O gol na última partida, contra o São Paulo, encerrou um jejum de nove jogos sem marcar do meia Régis. Além de importante por ajudar o Bahia a vencer e se afastar da zona de rebaixamento, o gol também pode ser simbólico para o jogador. Depois de se recuperar de uma lesão muscular sofrida em junho, Régis alternou bons e maus momentos, chegou a ocupar o banco de reservas e só agora readquiriu sequência na equipe principal [reveja o gol no vídeo abaixo].
Apesar de passar pelo jejum, o meia se manteve no topo da lista da artilharia do Bahia na temporada: tem 12 gols marcados, cinco a mais que Hernane, vice-artilheiro. Régis, porém, prefere não exaltar a marca pessoal. Em entrevista ao GloboEsporte.com, ele afirma que um outro jejum incomodava mais. Antes de bater o São Paulo, o time lutava contra uma sequência de cinco jogos sem vencer em casa.
- Feliz por voltar a marcar, por estar ajudando a minha equipe, que é o principal objetivo. E agora é dar sequência no trabalho para poder ajudar em todos os jogos. [...] Voltar a marcar é sempre bom, ainda mais no momento que a gente estava vivendo. A gente precisava desse triunfo, precisava pontuar dentro de casa, porque fazia acho que cinco jogos... Então fico feliz – diz Régis.
- Questão de incomodar, não. Eu me cobro bastante para estar ajudando, quero estar sempre colaborando de alguma forma dentro de campo. Mas o importante agora é que eu voltei bem, pude ajudar, dando assistência, fazendo gol e conseguindo os triunfos, que é o que importa para a gente.
O gol e a assistência aconteceram pouco mais de um mês depois que Régis sofreu um estiramento no músculo posterior da coxa direita, que o deixou fora de seis jogos do Bahia, até retornar contra o Corinthians, no dia 22 de junho. Recuperado, mas ainda sem ritmo, ele chegou a ficar no banco de reservas até assumir o posto de titular na partida contra o Vitória.
- A lesão que eu tive foi uma lesão delicada. Foi na posterior bem em cima, disco tibial acho, que os médicos dizem. Então, para voltar, eu tinha que ter um tempo de treinamento. Só que, como era jogo atrás de jogo, então eu não tive esse tempo para treinar. Aí a gente teve que fazer na correria, aproveitar o máximo possível dos dias que estava tendo treino, para estar pegando ritmo o quanto antes. Porque a gente vem numa batida desde o começo do ano... Aí a gente para totalmente. Porque, com essa lesão, não pode fazer nada, tem que ficar totalmente parado. Aí depois você voltar no mesmo ritmo, querendo ou não, você demora um tempo. Mas, graças a Deus, tudo isso passou, estou bem, estou 100% para estar ajudando a minha equipe. Estou bem. Ainda mais agora, com essas semanas cheias aí que vamos ter. Não vamos ter jogo em meio de semana. Isso vai ajudar bastante para estar me condicionando mais e mais.
Mesmo de volta ao time titular, Régis seguiu distante do rendimento que o fez ser eleito craque do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste. Foi substituído no intervalo do jogo contra o Avaí, virou reserva e sequer entrou em campo contra o Santos. Ele reconhece que voltou com rendimento abaixo dos companheiros e admite que ficou incomodado com o período no banco de reservas.
- A gente volta um pouco abaixo, pelo tempo que a gente fica na recuperação. Mas isso é passado. Agora é daqui para frente, pensando jogo a jogo. [...] Incomoda [ficar no banco de reservas], até porque a gente quer estar ajudando, quer estar dentro de campo, ajudando de alguma forma. Mas a gente respeita as opções.
Régis garante que o período no banco se deu por opção do então técnico Jorginho e que respeitava a decisão do comandante.
Apoio a Preto Casagrande: “Cara que todo mundo gosta”
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Após 14 jogos, sem engrenar no Bahia, Jorginho foi demitido no dia 31 de julho. A partir daí, a diretoria tricolor começou a busca por um novo treinador. Enquanto o substituto não é contratado, o auxiliar técnico Preto Casagrande permanece à frente do time: conquistou um empatefora de casa contra a Chapecoense e uma vitória na Fonte diante do São Paulo.
Apesar da pouca experiência de Preto como treinador, Régis vê o auxiliar preparado para a função e destaca a maneira com que ele lida com os jogadores. Em enquete do GloboEsporte.com, a maioria dos torcedores aprovam a efetivação dele como técnico do Bahia.
- É um cara muito querido pelo elenco. Desde o ano passado, ele tem nos ajudado bastante. Está preparado para o momento agora, com certeza. Tem a nossa confiança. Então a gente vai fazer de tudo para estar ajudando ele. É um cara que todo mundo gosta. Tem abertura para conversar, para expor o que cada um pensa dentro de campo. Não tem o que falar... A gente está junto com ele, e vamos até o final – confia o meia do Bahia.
Confiante no trabalho de Preto, Régis espera um segundo turno mais difícil para o Bahia. Com 23 pontos, o Tricolor busca dobrar a pontuação para chegar a 46 para eliminar as chances de rebaixamento.
- A gente sabe que vai ser muito difícil esse segundo turno. A gente já passou por isso no primeiro turno. A gente vai pensar jogo a jogo. E procurar pontuar. Pontuar fora, pontuar em casa, porque isso vai ser importante, que é a reta final do campeonato. Quem der menos brecha vai conseguir uma posição legal dentro da tabela.
Interesse de fora e futuro no Bahia
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Régis garante que somente após terminar a temporada e cumprir os seus objetivos com o Bahia vai pensar no futuro. Destaque do time no início do ano, o meia admite que recebeu propostas de outras equipes, entre elas o Internacional. Segundo o jogador, uma conversa com o presidente Marcelo Sant’Ana foi importante para a permanência no clube.
- Houve interesse, sim. Não só do Internacional, mas de outras equipes também, de fora do país. Mas eu tive uma palavra com o presidente [Marcelo Sant’Ana], tenho um carinho por esse clube e quero cumprir o meu contrato, que vai até o final do ano.
Emprestado ao Tricolor até o fim da temporada, o meia afirma que não iniciou conversas sobre uma possível renovação. Ele prefere, antes encerrar a campanha no Brasileiro e confirmar a manutenção do time na Primeira Divisão.
- Por enquanto, não [discutiu renovação]. Estou focado em terminar o ano bem, deixar o Bahia na melhor posição possível no Campeonato Brasileiro. Aí depois meu empresário, meu pai, e o presidente aqui, eles vão conversar para ver o que é melhor para mim - finaliza.
Fonte: Globo Esporte