Dilma exige conta bancária única, mas clubes alertam para risco de colapso
Dida, Mercadante, Dilma, Michel Temer, George Hilton e Bandeira de Mello - Divulgação
O lobby em Brasília para alterar o texto final da medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff que renegocia a dívida bilionária dos clubes começou. Um dos itens, em específico, não agrada aos dirigentes: a exigência de que suas equipes passem a contar com apenas uma conta bancária e, assim, deixem os credores mais resguardados em caso de cobrança.
O receio é de que, em uma eventual penhora, os times acabem sendo inviabilizados financeiramente.
"Não vejo sentido nenhum nisso pelo seguinte: você deixa um gargalo muito grande para os clubes terem de se virar. Temos um acordo com a Caixa (Econômica Federal), por exemplo, e queremos mantê-lo. Mas, caso isso seja levado adiante, nos depararemos com um cenário em que você acompanha o dinheiro entrar e, em minutos, ser bloqueado", analisa o presidente do Coritiba, Rogério Bacellar, ao ESPN.com.br.
"É preciso tomar cuidado. Em resumo, pode terminar comprometendo tudo. No fim das contas, você não vai ter dinheiro - porque ele estará penhorado - para pagar os salários de seu elenco e também honrar o financiamento com o governo", completa.
O assunto foi discutido na última segunda-feira, em reunião na CBF, no Rio de Janeiro.
Bacellar é um dos membros da comissão de clubes, também formada por representantes de Atlético-MG, Atlético-PR, Flamengo, Grêmio, Santos, Sport e Vasco.
Para debater esse ponto e outros de interesse particular da diretoria alviverde, ele viajou até Brasília nesta semana para se reunir com parlamentares.
O Congresso tem 120 dias para transformar a medida em lei a partir de sua aprovação, no último dia 19 de março.
"Esse é um problema por diversos aspectos e a gente precisa refletir a respeito. É uma das divergências que temos com a MP. Existem algumas que precisam ser corrigidas. É assim que funciona na democracia", acrescenta o mandatário do Santos, Modesto Roma.
Segundo dados da Casa Civil, o total devido pelos times fica entre R$ 3,5 bilhões e R$ 3,8 bilhões.
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