Para o Bahia, estreia melhor impossível. O clube, que há 15 anos não vencia em uma rodada de abertura de Série A, triturou o Atlético-PR na Arena Fonte Nova abusando da velocidade do seu quarteto ofensivo: um 6 a 2 com autoridade. A equipe mostrou conceitos importantes, como marcação alta para pressionar a saída de bola adversária e pressão forte no portador da bola. Também houve falhas: o Tricolor demorou para encaixar a marcação e ofereceu espaços ao adversário.
Apesar do placar elástico, é preciso destacar a dificuldade do Bahia em entender o sistema de jogo do Atlético-PR e encaixar a sua marcação no momento da transição ofensiva do rival. O Furacão atuou com três zagueiros e dois alas bem abertos, o que dava amplitude à equipe e alargava a defesa tricolor.
Na saída de bola, a equipe paranaense procurava sair jogando mesmo com a pressão em cima dos dois zagueiros. Quando Weverton conseguia acionar Jonathan com sucesso pela direita, o Bahia tinha enorme dificuldade para fazer uma boa transição defensiva. O primeiro gol retrata bem isso. O Furacão inicia a jogada pela direita, gira para a esquerda e provoca a criação de espaços na defesa tricolor.
Repare na imagem abaixo como há espaços na defesa do Bahia. Ainda assim, Guilherme é acompanhando de perto por Juninho.
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Quando ele abre o jogo com Sidcley, Juninho sai para fechar espaços e abandona a marcação de Guilherme, que recebe com muita liberdade para balançar as redes.
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Mas há mais pontos positivos do que negativos. A bola parada novamente funcionou, com a precisão na batida da bola de Juninho e a presença de área de Tiago.
O Bahia foi um time que esteve ligado o tempo inteiro. E, diferente de outras oportunidades, mostrou um apetite insaciável para marcar gols. Foram quatro em apenas sete minutos.
E eles saíram de maneira parecida: pressão no portador da bola, ou atenção para interceptar um passe, e descida em velocidade para o gol. Isso já havia acontecido nesse lance que Allione rouba a bola no campo de ataque e aciona Régis, que perde a chance.
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Três minutos depois, quando já tinha sofrido o segundo gol, Régis roubou a bola no meio-campo, Zé Rafael ficou com ela, carregou e empatou a partida.
Edson também foi peça importante na engrenagem tricolor, iniciando duas jogadas que terminaram em gol, inclusive presenteando Edigar Junio com assistência em uma delas. No segundo tempo, o volante foi recompensado com o gol que fechou a goleada.
É como Guto Ferreira faz questão de lembrar sempre: não se pode achar que está tudo lindo quando se ganha nem tacar todas as pedras do mundo quando se perde. No grande resultado que fez, o Bahia também pecou, porém acertou muito mais do que errou.
Fonte: Globo Esporte