Camisas de clubes deixaram de ser atrativas para multinacionais
Tida como a cereja do bolo dos clubes na hora de angariar patrocinadores, as camisas parecem ter deixado de ser um espaço atrativo para a exibição de marcas. Times tradicionais da Série A do Campeonato Brasileiro têm penado e não conseguido grandes contratos com multinacionais.
Nos anos 90 e 2000, a guerra das marcas era grande. Em 1999, por exemplo, houve o clássico dos laticínios com Batavo (Corinthians) x Parmalat (Palmeiras); TAM (São Paulo e Atlético Mineiro) x Varig (diversos clubes), fora a Petrobrás, com o lubrificante Lubrax, que passou quase 20 anos estampada no uniforme do Flamengo.
Hoje, é comum vermos times da envergadura mercadológica do São Paulo, Vasco, Palmeiras e Bahia com as camisetas literalmente em branco, salvo algumas exceções em espaços menos nobres.
Recentemente, Cruzeiro e Atlético Mineiro, campeões Brasileiro e da Copa do Brasil, respectivamente, receberam a notícia que o Banco BMG não renovará o contrato de patrocínio.
Outro clube que teve uma sinalização negativa quanto ao aporte de recursos em troca da marca estampada no uniforme foi o Fluminense, campeão do Brasileirão em 2010 e 2012. A Unimed é responsável pelo pagamento de atletas de alto padrão que vestem a camisa do Tricolor das Laranjeiras.
As quedas na audiência dos jogos exibidos na TV aberta podem estar contribuindo para a fuga dos patrocinadores. Em 2001 e 2002, quando o Campeonato Brasileiro ainda era no sistema de mata-mata, o ibope marcava 26 e 25 pontos respectivamente. Em 2012, a audiência ficou abaixo dos 20% pela primeira vez e até a décima segunda rodada deste ano a taxa caiu a 16,9 pontos percentuais.
Bancos dominam – As instituições financeiras são hoje os principais patrocinadores dos times brasileiros. BMG, Caixa Econômica Federal e Banrisul patrocinam pouco mais da metade dos clubes que estão na primeira divisão.
Na Bahia, o Vitória tem contrato com a CEF para exibir a marca do banco estatal em seu uniforme. O tricolor ainda não possui, pois há pendências com duas certidões. Enquanto isso, a sua camisa segue sem estampar nenhuma marca em seu principal espaço. Informações não oficiais dão conta de que, no BA-VI realizado no Brasileirão, o clube alugou seu manto sagrado por R$ 20 mil para uma academia de ginástica.
Audiência do Brasileirão, segundo o Ibope
2014 (12 rodadas) – média de 16,9% de audiência.
2013 (maio a dezembro ) – média de 17,%.
2012 (maio a dezembro) – média de 17,2%
2011 (maio a dezembro) – média de 21,1%
2010 (maio a dezembro) – média de 20,9%
2009 (maio a dezembro) – média de 23,2%
2008 (maio a dezembro) – média de 20,0%
2007 (maio a dezembro) – média de 21,1%
2006 (abril a dezembro) – média de 26,2%
2005 (abril a dezembro) – média de 27.5%
2004 (abril a dezembro) – média de 25,5%
2003 (março a dezembro) – média de 23,9%
Sistema de disputa no mata-mata
2002 (agosto a dezembro) – média de 25,2%
2001 (agosto a dezembro) – média de 26,2%