Postado por - Newton Duarte

Pittoni comemora boa fase como maestro tricolor

No Bahia desde o ano passado, Pittoni comemora boa fase como maestro tricolor

Unanimidade no meio campo de Sérgio Soares, paraguaio espera fazer história com a camisa do Esquadrão

Wilson Pittoni, 29 anos, está no Bahia desde o ano passado. Bicampeão baiano com a camisa tricolor, ele comemora a boa fase e o recomeço no clube. Em 2014, o paraguaio não se firmou no time e acabou emprestado ao Olimpia, do Paraguai. Esse ano, é titular absoluto e peça fundamental no esquema do técnico Sérgio Soares. Feliz com a nova história que está escrevendo, Pittoni bateu um papo exclusivo com o CORREIO. Posicionamento dentro das quatro linhas, ídolos e renovação são algumas das temáticas da entrevista. 

Como é sua relação com  Maxi? Vocês só andam juntos...

Eu e o Maxi já nos conhecíamos há muito tempo, na base do Libertad. Praticamente crescemos juntos, futebolisticamente. E agora o destino nos colocou juntos de novo aqui no Bahia. Ano passado, infelizmente as coisas não aconteceram como a gente planejou, mas já passou, já ficou pra trás. Agora esse Bahia é novo e a gente está feliz.

Maxi até brinca te chamando de Pirlo. É um jogador cujo estilo você se identifica?

Na verdade eu gosto dos jogadores que sabem jogar com a bola. Tipo Pirlo, Xavi, Xabi Alonso, esses caras eu sempre assisto quando jogam. Estava assistindo Bayern x Barcelona, procuro aprender muito desses jogadores. Maxi fica me chamando de Pirlo só pra me zoar, mas fico feliz que é uma comparação boa.

E qual seu ídolo no futebol?

Lá no Paraguai jogava um 10 canhoto, no Cerro Porteño, era um jogador que jogava nos anos 2000, 1998, jogou na seleção: Guido Alvarenga. Não cheguei a conhecê-lo. Quando eu fui da base do Libertad, ele foi também para o clube, no profissional. Mas ali já estava quase encerrando a carreira. O vi de perto, ficava feliz o vendo treinando. Ele era meia tipo D’Alessandro.

Pittoni revela que está feliz no Bahia (Foto: Felipe Oliveira/ECBahia)

Você jogou em muitas posições no Bahia. Agora parece ter achado a sua. Houve conversa com Sérgio Soares a respeito?

Eu cheguei a falar com ele que gostava de jogar de volante, como primeiro ou como segundo, mais como segundo pra sair mais pro jogo. Mas como ele precisou de mim ali (como primeiro), eu fiquei feliz naquela posição. Graças a Deus a gente está indo bem, eu também fico feliz por isso. Temos que continuar assim, pois está começando só, ainda falta muito.

Como avalia sua passagem pelo Figueirense?

No Figueirense eu fui muito bem. Joguei todos os jogos, foi lá minha primeira convocação para a seleção, nas eliminatórias. Eu estava bem, o time estava bem. Só que aí eu machuquei o tornozelo, quebrei três ligamentos, fiquei parado quase seis meses. Ali eu estava voando, como se fala aqui. Infelizmente quando eu voltei para 2012 o time estava mal, tudo estava mal, a diretoria. O time caiu para a Série B. Tiveram brigas da diretoria com jogadores. Eu era jogador de Eduardo Uram (agente de atletas) e todos os jogadores ficaram afastados por uma briga dele com a diretoria, inclusive eu. Mas graças a Deus, futebol tem suas voltas. Acabei indo pro Olímpia, fui muito bem de novo, cheguei na final da Libertadores. No Figueirense foi especial pela convocação, fiz gols, mas a lesão atrapalhou.

A seleção paraguaia vive um momento ruim, foi última nas Eliminatórias 2014. Você acompanha o futebol paraguaio?

A seleção nos últimos tempos é uma incógnita. Não se está trabalhando bem. Minha seleção está num caminho errado. Tem jogadores que não estão jogando nos seus times, mas foram convocados. Por isso te falo: quando não se trabalha seriamente, nada vai dar certo. Mas vou torcer por eles na Copa América e eu vou seguir trabalhando aqui. Quando um jogador trabalha sempre tem sua recompensa.

Você hoje é uma unanimidade no time. Ano passado, foi bem diferente. Por quê?

Ano passado, graças a Deus, quando eu cheguei a torcida já me deu seu apoio. Em todos os jogos que joguei eles me apoiaram. Quando eu ia ser emprestado eles ficaram com raiva da diretoria, reclamaram, pediram para eu ficar. Mas quando um jogador não se sente bem, não se sente feliz, num lugar onde a coisa estava errada, é melhor sair. Como vocês viram também, o time não teve um final feliz. Por isso também decidi sair. Sabia que podia ajudar, mas não fiquei porque alguma coisa estava errada. Mas é melhor não falar disso, pois o futebol tem seus códigos e é melhor ficar calado. Agora é desfrutar dessa boa fase, aproveitar, pois ainda falta muito para comemorar alguma coisa.

E os gols?

Não fez nenhum no ano. Até teve chance na final contra o Vitória da Conquista...Ali já tive chance pra fazer. Tentei um grande lance (cobertura), mas não consegui. Acho que ainda vou conseguir fazer cinco gols neste ano (risos).

Está treinando faltas?

Eu estou treinando aí com o Souza. Tô deixando pra ele, mas agora não vou deixar mais, não. Já falei a ele que quando for mais perto, eu vou bater. Já não vou deixar pra ele mais (risos).

Ficou frustrado em não receber prêmios individuais no primeiro semestre, já que ficou fora das seleções da Copa do Nordeste e Campeonato Baiano?

A gente que sabe de futebol, a gente que vê futebol, sabe quem foi o melhor jogador. Eu não vou falar que fui eu, mas todo mundo sabe o que eu fiz. Fiquei tranquilo quanto a isso. Isso aí não tem que abaixar a cabeça. Ao contrário, trabalhar mais ainda pra seguir melhorando.

Mas sua esposa não aceitou assim tão bem o resultado da premiação. Fez até uma postagem provocativa nas redes sociais (ela aparece ao lado da taça, dedo médio em riste)...

É normal, a mulher também é parte da família. Ela ficou um pouco nervosa. Eu não vi o que ela fez aquele dia na foto. Ela tirou a foto e postou direto. Eu só vi depois, quando estava todo mundo comentando a foto. Apenas sorri.

Apesar da sua timidez, o que pode dizer ao torcedor do Bahia neste momento? Pensa em ficar por mais tempo aqui? O contrato termina em dezembro.

Na verdade eu sou tímido pra falar com a imprensa, pra tirar foto com o torcedor, essas coisas. Mas aqui no grupo eu brinco com todo mundo, com os mais jovens. Sou normal aqui, mas quando vou falar ou tirar foto eu fico tímido na verdade. Desde o primeiro dia que cheguei com minha família, gostamos muito. A gente não queria ir mais embora. Mas você sabe como é o futebol. Estamos muito felizes, meus filhos estão adaptados aqui. Só resta esperar pra ver o que vai acontecer lá na frente pra ver se a gente fica ou sai.