Com conversa iniciada em Salvador, Bahia convence técnico a deixar a Chape e desembarca na capital baiana na próxima segunda-feira para assumir clube baiano

O Bahia, enfim, anunciou o substituto de Doriva, demitido na madrugada do último domingo. Na manhã desta sexta-feira, a diretoria tricolor anunciou, no site oficial do clube, a contratação de Guto Ferreira para comandar a equipe no restante da Série B do Campeonato Brasileiro. O contrato do treinador vai até o fim de 2016, mas tem uma cláusula de renovação automática até o fim de 2017 se a equipe voltar à elite do futebol nacional. Ele desembarca em Salvador na segunda-feira para assumir o comando da equipe baiana.

Guto havia comunicado à diretoria da Chapecoense, seu ex-clube, sua decisão de fechar com o Bahia nesta manhã. Ele comandou a última partida pela equipe catarinense na tarde de quinta, quando a Chape empatou com o Atlético-PR, pela 10ª rodada da Série A.

A negociação entres as duas partes foi facilitada por uma questão do destino. Com Doriva demitido, o Tricolor contou com uma ajuda da tabela do Brasileirão. A Chapecoense enfrentou o Vitória, na manhã de domingo, no Barradão. Assim, depois do duelo, os dirigentes do time baiano tiveram tempo de sobra para iniciar as conversas.

Após o jogo no Barradão, inclusive, Guto Ferreira evitou comentar o interesse do Tricolor, enquanto que o diretor de futebol da Chapecoense, Mauro Stumpf, ressaltou o compromisso entre as partes e manifestou o desejo pela permanência do técnico. Na quinta, após a partida contra o Furacão, o treinador havia dado prazo até esta sexta para receber uma resposta do Bahia em relação à contraproposta que havia feito. O prazo, de fato, foi cumprido.

ÍNTEGRA DA NOTA OFICIAL DO BAHIA

"O Esporte Clube Bahia comunica à Nação Tricolor que Guto Ferreira é o novo técnico do Esquadrão de Aço. O contrato vai até o fim de 2016, com renovação automática em caso de acesso até o fim de 2017.

Campeão catarinense deste ano, Guto vinha se destacando na Chapecoense, onde chegou a alcançar o G-4 neste início de Série A do Campeonato Brasileiro. Ele desembarcou em setembro de 2015, quando ajudou a manter o clube na elite nacional e a vencer o River Plate, então campeão da Libertadores, em jogo histórico pela Copa Sul-Americana.

Antes comandava a Ponte Preta, onde tem status de ídolo: em duas passagens pela Macaca (2012-2013 e 2014-2015), entrou na lista dos 10 treinadores que mais dirigiram o time, com 107 partidas. Foi finalista da Copa Sul-Americana, subiu na Série B de 2014 (com Renato Cajá no meio-campo), começou a Série A de 2015 na liderança (com Lomba e Cajá) e até recebeu título de cidadão de Campinas-SP.

Paulista de Piracicaba, Augusto Sérgio Ferreira, de 50 anos, começou a carreira nas categorias de base do São Paulo e do Inter – também sua primeira equipe na categoria profissional, em 2002. Após trabalhar em Portugal (Panafiel e Naval), passou por clubes como Criciúma, ABC, Portuguesa e Figueirense. No Mogi Mirim, obteve o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro.

Guto tem chegada prevista na próxima segunda-feira (27) a Salvador".

QUEM É GUTO FERREIRA

Guto foi contratado pela Chape em setembro do ano passado. O time alviverde havia sofrido uma queda de rendimento no Campeonato Brasileiro, e o treinador foi chamado para o posto de Vinícius Eutrópio, demitido. Cumpriu a meta de manter a equipe na Série A da competição nacional.

Pelo Verdão, Guto conquistou o título catarinense deste ano e esteve na área técnica na primeira partida internacional oficial do clube, na Copa Sul-Americana. Também comandou o time contra o River Plate. Em 2015, o aproveitamento do treinador foi de 43,1%, com cinco vitórias, sete empates e cinco derrotas. No fim do ano, as duas partes acertaram a renovação do vínculo. Na temporada de 2016, Guto teve 18 vitórias, 11 empates e cinco derrotas, com aproveitamento de 63,7 %. Desde que chegou ao Verdão, o aproveitamento geral é de 56,2%.

Guto começou a carreira como treinador nas divisões inferiores de São Paulo e Inter (onde, mais tarde, foi campeão gaúcho). Tem também experiência internacional: chegou a trabalhar em Portugal no início dos anos 2000, quando comandou o Penafiel e Naval. No futebol catarinense, além da Chapecoense, ele trabalhou também no Criciúma e no Figueirense. Já esteve à frente do comando de Portuguesa e Ponte Preta.

Foi na Macaca que teve mais tempo no futebol profissional. Comandou a equipe de Campinas em dois momentos. Na última passagem, levou o time para a elite do futebol nacional - teve altos e baixo em Campinas, da quase demissão à idolatria, ao iniciar de forma surpreendente o Brasileirão. No Majestoso, comandou a equipe em 107 partidas - somando as duas passagens pelo clube, com 51 vitórias, 28 empates e 28 derrotas, um aproveitamento de 56,38%.

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Fonte: Ge.com