Fuga dos craques do Brasileiro evidencia o status do país
Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Diego Tardelli talvez sejam os três destaques dos últimos dois anos do Campeonato Brasileiro. Ídolos no Cruzeiro e no Atlético-MG, os três foram em boa parte responsáveis pelo sucesso dentro de campo da dupla mineira no biênio 2013-2014. Agora, em 2015, os três foram negociados com o exterior, para poderem ajudar nas finanças combalidas dos dois clubes e, também, para ganharem um bom dinheiro com salários.
Naturalmente, como sempre aconteceu, os grandes destaques do futebol no Brasil foram jogar em renomados clubes da Europa. Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique e Manchester United estavam de olhos neles, não é?
Ops…
Al-Ahli (Everton Ribeiro), Shandong Luneng (Tardelli) e Guangzhou Evergrande (Goulart) são os novos destinos dos jogadores.
É sintomático perceber que os principais nomes do Brasileirão só recebem propostas para jogar na periferia do futebol mundial, enquanto os jogadores que realmente interessam aos maiores clubes europeus são aqueles de marcação, como Lucas Silva, que foi para o Real Madrid. Antes, Douglas (Barcelona) e Casemiro (Real Madrid) já tinham tido destino semelhante.
Se a exportação de pé-de-obra é um mal necessário para tentar ajustar as contas desequilibradas pelas cartolas furadas, que pelo menos consigamos produzir jogadores que tenham qualidade para serem protagonistas nos principais mercados da bola.
A cada atleta que se perde para a periferia do futebol, perdemos um pouco mais de identidade sobre o futebol que praticamos. Sem isso, deixamos de ter um bom produto e, naturalmente, estaremos em desvantagem competitiva com diversos outros países.
Nos próximos anos, com os cofres estourados, os clubes precisarão voltar os olhos para a base para formar suas equipes. Isso permitirá que muitos talentos brotem de onde não se espera, em mais um movimento típico de autopreservação da espécie que o Brasil é capaz de produzir no futebol.
O destino da fuga dos craques do Brasileiro serve como um bom sinal de alerta de que é preciso melhorar quem está na base…