Nesta terça-feira (23), o técnico Enderson Moreira concedeu entrevista coletiva no Fazendão. O técnico falou sobre o importante desafio que o Bahia tem nesta quarta-feira (24), quando enfrenta o Atlético-PR, na Arena Fonte Nova, no jogo de ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. Para esta partida, o Tricolor tem duas dúvidas importantes: os atacantes Élber (incômodo na panturrilha) e Gilberto (pancada no joelho).
No jogo do último sábado (20), contra o Botafogo, Élber foi substituído por Paulinho e Gilberto deu lugar a Edigar Junio. Porém, Enderson Moreira garantiu que vai aguardar a recuperação dos dois titulares para o jogo desta quarta:
A gente ainda tem mais de 24h para o jogo. Esperamos que possamos ter alguma notícia boa. São atletas muito importantes. Mas se eles não tiverem condição, vamos buscar substitutos. Não gosto de ficar lamentando ausências, mas enaltecer quem está entrando e tirar o máximo desses atletas
Para o jogo desta quarta-feira, o Bahia divulgou a venda de mais de 18 mil ingressos para o retorno da equipe à Arena Fonte Nova, que passou por troca de gramado. Com expectativa de casa cheia, Enderson Moreira falou sobre a estratégia para o jogo e a importância da presença do torcedor:
A gente precisa fazer um jogo equilibrado. É um confronto de 180 minutos. Provavelmente não vai ser definido nos primeiros cinco, dez minutos. Precisamos saber jogar com inteligência, pressionando o Atlético-PR na medida que a gente puder. Precisamos da energia do nosso torcedor, estamos pegando sequência de jogos desgastante. É claro que eles querem sempre os três pontos e nós lutamos para isso sempre. Isso não tem faltado em jogo algum. Temos competido até o último minuto. Isso muito em função da energia do nosso torcedor. Tem 18 mil, mas espero que daqui a pouco saiba que tem 30, 35 mil [ingressos vendidos]. A nossa vontade é fazer história no clube, conquistar uma vaga na semifinal, que seria muito importante para nós, para o clube, que vive esse momento de retomada. As coisas ruins que acontecem com a gente têm que servir para alguma coisa. E acho que o Bahia aprendeu muito e busca um caminho que vai dar muitos frutos ainda.
Enderson Moreira também falou sobre a polêmica ocorrida após o triunfo sobre o Botafogo, quando alguns jogadores do Bahia provocaram o clube e o jogador Rodrigo Lindoso. Por causa disso, o meia Zé Rafael pediu desculpas nas suas redes sociais:
O nosso vestiário é muito alegre, um grupo que se gosta muito. Mesmo nos momentos complicados não deixamos nada entrar. É um grupo que sofre nas derrotas e, quando temos triunfo, criamos um clima bacana. Às vezes quando um resultado escapa não lamentamos demais, mas focamos no próximo jogo. Com o passar dos dias vamos mentalizando o próximo jogo. É um ambiente muito alegre, com jogadores que se gostam. Tem muita brincadeira, muita música. Fico feliz. Acho que na situação do jogo contra o Botafogo...Primeiro a gente teve uma situação de campo com um atleta que tenho respeito, que é o Lindoso, grande jogador do futebol brasileiro. Eu, que estou ali do lado do campo, vi ele alterado em termos emocionais. Teve atrito com Zé Rafael, Paulinho... E isso vai mexendo com os atletas, e a nossa equipe ficou mexida com a forma que ele fez. Sabemos que não é comum dele, talvez seja um jogo específico dele. Mas, o que eu percebi era incômodo em relação a atitude dele em campo. Em relação ao Botafogo, em momento algum tivemos intenção...Quero falar que temos respeito pelo Botafogo, clube que tem história fantástica no futebol, respeitamos muito a instituição. O confronto na Sul-Americana foi extremamente próximo. Tenho respeito enorme por Zé Ricardo, grande treinador dessa nova safra. Um dos treinadores que admiro muito, respeito muito. Tenho carinho todo especial por ele. Em momento algum houve menosprezo, mas empolgação da nossa equipe de conquistar um resultado contra um grande adversário. No futuro próximo ele vai estar entre os principais treinadores do Brasil.
Confira o que Enderson Moreira falou em entrevista coletiva
Importância de fazer resultado em casa
- [O Atlético-PR] é uma equipe que tem essa particularidade do campo de grama sintética. É uma pequena vantagem porque ninguém tem, no Brasil, um estádio ou campo de treinamento com grande sintética. Eles têm as duas possibilidades, campo de grama natural e sintético, jogam sempre no seu estádio com esse tipo de grande. É uma pequena vantagem, mas isso, de maneira alguma, tira o mérito da equipe. Uma equipe bem montada, tem ótimos jogadores, grande treinador, que sabe muito bem o que quer da sua equipe. Fora de casa eles têm feito bons jogos, como o último contra o São Paulo, que eles tiveram muitas possibilidades de vencer. A gente precisa fazer jogo intenso, como a gente tem conseguido fazer. Uma equipe organizada, dando poucas chances para eles para tentar ter vantagem para o próximo compromisso.
Relaxar no Brasileirão?
- Não, de maneira alguma. Não temos nenhum tipo de definição. Se tivesse definição matemática, teria muita coisa importante sendo disputada ainda. O campeonato está muito disputado. Da oitava posição para baixo está muito perto. Qualquer sequência de bons resultados podemos ir mais à frente. Não há nenhum tipo de relaxamento, todos os jogos são importantes. Estamos entrando com força máxima sempre. Como temos grande sequência de jogos, é impossível colocar sempre a mesma equipe em campo. O Bahia vai fazer mais de 70 jogos na temporada. É um número extremamente significativo, que nos tira muitas possibilidades, como manutenção dos mesmos atletas. O que temos feito é rodar os atletas.
Pretensão no Brasileirão
- A meta do campeonato, no primeiro momento, para 50, 60% das equipes que participam...20% das equipes caem. É um número extremamente alto. Você tem que se preparar muito. É muito próximo entre ficar na Sul-Americana e no Z-4. A diferença é muito pequena. O objetivo de várias equipes é dar sequência na Série A. Então, o Bahia tem se preparado muito para essa sequência em termo de organização, fora de campo mesmo, ser sempre um clube mais estruturado. Acho que dentro de campo o Bahia tem dado passos muito consistentes, com atletas com perfil diferente de há pouco tempo atrás. Há pouco tempo, era comum pegar os medalhões para fazer jogos aqui no nordeste. Agora estamos buscando atletas com potencial para virar ativos do clube. O Bahia está sempre procurando atleta interessante para o mercado e isso reverter para uma estrutura melhor. Isso vai fazer com que o Bahia possa ter uma categoria de base mais forte daqui a alguns anos. É a nossa expectativa.