O goleiro Douglas Friedrich foi um dos principais reforços do Bahia para esta temporada após se destacar no time do Avaí em 2017. Completamente adaptado ao Fazendão, o arqueiro demonstra ter tido um ano positivo pela nova equipe. Apesar de ter tido uma lesão no cotovelo que o deixou fora de partidas importante, Douglas recuperou a posição e voltou a ser o titular absoluto do time do treinador Enderson Moreira. Em entrevista ao site Bahia Notícias, o goleiro declarou a boa temporada servirá de aprendizado.
Me recordei de algumas vezes que a gente teve momentos de contestação na parte coletiva, individual e estamos acabando o ano positivamente. Penso que foi uma campanha boa nos campeonatos que participamos, desempenho bom do grupo que se mostrou grande diante dos desafios, limitações. Individualmente falando, foi um ano de aprendizado, crescimento, afirmação... Foi meu segundo ano na Primeira Divisão, torcida apaixonada, cobrança grande. Acho que contribuí com o grupo, tive importância tanto jogando como fora, e fico feliz de ter tido essa temporada com meus companheiros. Fico feliz com a confiança da torcida. Quando você chega em um clube novo, tem que conquistar a torcida e o grupo. As pessoas esperam que você apresente mais. Penso que cresci e acho que vou estar muito mais preparado para o ano que vem.
Douglas mostrou ser importante para o Bahia de várias formas. Além de fechar o gol, ele também se tornou um dos principais motivadores do grupo antes das partidas. Após ter ficado calado no início do ano, para ouvir os jogadores mais experientes, agora ele é um dos líderes do grupo, e gosta disso:
Penso que é uma característica minha. Tive uma postura mais conservadora no início do ano porque eu estava chegando. Tinha que entender tudo aqui. Desde sempre exerci o papel de liderança, mas aos poucos você vai tendo mais liberdade e os meus companheiros viram em mim algo para falar. Tinha que mostrar quem eu era para ter a liberdade de falar. Eu tenho sim esse papel de liderança no grupo, assim como outros atletas importantíssimos. Por isso que temos um grupo unido e isso refletiu nos resultados. Chega o final do ano e tem o acúmulo de cansaço, desgaste físico e mental... Se não tiver um grupo unido, pode ter dificuldades como a gente sabe que outras equipes sofreram. A gente fica feliz por fazer parte desse grupo.
Douglas tem contrato com o Bahia até o final de 2020. O goleiro disse que quer fazer história no Tricolor e acompanhar a reestruturação do clube. Para ele, a equipe tem condição de ir mais longe nas competições que participa:
"Penso sim. Penso em permanecer no Bahia não só pelo contrato, mas pelo projeto. A gente tem um futuro promissor e o Bahia tem um futuro promissor pela sua filosofia de trabalho. Por ser rigoroso no que quer fazer. O clube tem um potencial e uma torcida gigante. Estamos numa região do Brasil onde o povo é apaixonado pelo Bahia. Temos tudo para conquistar o Brasil ainda mais. Com esse projeto, a gente pode alcançar voos maiores no cenário nacional.
Apesar de não poder atuar no jogo contra o Cruzeiro por estar suspenso pelo STJD, Douglas projetou a última partida do Tricolor na temporada, que acontece no próximo domingo (2), em Pituaçu. Para ele, a equipe tem capacidade e merece conquistar um triunfo, que faria com que a equipe igualasse sua melhor campanha na era dos pontos corridos:
Penso que nós somos merecedores desse bom resultado na última partida, assim como o torcedor e o Bahia é merecedor. Por mais que a gente esteja no nosso limite, sendo bem sincero, acho que somos capazes de vencer e acabar o ano com triunfo.
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Confira a entrevista de Douglas ao Bahia Notícias
2019 TEM QUE SER MELHOR PLANEJADO?
"Não vejo que teve erro de planejamento, até porque foi uma temporada atípica para o Bahia. Não sei se o Bahia já disputou várias competições de alto nível ao mesmo tempo. Teve essa questão nova do calendário e mostramos que somos competitivos. Vamos levar aprendizados para nos planejarmos melhor no próximo ano. O Bahia vai estar muito mais preparado para a próxima temporada".
ENDERSON MOREIRA
"Eu sou meio suspeito para falar do professor Enderson. Nunca tinha trabalhado com ele, mas, sem hipocrisia, é um dos melhores com que já trabalhei. Uma filosofia competitiva, de lealdade... Vejo isso com bons olhos, é o princípio que faz o grupo se manter competitivo e de forma leal. Quando você dá o seu melhor e sabe que a comissão é leal, você será utilizado no tempo certo. O grupo foi assimilando a mudança aos poucos, a mudança às vezes surte efeito rápido e às vezes demora... A gente tem tudo para fazer uma grande temporada. É importante a manutenção dessa filosofia para começar o ano no nível que a gente terminou".
JOGO ESPECIAL
"Um jogo especial foi a final do Campeonato Baiano, tive uma participação importante e estávamos numa cobrança imensa. Teve a pré-temporada curta, o pessoal acha que é desculpa, mas nos atrapalhou muito. Vencemos as duas partidas contra nosso adversário e vencendo dentro do campo do adversário, foi algo que marcou muito, renovou nossa confiança pro restante do ano. Foi meu primeiro título jogando e penso que esse foi um grande momento desse ano".
TORCIDA DO BAHIA
"A torcida do Bahia é, sem dúvida, apaixonada e tem uma expectativa grande sobre o clube. O Bahia é bicampeão brasileiro, história linda, e isso foi passado de geração em geração. Hoje, os avós e pais querem que os filhos vejam o Bahia assim como eles presenciaram. A gente sabe que vários fatores fizeram com que o Bahia não mantivesse o nível de competitividade no cenário nacional, mas estamos em uma retomada. Por isso a torcida cobra bastante. Sendo bem sincero, a torcida gerou pressão pela cobrança, mas a torcida entendeu que o grupo está comprometido e tem apoiado na maior parte dos jogos. É importante que eles entendam e nos ajudem nessa caminhada".