O Bahia subiu mais um degrau rumo à reconquista do seu patrimônio durante esta semana, quando a Justiça de São Paulo reconheceu o acordo feito entre o clube, a construtora OAS e a instituição financeira Planner para a retomada do Fazendão, além da aquisição da Cidade Tricolor e de um terreno localizado no Vale das Margaridas – este terreno dá acesso ao atual centro de treinamento utilizado pelo clube. De posse dos três, coisa que ainda não tem prazo para acontecer, o clube precisará decidir o que vai fazer: ficar com os dois CT’s ou vender um deles?
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O GloboEsporte.com conversou com Marcelo Barros, diretor administrativo-financeiro do clube, para esclarecer quais são os custos necessários para manter os dois patrimônios ou se desfazer de um deles. Primeiramente, é preciso deixar claro que essa é uma decisão que será tomada pela próxima gestão, afinal o mandato de Marcelo Sant’Ana termina no final desse ano.
O Fazendão custa mensalmente aos cofres do Bahia um montante de R$ 250 mil. Para cuidar da Cidade Tricolor, que tem uma área mais ampla e dois campos a mais, o clube vai desembolsar R$ 581 mil, de acordo com estimativa feita por Barros. Administrar os dois equipamentos custaria ao Tricolor uma quantia de R$ 831 mil.
- A gente fez essa estimativa baseado em critérios do tipo: qual é a área do Fazendão? Qual a área da Cidade Tricolor? Como ela é bem maior, os custos aumentam. A lógica foi essa – revelou o diretor tricolor.
Por ano, o Bahia gasta R$ 3 milhões para manter o Fazendão. Com a Cidade Tricolor, pela estimativa do clube, desembolsaria R$ 6,972 milhões anualmente. Os dois juntos, portanto, custariam aos cofres tricolores praticamente R$ 10 milhões.
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O Tricolor tem a opção de fazer as malas e se mudar para Dias d’Ávila, município da Região Metropolitana de Salvador, onde está situada a Cidade Tricolor. Em relação ao Fazendão, o clube vai gastar R$ 331 mil a mais por mês. Por 12 meses, serão quase R$ 4 milhões a mais. Seria necessário, ainda, cuidar da manutenção básica do Fazendão, como o serviço de segurança. Esse valor cairia de R$ 250 mil para R$ 50 mil.
Mudar-se para Dias d’Ávila custará dinheiro aos cofres do Bahia. Como a OAS, que passa por um processo de recuperação judicial, parou de fazer a manutenção do centro de treinamento, o clube terá que arcar com uma reforma estrutural e dos campos, orçada em cerca de R$ 1,2 milhão. No entanto, para implantar todas as melhorias pretendidas pelo clube, serão necessários R$ 4 milhões.
- Em 2015, a OAS nos informou que tinha deixado pronto. De fato, fomos lá e estava pronto. De lá para cá, devido à situação em que eles se encontraram, eles pararam de dar manutenção. Apenas a vigilância, para evitar problemas. De fato, teve um desgaste natural dos imóveis. A gente já tinha estimativa que ia ter que gastar dinheiro para reformar. Para colocar a Cidade funcionando com tudo o que a gente gostaria, eu acho que a gente gastaria uns R$ 4 milhões. Mas, se for fazer a reforma da estrutura e dos campos para funcionar, acho que gastaria um milhão e 200 mil. Isso tudo é estimativa – explicou Marcelo Barros.
O diretor prossegue.
- Seria esses R$ 330 mil a mais por mês, e mais 4 milhões de investimento, para deixar 100%. Tem que considerar também que não seria o caso de deixar o Fazendão inativo – concluiu.
É claro que há a opção de vender um dos dois equipamentos. De preferência o Fazendão, que é bem inferior à Cidade Tricolor em termos de estrutura. Nesse caso, é preciso convocar uma Assembleia Geral, conforme prevê o estatuto do clube. Marcelo Barros não sabe ao certo quanto o Tricolor poderia lucrar com a venda do centro de treinamento localizado no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, mas acredita que “certamente, no mínimo, o Fazendão valeria uns R$ 20 milhões, por baixo”.
Há de se pensar também, em caso de uma mudança, em outros custos operacionais, como o transporte dos funcionários, que hoje, em sua maioria, residem perto do Fazendão. Marcelo Barros acredita, no entanto, que a Cidade Tricolor colocaria o Bahia em um patamar superior ao atual.
- Eu acredito que é um centro de treinamentos do primeiro mundo. Eu fiquei preocupado com essa questão de custos, mas, quando eu cheguei lá, eu vi que é realmente fora do comum. E, como o negócio principal é o futebol, você não pode olhar para a conveniência da gente. Tem que olhar como faz para o futebol desempenhar melhor – finalizou o diretor.
Fonte: Globo Esporte