Postado por - Newton Duarte

Patrocinadora do Barça se reserva ao direito de demitir funcionárias grávidas

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Barcelona firmou acordo com a Qatar Airways em março

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A frase acompanha o formulário de vagas para a Qatar Airways, uma das maiores companhias aéreas do mundo. A princípio, soa como apenas mais uma construída para atrair candidatos. Não é o caso. A empresa, que se tornou em março a principal patrocinadora do Barcelona, faz valer suas palavras e exige em contrato que suas funcionárias peçam aprovação para se casarem e se reserva o direito de demiti-las em caso de gravidez.

As revelações foram feitas pela federação internacional de trabalhadores de transporte (ITF), que teve acesso a documentos que comprovam a situação.

Entre os dias 24 de setembro e 4 de outubro, a entidade, que representa mais de 4,5 milhões profissionais em 150 países, tentou pressionar a Qatar Airways durante o encontro anual da classe realizado em Montreal, no Canadá. Na ocasião, foram divulgados flagrantes de abusos cometidos pelas companhias árabes, que proíbem os seus empregados de se unirem em associações e realizarem greves.

Com mais de 28 mil funcionários, a maioria deles estrangeiros, a Qatar assegurou o patrocínio máster do Barcelona ao custo de 95 milhões de euros (cerca de R$ 306 milhões) nas próximas três temporadas. Além de estampar a camisa de Lionel Messi, Neymar e companhia, o acordo inclui a presença de sua marca em uma das fachadas do Camp Nou, nos assentos e também no museu.

Em contato com a reportagem, o diretor de comunicação da ITF, Sam Dawson, informou que a companhia de linhas aéreas se silenciou após o evento no Canadá e manteve a sua política. Um novo comunicado a respeito do caso será divulgado pela federação nesta sexta-feira.

"Eles preferiram não se manifestar e negar as acusações, o que seria difícil considerando que temos um de seus contratos que incluem as cláusulas sobre as restrições de gravidez e casamento. Até aqui, não houve ainda nenhuma mudança evidente na atitude repressiva da empresa para com o seu estafe", afirma Sam Dawson ao ESPN.com.br.

Em seu idioma original, o contrato restrito às funcionárias apresentado pela federação na assembleia da categoria em Montreal, no começo do mês, diz o seguinte sobre casamento:

"You are required to obtain prior permission from the company, in case you wish to change your marital status and get married".

E sobre gravidez:

"The employee shall notify the employer in case of pregnancy from the date of her knowledge of its occurrence. The employer shall have the right to terminate the contract of employment from the date of notification of the pregnancy. Failure of employee to notify the employer or the concealment of the occurrence shall be considered a breach of contract".

Procurada pela reportagem, a Qatar Airways não se pronunciou até a publicação da matéria. Em entrevista concedida ainda em junho, o CEO da companhia, Akbar Al Baker, se defendeu das críticas que as companhias da região sofrem sistematicamente.

"Se você for e perguntar aos políticos da maioria dos países do Ocidente, eles adorariam ter o sistema que temos aqui: onde os trabalhadores têm os seus direitos assegurados através da lei e não através de greves e boicotando as instituições que lhe oferecem empregos", disse Al Baker ao Arabian Business. "Se você não tivesse essas associações (como ITF), você não teria problema de falta de emprego no Ocidente. É um fenômeno causado por essas organizações que fazem das empresas deficientes", prosseguiu.

Desde o anúncio do patrocínio ao Barcelona, a Qatar Airways tem estreitado os seus laços com o clube, divulgando que seis de suas aeronaves serão pintadas com as cores do time e lançando pacotes para jogos no Camp Nou.


Fonte: Marcus Alves – ESPN

Foto: Reprodução