Se o problema do Bahia era falta de um centroavante, os mais críticos sobre o time viram neste domingo, na partida contra o Fluminense, que a situação do time não pode ser resumida à mudança de uma peça. Em um jogo de amplo domínio do Tricolor, o técnico Jorginho recorreu a diferentes formas de jogar e o time seguiu sem conseguir marcar gols – fez só um no final da partida. Situação que fez a equipe conquistar apenas um empate e chegar a sete jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. [Veja abaixo os melhores momentos]

Segundo o site Footstats, o jogo terminou com 69% de posse de bola para o Bahia e 31% para o Fluminense. Por si só, esse número diz muita coisa sobre o que foi a partida. Com domínio das ações desde os primeiros minutos, o Tricolor ditou o ritmo. No total, o time finalizou 17 vezes, contra apenas cinco dos visitantes. Mas, na prática, isso pouco adianta se a bola não entrar.

O Bahia do primeiro tempo, com Vinicius como falso 9 e atuando da forma que se caracterizou nas últimas partidas, com jogadores de mobilidade na frente, criou mais e poderia ter sorte melhor não fosse o gol do Fluminense. Por sinal, gol que surgiu em saída de bola errada de Vinicius quando a defesa tricolor estava saindo da área. Quando ficou atrás no placar, o Tricolor aumentou o ímpeto e criou as suas oportunidades. Não foram tantas chances claras, mas suficientes para deixar o Bahia em tranquila vantagem se Mendoza tivesse aproveitado.

[caption id="attachment_35908" align="aligncenter" width="730"] Finalizações do Bahia no jogo contra o Fluminense (Foto: Reprodução / Footstats)[/caption]

Com o Fluminense fechado em duas linhas de quatro jogadores e atrás da linha da bola, o Tricolor teve tranquilidade para jogar até próximo da área do adversário. Inclusive, trabalhando a bola com liberdade nesse setor e chutando com perigo de longe. O time, porém, forçou jogadas pelo lado direito com Eduardo e abusou dos cruzamentos mesmo sem contar com um jogador de grande estatura para aproveitar a bola área. Talvez por isso o técnico Jorginho tenha tentado compensar essa desvantagem colocando mais gente dentro da área do Flu. Em muitos momentos, os volantes tricolores infiltraram nos cruzamentos, mas a falta de capricho de Eduardo nas levantadas atrapalhou. Ao todo, o Bahia fez 29 cruzamentos, contra seis do Flu no primeiro tempo.

O Tricolor veio para o segundo tempo com o tão pedido centroavante de referência. Sem condição de jogar uma partida inteira, segundo Jorginho, Rodrigão assumiu posto, e o Bahia continuou mandando no jogo. Mas a dificuldade era a mesma. A equipe chegava com tranquilidade na entrada da área do adversário, mas errava na conclusão e nas decisões finais.

Com Rodrigão, o Bahia buscou ainda mais a bola aérea, mas faltou tentar aproveitar a força do centroavante como pivô. Foram apenas três finalizações do estreante, que não mudou o ritmo do jogo. O Bahia conseguiu o empate em um lance isolado, conquistado graças a estrela de João Paulo. Jorginho reconheceu os problemas de criação do time em entrevista após o jogo.

- Colocamos o Rodrigão, ele não tinha condição de jogo ainda, teve apenas um treinamento com o grupo. Decidiu que o melhor era esperar para o segundo tempo. Se a gente tivesse vencendo o jogo, ele provavelmente não entraria. Mas a equipe está criando, está pecando ainda nesse passe final e conclusão final. A gente está chegando muito bem pelas laterais. O Eduardo fez uma excelente partida. O último cruzamento está faltando no lugar certo. A gente precisa treinar isso.

O jogo deste domingo mostra que não é jogando com um centroavante de ofício que o Bahia vai corrigir todos os seus erros e voltar a marcar mais gols. O time precisa que o conjunto funcione harmonicamente, principalmente algumas peças tão importantes, mas que caíram de rendimento, como Régis e Zé Rafael.

Fonte: Globo Esporte