Sérgio Soares fala sobre reforços e comemora título: “Bela apresentação”
Técnico do Bahia avalia atuação da equipe diante do Vitória da Conquista neste domingo e diz que desempenho do zagueiro Robson não surpreendeu: “Foi soberano”
Na tarde deste domingo, o técnico Sérgio Soares entrou para a história do Bahia. Responsável pela mudança de atitude e de pensamento do elenco e da torcida tricolor, o treinador viu o trabalho ser coroado com o 46º título estadual do clube. Depois de bater na trave na Copa do Nordeste, Soares era o retrato da emoção e do orgulho em campo na Fonte Nova, neste domingo, com direito a gritos de “Bora Bahêa Minha p...” (assista a parte da festa no vídeo acima).
No meio da bagunçada comemoração do título, o treinador conversou com a imprensa. Satisfeito com o rendimento da equipe neste domingo, ele avaliou a dificuldade que teve para recuperar o emocional dos atletas nesta semana decisiva.
- Os dois jogos, a gente no jogo de Conquista, realmente o Conquista foi melhor. Tínhamos uma decisão na quarta. Juntaram duas decisões, o emocional a gente que controlar para que fizéssemos um jogo bom, como fizemos hoje. Fizemos um baita jogo. Engolimos o adversário. Estávamos preparados para vencer. Isso fez a diferença dentro do campo de jogo - disse.
O treinador ainda avaliou três reforços, que devem ser anunciados nesta segunda-feira. O zagueiro Jailton, o lateral-esquerdo Marlon e o meia Eduardo já treinam com o elenco desde o fim da semana passada e chegam com o aval do professor.
- Eduardo é um meia que faz função tanto na ponta do losango como atrás dos atacantes. Dá cadência no jogo, entra na área. Tem qualidade para aumentar a qualidade do elenco. Marlon é experiente, jogou a Série B, é importante para a nossa necessidade. O Jailton chega para brigar no setor defensivo, onde tem muita gente, mas precisamos reforçar, porque a Série B é longa - analisou.
Outro ponto destaca por Sérgio Soares foi a atuação do zagueiro Robson, autor do primeiro gol do Bahia neste domingo. Para o treinador, o desempenho do defensor não foi surpresa. Ele destacou o trabalho feito nos treinamentos.
- [Atuação de Robson] Não surpreendeu. Tanto que botamos para jogar, porque a gente está no dia a dia de trabalho, a gente vê que joga, sabe o que fazer. É um zagueiro que tem a força da marcação, é rápido. Quarta fez um grande jogo hoje, mais uma vez repetiu a atuação e foi soberano no setor.
Confira outros pontos abordados pelo treinador do Bahia:
PERDA DA COPA DO NORDESTE
- Alguém tinha que mandar um papo. Esquecer o que passou. Tínhamos a oportunidade de uma conquista. Não podíamos ficar lamentando o que passou. Perdemos. Infelizmente. Era um título que queríamos. Mas tínhamos a possibilidade de dar alegria ao nosso torcedor. A gente tinha oportunidade e condição de dar alegria ao nosso torcedor. Eles entenderam, absorveram bem e conseguimos fazer um grande jogo.
- Verdade. Em 80% dos jogos, tivemos essa intensidade nesses quatro meses. Precisávamos repetir a performance que tivemos em alguns jogos no estadual e na Copa do Nordeste. No dia de hoje, a gente conversou muito e disse que não era impossível. Alguém teria que pagar o pato dentro de uma situação que tivemos do jogo de Fortaleza, que perdemos o título.
NOVA MENTALIDADE DO BAHIA
- [Na quarta, contra o Ceará] A equipe não se apresentou como queríamos. Chegamos aqui com desconfiança por parte de algumas pessoas. Mas não quero dar resposta a ninguém. É o trabalho que está sendo feito, trabalho de formiguinha, de mudança de atitude. Isso fez com que fôssemos coroados com o título e uma bela apresentação.
AVALIAÇÃO DA PARTIDA
- Atacamos, criamos, chegamos ao placar que dava condição de título. Tentamos administrar e chegamos a um resultado mais elástico dentro da nossa supremacia dentro do campo.
- A gente tinha a intenção de pressionar o adversário e marcar os gols. Conversei muito com o pessoal da frente para ter tranquilidade e marcar os gols e dar tranquilidade ao setor defensivo. Trabalho com um grupo extremamente qualificado e concentrado. Quando há essa concentração, dentro de casa, o adversário fica apertado.
COROAÇÃO DO TRABALHO
- Gratificante demais. Chegar no início da temporada, conversar com o presidente e falar que estávamos chegando para brigar por títulos. Você, depois de quatro meses, conquista um título, dentro do trabalho de reestruturação, da forma de jogar. Isso é gratificante. Ver esse povo todo feliz não tem preço.
- Nós fizemos um grande trabalho. A gente precisava ser coroado com essa conquista. Hoje foi uma partida excepcional no contexto do futebol. Não demos chance ao adversário, que tinha sido muito superior na partida de ida. Na volta, trabalhamos tudo que tem que fazer no futebol.
- Tudo aqui que realizamos nesses quatro meses. Time que tem intensidade, marca forte, adianta marcação, que tem transição. Tudo que tínhamos de proposta e fizemos na maioria dos jogos, voltamos a fazer hoje. Mostra que nossa proposta é verdade. É isso que temos que procurar fazer.
- A gente sabe que uma conquista é sempre muito importante. A Série B é um campeonato longo. Temos que ter os pés no chão, trabalhar forte para no fim do ano dar alegria para o torcedor.
TORCIDA DO BAHIA
- Agradeço demais. Disse na coletiva sexta-feira para ir na Fonte Nova quem acreditava. Esses 20 mil acreditaram. A gente sabe que a torcida é enorme. Por isso a gente vai caminhar junto. Na Série B, vamos precisar da força deles para fazer um grande campeonato e, no fim do ano, conquistar o acesso com a Fonte Nova lotada.
SÉRIE B
- O Bahia sempre vai chegar forte. Mas a gente sabe que precisa trabalhar bastante, a competição é longa, pés no chão para fazer a cada jogo, na virada do turno, uma situação positiva, para termos condições de estarmos brigando e no fim do ano conquistar o acesso.
KIEZA E MAXI BIANCUCCHI
- O Kieza e o Maxi ano passado não tiveram uma performance dentro do que todo mundo esperava. Eram jogadores descartados para essa temporada. Através de muita conversa, olho no olho, da confiança e do trabalho, eles resgataram toda sua qualidade e foram fundamentais para que essa conquista acontecesse.
A "MÍSTICA" DE SUPERAÇÃO DO BAHIA
- A história tem que respeitar. Mesmo que não faça parte da história, mas tenha a possibilidade de escrever dentro da história. O Bahia tem na sua história a luta até o final. Quando chega até o final, conquista. Conversamos bastante em cima disso. Passamos informação e fizemos a situação de que era possível. O adversário era forte, mas era possível. Quando se respeita a história, as chances das coisas acontecerem é maior.