Além de Preto Casagande, Diego Cerri também concedeu entrevista coletiva no Fazendão. O diretor de futebol do Bahia comentou a efetivação do ex-auxiliar técnico e explicou quais motivos levaram a diretoria do Tricolor a tomar essa decisão. Como interino, Preto comandou o Bahia em cinco oportunidades e teve um aproveitamento de 46,6%.

- O Preto nos mostrou que conhece a característica de cada jogador. Isso é algo que a gente não pode desprezar e precisa valorizar. Quando um treinador chega, ele demanda de um tempo para entender o time, saber qual estratégia utilizar. Como o Preto já estava aqui, já tinha essa experiência como auxiliar, isso pesou muito. Além disso, a efetivação prestigia toda uma comissão técnica de qualidade, que a gente confia muito. Os resultados também aconteceram, que é algo fundamental no futebol. Dos treinadores que passaram aqui na Série A esse ano, o Preto é quem tem a melhor média. Então quando você casa a estatística com esse fator aí de conhecer o grupo, saber o que extrair o melhor de cada um, a gente achou que era o momento de efetivá-lo – justificou.

A efetivação de Preto aconteceu depois de uma longa novela no Fazendão. Inicialmente a diretoria do Bahia havia dado um prazo de cinco jogos para avaliar o trabalho do então auxiliar técnico. A derrota para o Botafogo, no último jogo do prazo dado pelo clube, parece ter freado uma decisão do Tricolor, que levou mais dois dias até confirmar Preto como treinador. Questionado sobre a tomada de decisão, Cerri explicou o que aconteceu entre a demissão de Jorginho e a efetivação de Casagrande.

- Não foi de um dia para o outro, foi um processo. O Preto já vem trabalhando no clube há quase dois anos. Agora muda de figura. A nossa opção foi por deixar que ele conduzisse os treinamentos, os jogos, para que a gente pudesse avaliar todas as questões. A grande verdade é que o Preto, desde a primeira semana que atuou na função, mostrou que tem condições e está preparado. Poderíamos ter feito antes a efetivação, quando ele teve resultados melhores que na última partida, mas a gente de fato queria fazer algo que tivesse convicção aqui dentro. A gente queria ver inclusive como seria o comportamento do Preto lidando com adversidades, que é importante. A gente precisa saber lidar com todas as circunstâncias. Esse tempo foi importante para termos mais convicção e tomar a decisão com mais tranquilidade – disse.

Apesar do momento difícil em campo, Diego Cerri se mostrou confiante no trabalho de Preto e falou com tom de otimismo sobre permanecer na Série A. O Tricolor é atualmente o 14º colocado, com 26 pontos, um a mais que a Chapecoense, primeira equipe do Z-4.

- A gente tem convicção na permanência na Primeira Divisão. Isso é algo que já disse para os atletas, o trabalho que a gente faz e o elenco que a gente tem, poderia estar até mais acima. Consigo te listar vários jogos que fomos bem e acabamos não pontuando, então isso prejudica um pouco. A Série A é muito difícil. Times precisam entrar primeiro para pontuar, se distanciar daquela zona, depois você ganha confiança e começa buscar outros objetivos. A questão de evolução, nas últimas dez rodadas, o Bahia tem a sétima melhor campanha. No início do campeonato estávamos jogando bem e ganhando pontos. Depois houve um período de pontuação baixa. Eu vejo evolução sim, mas tenho certeza que a gente precisa continuar evoluindo e melhorando – comentou.

Como o elenco do Bahia folga sábado e domingo, Preto terá mais sete dias de treino para preparar a equipe para a partida contra o Altético-GO, marcada para dia 11 de setembro, às 20h (de Brasília), no Estádio Olímpico, em Goiânia.

Confira outros trechos da entrevista de Diego Cerri:

Novela
- Você escuta comentários diversos de fora. Nosso ângulo de visão é de quem está dentro. A gente ouviu muita pressão para efetivação após a vitória contra o Vasco. Assim como depois de uma derrota também muita gente foi contra. Saíram pesquisas depois do jogo do Vasco que apontaram 60% de efetivação. Depois, contra o Botafogo, a pesquisa do mesmo meio de comunicação mostrou rejeição. Isso é normal, porque envolve paixão. Mas voltando para o que você perguntou, a gente com certeza não efetivou em função de um aspecto só. Teve gente falando que foi pelo pedido dos jogadores, mas a gente não trabalha com o pedido de ninguém. A gente tem o trabalho de tomar decisões. Eu acho bom que os atletas tenham pedido pelo Preto. Já fui treinador, já fui interino também. Acho que quando seus comandados te respeitam, e é isso que os jogadores demonstraram, muito respeito, isso ajuda quem vai liderar. Mas não é esse aspecto que é fundamental. Outros treinadores passaram por aqui, e alguns jogadores não simpatizavam tanto pelo treinador. O que precisa ter é trabalho, comprometimento e respeito pelo profissional.

Outros treinadores
- A gente tem bons profissionais no mercado. O Brasil tem bons treinadores, muito competentes. Você tem uma série de treinadores disponíveis e sei que muitos teriam prazer em trabalhar no Bahia. Converso com muita gente no mercado e os comentários são positivos em relação ao trabalho que temos aqui. Tenho certeza que teríamos disponibilidade de treinadores se a gente quisesse contratar, mas não foi o caso.

Contratações
- Se surgiram opções interessantes no mercado nós vamos trazer. Mas trazer só para chegar aqui, não vai acontecer.

Fonte: Globo Esporte