Comentaristas pedem mais rigor nas punições para brigas de organizadas

Neste domingo, torcedores do São Paulo entraram em confronto com a Polícia Militar, no Morumbi, durante clássico do Tricolor contra o Corinthians


Os casos de briga envolvendo torcedores em estádio de futebol continuam assombrando o esporte. Neste domingo, membros de uma torcida organizada do São Paulo entraram em confronto com a Polícia Militar, no Morumbi, no intervalo do clássico do Tricolor contra o Corinthians, após duas bombas estourarem no estádio. As imagens mostram confusão generalizada e até um homem carregando uma criança no colo para tentar fugir do tumulto enquanto outro é agredido por um policial, que quase atinge um menino com um golpe de cassetete.

Ocorreram conflitos também no estádio Independência, com briga entre cruzeirenses, e no Castelão, quando torcedores do Fortaleza promoveram atos de vandalismo após a eliminação do time na Série C.

Para o comentarista do SporTV Carlos Eduardo Lino, as torcidas organizadas devem ser responsabilizadas de forma civil e criminal, e os torcedores devem responder individualmente pelos seus atos. Além disso, na opinião dele, também se faz necessário que os clubes recebam punições esportivas.

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- Não sou contra torcida organizada, até acho que elas deveriam ser mais organizadas, mas tem que ter responsabilidade civil, ser responsabilizada criminal e financeiramente. Ter punição é fundamental. Os clubes são coniventes, normalmente financiam torcidas organizadas. Na maioria dos casos, elas recebem ingressos e os caras que fazem confusão estão ali, muitas vezes, porque ganharam ingressos. Tem que individualizar os torcedores, dar responsabilidade civil e criminal para as organizadas, punição esportiva para os clubes, fazer um conjunto de ações. Nenhuma ação isolada vai ter um efeito diante de ação tão complexa no futebol. Isso é endêmico. Se nossa sociedade não souber punir, não vai mudar nada disso - afirmou.

Torcida organizada do São Paulo enfrenta polícia no Morumbi

O também comentarista André Rizek foi outro a bater na tecla de que os clubes deveriam ser punidos com maior rigor nos casos de briga envolvendo seus torcedores nas partidas.

- Muitas vezes quem está assistindo em casa acha que somos duros demais ao exigir dos clubes. Pega o exemplo do Corinthians. Um garoto morreu no estádio por conta de um sinalizador que muito provavelmente saiu da torcida do Corinthians em direção a torcida do San José, na Bolívia. O clube não foi punido, jogou um jogo de portão fechado e só. Não aconteceu nada. Os mesmos que brigaram e não foram presos, foram identificados brigando em Brasília (na partida contra o Vasco). A mesma organizada levou sinalizador de novo no jogo contra o Luverdense. Se realmente fossem punidos, será que os torcedores não pensariam duas vezes antes de fazer isso? Temos exemplos no mundo de que punição esportiva ao clube acaba funcionando, e no Brasil é muito raro de a gente ver isso - concluiu.

Torcedor carrega criança durante briga entre policiais e organizada do São Paulo


Fonte: Troca de Passes - SporTV

Foto: Reprodução SporTV