Na tarde desta sexta-feira (9), o técnico Enderson Moreira concedeu entrevista coletiva no Fazendão. O treinador falou sobre a situação do atacante Gilberto, que desfalcou o Bahia nas últimas quatro partidas por conta de um estiramento no joelho, mas voltou a treinar com bola nesta sexta. Porém, o técnico é pessimista em relação à presença do jogador no clássico Ba-Vi deste domingo (11), no Barradão:
Sinceramente, acho difícil. Não gostaria de cravar, porque em se tratando de ser humano, somos surpreendidos constantemente, tanto com coisas positivas quanto com coisa não tão positiva assim
Ainda sobre Gilberto, o treinador completou:
Acho difícil. É um jogador muito importante, mas que tem que estar bem para participar de um jogo tão importante.
Outro possível desfalque no Ba-Vi é o goleiro Douglas, que foi suspenso por duas partidas pelo STJD por conta da expulsão no jogo contra o Vasco, no último mês de setembro. O Bahia já entrou com pedido de efeito suspensivo para que ele possa atuar no clássico:
Tem que contar. Ele foi punido. O fato de entrar com o efeito não garante nada. A princípio, Anderson está se preparando para começar o jogo.
Para o jogo de domingo, o Bahia vem em uma fase bem melhor que a do seu rival. O Tricolor é o 11º colocado do Brasileirão, com 40 pontos, seis a mais que o Vitória, que está na zona de rebaixamento. Além disso, o Bahia venceu todos os clássicos neste ano. Porém, Enderson Moreira acredita em um jogo equilibrado decidido nos detalhes:
É um jogo em que as duas equipes têm muita condição de triunfar. Jogo muito equilibrado. O Vitória tem ótimos atletas, jogadores com capacidade enorme de fazer a diferença numa jogada individual, assim como a nossa equipe. Não dá para prever absolutamente nada. Que seja um jogo bem disputado no campo. Eu desejo isso. Sei da rivalidade, do que acontece, mas gostaria que o jogo fosse decidido dentro de campo, com muito respeito. É uma lição que temos que passar para todos: o respeito mútuo entre os rivais. Que a equipe que consiga os três pontos faça por merecer.
Enderson Moreira foi perguntado sobre a orientação que será dada aos jogadores em caso de provocações. Em fevereiro deste ano, um Ba-Vi no Barradão contou com uma briga generalizada entre jogadores das duas equipes:
Se você perguntar para grande parte do país quem foi campeão baiano, talvez as pessoas tenham dúvida. Se você perguntar da confusão, todo mundo lembra. Nosso país gosta de valorizar as tragédias, as confusões, a gente gosta de ver isso. Acho feio, tanto de uma parte como de outra. Se houve provocação, houve erro. Mas revidar com soco, pontapé, é de uma falta de inteligência enorme. As coisas não podem ser resolvidas assim. Já tive situações assim e me envergonho. A gente tenta passar para todos que a gente participa de uma competição, que é importante a busca pelo sucesso, mas que possa entender que nem sempre dá para ter êxito em tudo. E a gente tem que saber passar por isso. É uma capacidade que o brasileiro tem de resiliência, de tomar umas pancadas, em termos de resultado, e poder se levantar e continuar. Nós da comissão, jogadores, somos seguidos por muitas pessoas, muitas crianças, e não é a imagem que eu queria passar. Minha experiência em Ba-Vi, de assistir de longe, sempre foram jogos eletrizantes, que ficam na memória até hoje. Isso que a gente precisa plantar. Não estou defendendo uma causa. Só gostaria que a gente pudesse falar sobre futebol, o jogo bem jogado, como foi o primeiro Ba-Vi no Brasileiro. Somos adversários. Precisamos muito nos respeitar acima de tudo, como instituição, como profissionais, como pessoas. Já falei uma vez e vou repetir: não tem povo que representa melhor o brasileiro que o baiano, em festa, alto astral. É a imagem que temos que passar sempre, de boas comemorações, de respeito acima de tudo. Se houver algum pisão na bola, que possa ser falado depois e não revidado, porque todo mundo perde a razão.
O clássico Ba-Vi acontece neste domingo, às 16h (horário de Salvador), no Barradão
Confira o que Enderson Moreira declarou em entrevista coletiva
Diferenças para o primeiro Ba-Vi disputado sob seu comando
- Difícil falar do meu trabalho, do que está sendo feito. Equipe do Bahia conseguiu muita consistência no decorrer do processo. Equipe que não tinha feito nenhum gol fora de casa na Série A nas outras partidas, não tinha conseguido triunfo fora, e fomos conquistando boas atuações, mais consistentes. Equipe tem demonstrado um padrão bom, enfrenta qualquer adversário de igual para igual, respeitando muito, mas sabendo o que precisa ser feito. Difícil falar sobre o que aconteceu, o que foi melhor, o que deixou de ser. Trabalho anterior era diferente. Cada um tem suas características, suas visões. São projetos diferentes. O que tentei passar para os nossos atletas, eles têm buscado fazer, executar, e isso me deixa feliz. É um grupo que nunca teve problema, estamos sempre com um astral bom, sem sofrer demais nos resultados ruins e sem se empolgar nos positivos.
Importância do triunfo
- Não posso responder o que ele tem como projeto. Para nós, [o resultado] é muito importante. Ninguém está garantido em nada. Está tudo muito perto. Não dá para ver importâncias diferentes. Estamos muito focados. A semana serviu para recuperar muito os atletas. Confronto dos mais difíceis. É um clássico e por si só, já traduz. Tudo que for falado antes, talvez não vá poder ser comprovado depois. Há sempre um grande equilíbrio. Às vezes uma equipe está vivendo um momento melhor, a outra equipe se supera. O que a gente tem é muito respeito, muita concentração. Que a gente possa viver esse jogo com a plenitude máxima, e é muito importante que a gente possa pontar, pelo que a gente tem como projeto.
Ba-Vi especial
- Independente de qualquer pontuação, é um jogo especial. Muito respeito ao adversário, pela qualidade aos atletas, pela qualidade do treinador que está subindo. Carpegiani deixou coisas positivas. Jogo que, provavelmente, vai ser decidido no detalhe, devido à necessidade das duas equipes de buscar os três pontos.
Pretende conversar com os mais jovens?
- Converso com todos de uma maneira geral. Tenho posicionamentos em função do que vamos enfrentar. Nada muito especial, nem para um lado nem para o outro. É uma conversa mais deles, de passar tranquilidade para os mais jovens, os mais experientes de poder tentar controlar. É um jogo especial para todo mundo que participa, que dá aquele frio na barriga, um nível de ansiedade mais elevado. Vai ser sempre. E que que bom que vai ser sempre, porque faz com que seja um confronto especial.