Nesta quarta-feira (5), o Bahia venceu o Sport por 2 a 0, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. O técnico Enderson Moreira comentou a atuação do Tricolor, que teve dois tempos distintos: na primeira etapa, um jogo travado que foi vaiado pelo torcedor; já no segundo tempo, um time mais ligado que marcou dois gols e poderia até ter feito mais.
Enderson Moreira admitiu que a equipe não teve um bom primeiro tempo, mas enalteceu a postura dos jogadores depois do intervalo:
Todos os jogos são muito difíceis. Vou dar exemplo do Ceará. Depois que perdeu da gente, ganhou do Flamengo, ganhou do Corinthians. O campeonato é extremamente difícil, complicado. Vi o jogo do Sport e Paraná lá, o Paraná criou situações claras. O Sport tem um elenco de muita qualidade. Eduardo é um grande treinador, vieram com uma linha de quatro extremante consistente em termos defensivos. A gente chegou algumas vezes no fundo tentando cruzar a bola. A gente buscou algumas alternativas, o primeiro tempo não encaixou muito, a gente conversou no intervalo e tiramos até a última gota dos atletas. No segundo tempo perdemos a oportunidade de ampliar bem o placar pelos contra-ataques que tivemos
Enderson Moreira ainda completou:
Só tenho que enaltecer o empenho desses atletas. A gente conversou um pouquinho. Precisava ter um pouquinho mais de jogo, fazer o que a gente está acostumado a fazer. Eu sei que estava difícil. O jogo era importantíssimo, precisava tirar de onde não tivesse. A postura foi muito melhor no segundo tempo. Depois do primeiro gol conseguimos transitar bem. Perdemos muitas oportunidades
O Bahia teve mudanças no time titular para a partida desta quarta-feira. Na lateral-esquerda, Léo foi vetado pelo cansaço muscular e substituído por Paulinho. Edigar Junio perdeu a vaga para Marco Antônio. Porém, a grande novidade do time foi a entrada do jovem garoto Ramires, formado na base, que entrou no lugar de Vinícius, também vetado pelo cansaço. Enderson Moreira elogiou a estreia de Ramires no time profissional:
Trabalhei muito tempo na base. Tenho observado esse menino há algum tempo. Allione vai demandar um pouco de tempo para iniciar a partida, consegue fazer uma parte. Precisa ter tranquilidade. Com a ausência do Vinicius, podia fazer algumas adaptações. Mas o Ramires tem treinado... Não só ele. Inácio, Lepu, Filipe, são jogadores do sub-23 que a gente estava observando. São meninos que estão integrados com a gente. O grupo todo foi positivo com ele, dando força, incentivando, deixando tranquilo. O mais importante foi a tranquilidade que o grupo deu para que ele pudesse fazer a partida que está acostumado a fazer. O que ele fez foi é o que ele faz nos treinos
O Bahia volta a campo no próximo sábado (8), às 19h, contra o São Paulo, no Morumbi, pela 24ª rodada do Brasileirão.
Confira o que Enderson Moreira falou em entrevista coletiva
Desgaste dos jogadores
- Essa é uma preocupação porque não é a questão de jogar em sequência. O problema é quando você faz a sequência de 11 partidas em 35 dias. Isso é desumano. A gente está tentando não perde atleta por lesão. Quando baixa muito o rendimento, a gente tem que fazer algumas opções. Não são decisões fáceis de tomar. Têm jogadores que têm muita capacidade física, em contrapartida, alguns ficam muito tempo sem jogar e, quando jogam, sentem essa dificuldade. Todo mundo estava muito engajado para minimizar esse desgaste enorme que a gente tinha. Agora é fechar 12 jogos contra o São Paulo para ter uma semana, onde a gente vai mais recuperar do que treinar
Jogo contra o São Paulo
- Saímos ali com muitos jogadores detonados, não tenho condição nenhuma nem de pensar no que vai acontecer. Vou tentar de alguma forma ver o que a gente pode fazer, buscar algumas alternativas. Tempo para preparar o time a gente não tem nenhum. Vai ser na base da conversa, da orientação, de pode ver o que pode fazer. Tentar ir com uma equipe bem competitiva para esse jogo. São Paulo está muito bem no campeonato, uma equipe bem competitiva. Vamos tentar criar dificuldades para eles lá
Elton
- Não costumo falar sobre jogador de forma individual. Tudo é um contexto. O time todo no primeiro tempo não esteve bem. Ele, como o time, teve uma atuação muito boa no segundo tempo. O atleta não consegue recuperar quando pega uma sequência muito grande de jogos. A gente tem que avaliar. É um jogador que não deixou de correr hora nenhuma. Tecnicamente tem muita qualidade. Foi meu jogador na base do Inter.
Saída de Régis
- Acho que hoje a gente há teve uma possibilidade boa que é o Ramires. Com característica bem diferente, jogador que também desequilibra pela mobilidade. A gente lamenta a saída do Régis, mas foi um desejo dele. Teve a liberdade para pensar no que ele acha melhor, não adianta ficar com um jogador que não deseja ficar. Queríamos muito a continuidade dele porque a gente sabe a importância. Mas temos que enaltecer os atletas que estão aqui. A gente está criando boas alternativas. Não dá pra lamentar. A gente perde um jogador que tem boas características, mas ganha outros que têm características diferentes
Pelo que o Bahia briga?
- Se a gente pega uma sequência de resultados positivos, vai brigar por uma coisa. Se não... Falo com sinceridade: nossa equipe já demonstrou que é capaz de coisas positivas. Pouquíssimas equipes conseguiriam fazer o que o Bahia fez nesses 36 dias. Pouquíssimos atletas são capazes de dar o resultado de atuações consistentes, de resultado, es não fosse a maneira com que eles enfrentam e se dedicam. Nessa retinha final, tivemos uma queda de rendimento, mas a competitividade, a disputa, a entrega, temos que enaltecer. A gente ainda pode terminar muito bem esse campeonato. A gente tem capacidade para brigar por coisas bem interessantes nessa reta final