O ano de 2018 do meia Allione não vem sendo nada fácil: atuações apagadas, reserva, uma transferência para o Racing que não se concretizou e a suspeita de uma grave lesão no joelho. Porém, neste final de temporada, o argentino busca recuperar o tempo perdido e reconquistar seu espaço no elenco do Bahia.
Em 2017, Allione foi um dos destaques do Tricolor, sendo o principal líder de assistências na temporada, com 12. Por conta disso, o Bahia anunciou a sua permanência no elenco para 2018 em uma ação promocional com sócios-torcedores que o transformou em um garçom de um restaurante. Porém, neste ano, o meia só deu um passe para gol.
Outra questão determinante é o número de jogos: em 2017, Allione fez 43 partidas, sendo apenas sete como reserva, marcando três gols, um deles no Ba-Vi da semifinal da Copa do Nordeste. Já na atual temporada, o meia fez 26 jogos, apenas sete como titular, marcando apenas um gol: contra o Botafogo, em julho, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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Desde julho, Allione jogou apenas duas vezes, a última no jogo contra o Botafogo, na semana passada, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
Em entrevista ao site Globo Esporte, o meia admite que não vem tendo um papel decisivo neste ano, mas espera conseguir aproveitar os últimos jogos da temporada para ter uma melhor produção e conseguir um espaço com o técnico Enderson Moreira:
Esses seis meses foram ruins. Essas 26 partidas parecem que é muito. Mas se for contar os minutos, não foram os minutos que eu esperava. No Brasileiro, não chega a 300 minutos o que eu joguei. Então, claro que minha análise do primeiro semestre é ruim. Preciso me focar 100% aqui, melhorar, para que esses números aumentem, que não fiquem iguais a esses meses que passaram
Negociação com o Racing
No último mês de julho, Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, anunciou que o Palmeiras, clube dono do passe do meia, havia vendido Allione ao Racing, da Argentina. O Tricolor baiano receberia uma compensação financeira conhecida como "taxa de vitrine". Porém, a negociação falhou e o meia não assinou com o clube argentino.
Segundo o Racing, Allione foi reprovado nos exames médicos por conta de uma lesão no joelho. O meia estava interessado na transferência, já que voltaria a estar mais próximo da família e jogaria a Libertadores. Porém, ao retornar a Salvador, o jogador recebeu todo o apoio do Bahia e viu que precisava retribuir ao clube:
Negócio meio chato para o jogador que vai em busca de outros objetivos, sonhos. Quando isso não dá certo, lógico que abate um pouco. Me abateu, acho que abateria a maioria dos jogadores. Tive apoio da minha família, de gente que está sempre comigo aqui no clube. Foi ruim aquela semana, mas coloquei na cabeça que tinha que voltar para cá e fazer meu melhor para mudar um pouco a cara do que foi o primeiro semestre.
O Bahia e o Palmeiras acreditam que a reprovação de Allione nos exames médicos era uma desculpa do Racing para não pagar o valor pedido pelo jogador. O argentina não descarta esta teoria:
Também pode ser. Pode ser que isso tenha ajudado na decisão deles. Infelizmente, não estou na cabeça das pessoas encarregadas disso. Por isso agradeço ao Bahia por ter aberto os braços para mim novamente. Agora, como falei sempre, é esquecer isso, como já fiz, e ficar com a cabeça 100% no Bahia.
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Retorno devagar ao Bahia
Em agosto, Allione voltou ao Fazendão, mas só voltou a jogar na semana passada. A falta de jogos do meia fez com que muitos pensassem que ele realmente tinha um problema sério no joelho. Porém, o argentino falou que ficou sem jogar por conta de outro problema físico:
Eu voltei. Como fiquei quase vinte dias parado, entre negociações e tudo, quando voltei a treinar normalmente, tive um estiramento no adutor. E aí, talvez com minha vontade de voltar rápido, com uma semana voltei a treinar normalmente e senti um pouquinho de novo. Mas agora já estou zerado. E o negócio do joelho que apareceu não tem nada demais e não me impede de jogar
Allione agora está à disposição do técnico Enderson Moreira para os últimos dez jogos do Campeonato Brasileiro e para as quartas de final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético-PR. O meia quer aproveitar estas partidas para justificar a expectativa do início do ano e voltar a ser decisivo:
Estou trabalhando para isso. Depois, quando o treinador me der a chance, cabe a mim aproveitar. Acho que esses dois meses que faltam podem ser bons para mim e para o clube para dar uma virada de chave e já pegar uma sequência boa de triunfos, para sair dessa parte de baixo da tabela e pensar em uma outra coisa importante. E na Sul-Americana, se Deus quiser, a gente chega numa final e ser campeão
O meia está disponível para o jogo contra o Paraná, no próximo sábado (13), às 21h, no estádio de Pituaçu, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro.