Dixon conta com problemas da Penske e boas paradas para vencer no retorno de Phoenix. Kanaan é 4º

Scott Dixon venceu no retorno da Indy ao oval de Phoenix. O neozelandês contou com problemas nos pneus de Helio Castroneves e Juan Pablo Montoya, ótimas paradas e relargadas para faturar mais um triunfo. Tony Kanaan ficou em quarto e Helio Castroneves foi 11º

O retorno da Indy ao oval de Phoenix não teve uma prova brilhante. Arrastada em alguns momentos e cheia de bandeiras amarelas, a prova que terminou neste domingo (3) viu Scott Dixon vencer mais uma corrida ao seu estilo: correto e taticamente perfeito.

O neozelandês praticamente não fez ultrapassagens, bem como ficou longe de se envolver em disputas mais ríspidas. Com ótimas paradas da Ganassi e boas relargadas, Dixon surgiu na frente e não deu sopa para o azar, controlando boa vantagem para Simon Pagenaud.

Pagenaud, aliás, foi uma figura extremamente apagada na corrida do deserto. O francês pouquíssimo fez e contou com problemas de seus companheiros de equipe e uma parada sensacional da Penske para chegar em segundo e virar líder do campeonato. Will Power teve história parecida, terminando em terceiro.

Scott Dixon venceu o GP de Phoenix bem ao seu estilo (Foto: Getty Images)

Tony Kanaan teve excelente exibição e fez muitas ultrapassagens, sendo prejudicado por uma das bandeiras amarelas justamente quando tinha feito sua parada. O baiano, mesmo assim, cruzou a linha final em quarto, comprovando seu talento e bom rendimento na pista do Arizona.

Graham Rahal teve atuação segura e também contou com ótimo trabalho da RLL nos boxes para ficar com uma boa quinta colocação, sendo o melhor da Honda, algo que fez muito em 2015.

A sexta colocação ficou com outro dos destaques da corrida. Josef Newgarden deu um verdadeiro show de ultrapassagens junto a Kanaan e, mesmo se complicando com uma parada péssima da Carpenter e uma bandeira amarela na hora errada, somou bons pontos para seguir acordado neste início de ano.

Max Chilton teve estreia bastante convincente em ovais e abocanhou o sétimo lugar, 2s9 atrás do companheiro Dixon. Sébastien Bourdais também fez bom trabalho e ficou em oitavo mesmo com uma leve batida no muro.

Em nono veio Juan Pablo Montoya. O então líder do campeonato teve um pneu dianteiro murcho quando liderava a prova e passou boa parte da corrida uma volta atrás dos ponteiros. No fim, resultado até regular para o colombiano. Exatamente o mesmo aconteceu com Helio Castroneves, que fechou em 11º, atrás de Ryan Hunter-Reay.

Brilhante em todas as relargadas, Hunter-Reay merecia aquele prêmio de "Homem do Jogo" até as voltas finais, quando perdeu o controle do carro e bateu, entregando algumas posições e caindo para décimo. Ainda assim, segunda grande exibição do americano no ano e a comprovação de que, se o equipamento não atrapalhar muito, pode brigar pelo título.

Scott Dixon venceu mais uma na etapa de Phoenix (Foto: IndyCar)

Confira como foi a etapa de Phoenix da Indy:

A largada para a etapa de Phoenix da Indy aconteceu pontualmente às 22h15, no entardecer do deserto. Os brasileiros largaram muito bem, logo abrindo vantagem na frente. Helio Castroneves seguia na ponta, com Tony Kanaan no segundo posto.

Juan Pablo Montoya precisava segurar os fortes ataques de Charlie Kimball, que vinha em quarto. Ed Carpenter era quinto, seguido por Scott Dixon, Ryan Hunter-Reay, Josef Newgarden, Max Chilton e Will Power. Hunter-Reay, aliás, fez uma linda largada, pulando para sétimo e furando a total hegemonia que a Chevrolet tinha no grid.

Os pilotos ficavam bastante distanciados uns dos outros, com Castroneves ditando o ritmo e demorando 20 voltas até chegar nos primeiros retardatários. Quem abriu a lista de atrasados foi James Hinchcliffe, que sofreu forte acidente nos treinos livres.

Enquanto o brasileiro tentava abrir espaço, Montoya já se aproveitava da pequena queda de rendimento de Kanaan e subia para segundo. Então, o colombiano partia para cima do companheiro de Penske.

No 36º giro, Castroneves seguia atrás de Hinchcliffe, com o ritmo prejudicado e era bastante apertado por Montoya. Kanaan, Kimball e Carpenter continuavam bem, escoltando a dupla da Penske.

Na volta 39, o pneu dianteiro direito de Castroneves murchou, fazendo o paulista despencar no pelotão e ter de ir para os boxes imediatamente. O brasileiro deu sorte de não ir direto no muro, mas a corrida estava bastante prejudicada.

Terminado o primeiro quinto da corrida, Montoya era quem ficava preso em Hinchcliffe, segurando uma vantagem de 0s5 para Kanaan, o segundo colocado. Fazendo um bom trabalho, Kimball era o terceiro e Hunter-Reay assombrava em quinto. Castroneves já aparecia duas voltas atrás.

Era o momento, então, da primeira bandeira amarela da corrida. Após briga com Castroneves, Luca Filippi foi para a parte suja da pista, perdeu o controle de sua Dale Coyne e rodou, atravessando no meio da pista.

A primeira rodada de paradas estava aberta, com Montoya saindo na frente. Dixon era o segundo, com Kanaan saindo logo atrás do companheiro de Ganassi. A Penske fez um trabalho fantástico com Power e colocou o australiano em quarto, na frente de Hunter-Reay. Kimball, Simon Pagenaud, Carpenter, Chilton e Sébastien Bourdais apareciam no top-10.

Duas filas de carros em Phoenix (Foto: IndyCar)

O pit-stop de Newgarden foi horroroso. Assim como em St. Pete, o americano entrava nos boxes na frente e saía no fundo do pelotão. O talentoso piloto não perdeu volta por milagre, mas aparecia na frente apenas de Castroneves e Filippi.

A relargada veio na volta 65, com Montoya pulando muito bem na frente e abrindo em relação a Dixon. Kanaan seguia em terceiro, enquanto Hunter-Reay fazia um grande trabalho para ultrapassar Power e virar quarto. Carpenter superava Pagenaud e ia para a sétima posição.

Outro piloto que teve uma saída bastante interessante foi o russo Mikhail Aleshin, que foi de 11º para nono, superando Bourdais e Chilton.

Claramente Newgarden estava no lugar errado fechando o pelotão. Não demorou muito para que o americano fosse para 17º, com voltas extremamente velozes e muita pressão em cima de Takuma Sato. Lá atrás, Jack Hawksworth era mais um retardatário.

Kimball perdeu rendimento por alguns segundos e, repentinamente, caiu para nono. O americano trocou de traçado bem na frente do companheiro Chilton e fez com que o inglês perdesse posição para Marco Andretti. Kimball conseguiu retomar o ritmo, abrindo distância para Andretti.

Montoya parecia ditar o ritmo com bastante tranquilidade e já se aproximava de Hinchcliffe quando seu pneu murchou da mesma forma que havia acontecido com Castroneves. O colombiano imediatamente foi para os boxes, duas voltas atrás de Dixon, que liderava com 0s3 para Kanaan.

Na 100ª volta, Dixon e Kanaan puxavam a fila, com Hunter-Reay em terceiro, 2s atrás. Power, Carpenter, Pagenaud, Aleshin, Kimball, Andretti e Bourdais fechavam o grupo dos dez primeiros.

A noite vinha caindo no deserto, e o incrível Hinch parava sua SPM nos boxes após segurar os líderes por muitas voltas. Aleshin, seu companheiro de equipe, foi junto, bem como Hunter-Reay.

A largada da Indy em Phoenix (Foto: IndyCar)

A segunda bandeira amarela da corrida foi causada por Carlos Muñoz na volta 120. Muito lento, o #26 veio se arrastando pela reta principal e teve de ser encostado, com Muñoz abandonando a disputa.

Os que não haviam feito a segunda rodada de paradas foram para os boxes com a oportunidade gerada por Muñoz. Dixon voltou na frente, com a Penske novamente brilhando nos boxes com Power e a Ganassi atrapalhando Kanaan. Assim, o australiano virou segundo e o brasileiro caiu para terceiro.

Carpenter apareceu em quarto, com Kimball na quinta colocação. A RLL deu um show e alavancou Graham Rahal para o sexto lugar, seguido por Chilton, Newgarden, Bourdais e Pagenaud. Hunter-Reay, que havia parado segundos antes da amarela, virou 11º. Uma volta atrás, Castroneves era 13º e Montoya era 17º.

A bandeira verde voltou a ser acionada na volta 133, com Dixon segurando bem a dianteira. Power ficou tranquilo em segundo, com Carpenter partindo com tudo para cima de Kanaan e tendo a porta fechada na cara.

Tentando segurar a posição contra Newgarden a qualquer custo, Kimball causou um toque com o piloto do #21, rodou e, mais uma vez, gerou uma bandeira amarela. O bico do piloto da Carpenter ficou danificado e Newgarden, outra vez, despencava na fila.

Os pilotos voltaram a acelerar na volta 142 e, novamente, a briga mais apertada na frente foi entre Kanaan e Carpenter. Chilton também saiu bem, surpreendendo na linha de baixo o otimista Rahal. Hunter-Reay, outra vez, brilhava na relargada e já era P7.

Não foram mais que três voltas até que Bourdais tentasse passar Montoya por fora, pisasse na sujeira e desse aquele beijo no muro. Não deu outra: bandeira amarela outra vez em Phoenix.

Após grande indefinição, Bourdais finalmente foi para os boxes tentando reparar alguns danos no carro. Sato também fez mais uma parada. Enquanto isso, Kimball recebia a punição por ter fechado Newgarden e causado o toque poucas voltas mais cedo.

Os carros da Indy rasgam a reta de Phoenix (Foto: IndyCar)

A relargada aconteceu na volta 153, com Dixon, Power e Kanaan ficando tranquilos na frente. Carpenter tomou pressão de Hunter-Reay e Rahal, mas segurou o quarto lugar. Em nono aparecia Alexander Rossi, em estreia bastante consistente em oval.

Com 160 voltas, apenas 11 pilotos vinham na mesma volta, com Bourdais sendo o último deles e Montoya o primeiro dos atrasados, em 12º.

A corrida finalmente voltava a ganhar ritmo, com os pilotos outra vez se espaçando na pista. Dixon vinha 0s4 na frente de Power, atrapalhado pelo retardatário Sato. 0s8 atrás do neozelandês aparecia Kanaan, seguido por Carpenter e Hunter-Reay.

Em estratégia diferente dos ponteiros por causa da batida, Bourdais aproveitava para reduzir a vantagem de Newgarden e, cada vez mais, aparecia para a festa. Na volta 190, o francês já abria 17s para Montoya, diferença que chegou a cair para 13s algumas poucas voltas mais cedo.

A rodada final de paradas era aberta na volta 194 com Hunter-Reay e Kanaan. Entretanto, logo no 196º giro, Carpenter perdeu o controle do carro tentando passar Montoya e foi direto no muro. Era a hora da classificação novamente ficar embolada.

Os líderes aproveitaram a amarela e fizeram suas paradas. Dixon voltou na frente, com a Penske dando show agora com Pagenaud, novo vice-líder da prova. Power era terceiro, com Rahal e um inspirado Chilton dentro do top-5. Logo atrás apareciam Bourdais, Rossi, Montoya, Castroneves e Kanaan. Até Hunter-Reay, o 15º, todos estavam na mesma volta.

