confiança e cercou o desafiante. Lyoto atacou com um jab no rosto. E Weidman encaixou um cruzado no final do primeiro round.

Weidman voltou ao ataque no segundo assalto, mas Lyoto se esquivou melhor. O brasileiro conectou bom cruzado e um chute na barriga. O americano encaixou um soco curto, e Lyoto mandou uma bomba no vazio. Mais acelerado, o Dragão chutou alto, depois conectou um overhand. Weidman foi nas pernas e desta vez conseguiu a queda. Ele pressionou o rival contra a grade, soltou bons golpes e, quando Lyoto se levantou, ainda mandou boas joelhadas no clinche para cima do desafiante.

Weidman tentou nova queda logo no início do terceiro round, mas Lyoto defendeu bem. O brasileiro aplicou belo chute no rosto antes de defender mais uma queda. Na terceira tentativa, o americano conseguiu botar para baixo e caiu por cima, soltando alguns socos. Machida conectou uma cotovelada mesmo por baixo e na sequência se desvencilhou. De novo em pé, Weidman acertou ótima combinação e balançou Lyoto. Emendou outra combinação e deixou o adversário bem tonto, com um sangramento na testa. O campeão botou para baixo e conectou uma série de golpes no rosto.

Campeão acerta chute baixo em Lyoto Machida

Lyoto chutou bem no começo do quarto round e trocou bons golpes com Weidman. Os dois se embolaram, e o americano saiu com uma joelhada. O brasileiro conectou um direto e balançou Weidman. Foi para cima, acertou mais golpes e empolgou a torcida brasileira. Lyoto defendeu a queda e acertou um soco curto. O Dragão foi para cima no final e terminou o assalto com um diretaço que pegou em cheio, revivendo no duelo.

Weidman tentou botar para baixo de cara no último assalto para garantir a vitória. Lyoto defendeu e chutou. O americano reclamou de golpe baixo, mas a luta prosseguiu. Mais rápido, Lyoto seguiu acertando mais golpes na trocação. O americano contra-atacou, mas o brasileiro mostrou não sentir. Os dois partiram para a trocação franca, com ambos conectando socos potentes. Weidman cresceu de novo no finzinho, conseguiu uma queda e caiu por cima. Ele fez força para manter o desafiante por baixo. O campeão pegou as costas e castigou, mas Lyoto ainda se levantou. O brasileiro acelerou com tudo nos segundos finais, acertou boa sequência, mas Weidman continuou de pé e ainda chamou o rival para mais um pouco de trocação antes do gongo, mostrando que estava bem.

O americano provou quão dura foi a luta ao responder no microfone do UFC se chegou a ficar mal em algum momento dos 25 minutos de confronto:

- Provavelmente. Não consigo lembrar agora - afirmou, bem-humorado.

Ronda revela lesões no joelho e na mão e diz que vai passar por cirurgia

Campeã dos pesos-galos femininos conta que ambos os problemas são antigos, mas que estará à disposição do UFC assim que estiver saudável

A americana Ronda Rousey conseguiu a segunda vitória em disputa de cinturão mais rápida da história do UFC ao nocautear Alexis Davis em apenas 16s no UFC 175, na madrugada deste domingo. Mais impressionante ainda foi que a campeã dos pesos-galos femininos o fez com lesões na mão direita e no joelho direito, que ela revelou após a luta. Ronda precisou levar pontos numa articulação da mão direita após o duelo, e disse que ambos os problemas são antigos.

- Parece que nos meus últimos dois camps, eu continuei abrindo minha articulação, e ao cobrir e seguir batendo com ela, acho que infectei, e acabou gerando um cisto embaixo dela. Depois da luta com a McMann, eu deveria ter levado mais a sério, ter ido a um doutor e retirado o cisto, mas não fiz isso, e abriu de novo quando acertei o primeiro overhand de direita. Tive de levar nove pontos na mão. Espero que o cisto tenha ido embora, mas tenho que ir ao médico e garantir. Quando ao joelho, a cirurgia é mais de manutenção que tenho que fazer. Não é nada muito sério, é uma artroscopia, e eu poddo me operar e sair andando depois de duas semanas - disse Rousey, que, todavia, lembrou que é canhota e, portanto, "está tudo bem".

Rousey após o UFC 175: lutadora quer ser uma das melhores de todos os tempos

O problema no joelho direito, todavia, é crônico para a campeã, que disse sofrer com dores na região desde os tempos em que competia no judô.

- Eu rompi meu LCA (ligamento cruzado-anterior) quando tinha 16 anos, e quando eu fazia judô eu fazia cirurgia a cada dois anos. Quando comecei MMA, ele curou muito e não tive mais tantos problemas. Mas quando eu enfrentei Miesha e McMann em seguida, eu botei muita pressão nele, sem descansar, e pratiquei muito wrestling, especialmente contra a McMann, e ele começou a incomodar de novo. Depois da luta com McMann, melhorou um pouco. Eu sabia que tinha que operar, mas não era iminente, meu joelho estava bem estável. Todos os ligamentos estão bem, é só "lixo" flutuando ali me incomodando. No "Media Day", eu sabia que estava me incomodando de novo, mas depois que terminei, pareceu se resolver. É algo meio irritante, e melhorou neste camp porque fiz menos wrestling, mas preciso cuidar disso, não posso adiar para sempre e arriscar ficar pior - explicou.

Ronda Rousey disse ainda que está à disposição do UFC quando se recuperar das cirurgias, e que gostaria de lutar no evento de fim de ano da companhia, como fez em 2013. Sobre a forma dominante que derrotou Alexis Davis, a campeã disse que o segredo foi sua motivação: ser uma das melhores de todos os tempos.

- Só parece (fácil) assim porque já sou muito motivada. Se eu parar de ser motivada, essas lutas vão durar muito mais, e ainda tenho muito a melhorar. Eu quero me aposentar invicta e como uma das melhores de todos os tempos, e isso demanda muito mais trabalho do que já fiz - analisou Rousey.


Fonte: Ivan Raupp, Evelyn Rodrigues e Marcelo Russio/Combate

Foto: Getty Images e Evelyn Rodrigues