Aliás, Hunter-Reay era um caso impressionante da prova. Prejudicado por duas vezes com bandeiras amarelas, largando em uma posição ingrata e relargando sempre com maestria, o americano era o grande personagem da disputa.

Mas o impossível aconteceu: uma bandeira amarela dentro da bandeira amarela. Ou algo assim. Entrando nos boxes, Aleshin rodou sozinho e ficou com o #7 atravessado, deixando o grupo de líderes, então, com 14 carros. Rossi, que parou com os boxes fechados, teve de devolver posições, caindo para 14º.

A relargada aconteceu com 40 voltas para o fim. Dixon, Pagenaud, Power, Rahal e Chilton seguiam nos cinco primeiros lugares. Kanaan pulava para sexto, com Newgarden logo atrás, Hunter-Reay, Bourdais e Montoya.

Kanaan partia para cima de Chilton e não negociava nada, logo tomando o quinto lugar. Novamente se aproveitando da agressividade do baiano, Newgarden também passou o inglês e virou sexto.

Este foi o pódio da etapa do Arizona (Foto: Getty Images)

Kanaan contava com um carro extremamente acertado e seguia muito veloz, não demorando para passar Rahal e subir para quarto. Enquanto isso, Dixon mantinha agradável frente para Pagenaud, com 0s6 de folga.

Hunter-Reay, que fazia excepcional prova, perdeu o controle do carro e deu um beijo no muro, o suficiente para perder lugar para Montoya e cair para décimo.

A batida de Hunter-Reay deixou detritos na pista e a direção de prova, estranhamente, esperou até a penúltima volta para dar a bandeira amarela e, assim, decretar o fim da corrida vencida por Dixon.

Indy, GP de Phoenix, Classificação Final:

1

9

SCOTT DIXON

NZL

GANASSI CHEVROLET

250 voltas

2

77

SIMON PAGENAUD

FRA

PENSKE CHEVROLET

+0.683

3

12

WILL POWER

AUS

PENSKE CHEVROLET

+1.726

4

10

TONY KANAAN

BRA

GANASSI CHEVROLET

+1.959

5

15

GRAHAM RAHAL

EUA

RLL HONDA

+2.527

6

21

JOSEF NEWGARDEN

EUA

CARPENTER CHEVROLET

+2.746

7

8

MAX CHILTON

ING

GANASSI CHEVROLET

+2.991

8

11

SÉBASTIEN BOURDAIS

FRA

KV CHEVROLET

+3.949

9

2

JUAN PABLO MONTOYA

COL

PENSKE CHEVROLET

+4.455

10

28

RYAN HUNTER-REAY

EUA

ANDRETTI HONDA

+5.214

11

3

HELIO CASTRONEVES

BRA

PENSKE CHEVROLET

+8.032

12

83

CHARLIE KIMBALL

EUA

GANASSI CHEVROLET

+9.337

13

27

MARCO ANDRETTI

EUA

ANDRETTI HONDA

+10.092

14

98

ALEXANDER ROSSI

EUA

ANDRETTI HONDA

+13.056

15

14

TAKUMA SATO

JAP

FOYT HONDA

+1 volta

16

18

CONOR DALY

EUA

DALE COYNE HONDA

+1 volta

17

7

MIKHAIL ALESHIN

RUS

SCHMIDT PETERSON HONDA

+2 voltas

18

5

JAMES HINCHCLIFFE

CAN

SCHMIDT PETERSON HONDA

+2 voltas

19

41

JACK HAWKSWORTH

ING

FOYT HONDA

+4 voltas

20

19

LUCA FILIPPI

ITA

DALE COYNE HONDA

+7 voltas

21

20

ED CARPENTER

EUA

CARPENTER CHEVROLET

+55 voltas

NC

22

26

CARLOS MUÑOZ

COL

ANDRETTI HONDA

+134 voltas

NC