Vasco fecha contrato com a Umbro, e valor pode superar R$ 60 milhões
Nova parceira ofereceu R$ 13 milhões a mais do que a Penalty, atual fornecedora. Cruz-Maltino ainda terá maior participação em vendas de camisa e mais peças para uso
A Umbro retornou ao Vasco disposta a abrir os cofres para a parceria que vai durar pelos próximos três anos e meio. O LANCE!Net teve acesso a detalhes do contrato entre a empresa e o clube e, segundo estes números, a expectativa é de que o Cruz-Maltino consiga faturar mais de R$ 60 milhões, valor superior ao oferecido pela Penalty, quando tentou a renovação.
A Umbro vai pagar R$ 56 milhões fixos ao Vasco ao longo do contrato. A cada ano, serão depositados cerca de R$ 16 milhões. A expectativa de superar os R$ 60 milhões seria com o cumprimento de metas, utilização de recursos da Lei de Incentivo ao Esporte e a renda líquida de um amistoso programado com algum time fornecido pela Umbro em uma arena da Copa do Mundo, no Norte ou no Nordeste.
A Penalty chegou a formalizar uma proposta de renovação, mas não agradou, se comparada ao que a Umbro ofereceu. No total, a empresa que atualmente fornece ao clube ofereceu R$ 43 milhões por três anos e meio, sendo R$ 12,3 por ano por um novo contrato.
Mas a atual parceria já tem data para terminar. Isso porque a Umbro começará oficialmente a fornecer os materiais no dia 1 de outubro. O jogo de estreia será contra o Bragantino, três dias depois, em São Januário. Antes, haverá uma solenidade para o lançamento dos novos uniformes.
Mesmo sem ter retornado oficialmente (já forneceu ao clube entre 2003 e 2006), a Umbro depositou, nesta semana, um adiantamento relativo aos royalties fixos deste ano. Com isso, o clube pagou um mês de salários atrasados.
A reunião para a aprovação da nova parceria contou com o presidente Roberto Dinamite e representantes dos departamentos financeiros, de marketing, jurídico, de futebol e da diretoria geral.
TRÊS PROPOSTAS E MUITAS CONVERSAS
Além da Umbro, o Vasco recebeu proposta formal de outras duas empresas, Puma e Kappa. Também contou a possibilidade de renovação com a Penalty, que, apesar de ter sido maior que as duas anteriores, foi bem inferior à proposta da Umbro.
No total, o Cruz-Maltino conversou com 11 empresas diferentes, além da Umbro e da Penalty. São elas: Nike, Adidas, Puma, Kappa, Olympikus, Reebok, Joma, Underarmour, Topper, Warrior e Macron.
MAIS PEÇAS E MAIOR PORCENTAGEM
Um dos fatores decisivos para o Vasco optar pela Umbro no lugar da Penalty, que ofereceu proposta para renovar, está ligado aos materiais de uso. A nova parceira ofereceu uma proposta de 45 mil peças para uso, enquanto a antiga não passou de 33 mil.
Além disso, a participação em royalties de venda de camisa é bem superior do que atualmente. Agora, serão 15%, ao contrário dos 10% dados pela Penalty.
Para completar, o valor total a ser pago oferecido pela Umbro foi bem superior. A diferença, ao longo dos três anos e meio de contrato, será de R$ 13 milhões, somando a parte financeira e o material de uso. Por ano, a diferença é de R$ 3,7 milhões.
DETALHES DO CONTRATO
Duração: Três anos e meio
Proposta financeira: R$ 28 milhões no total, o que dá R$ 8 milhões por ano. Isso sem contar material por uso e premiação.
Proposta material de uso: R$ 15,7 milhões no total, o que dá R$ 4,5 milhões por ano.
Royalties: R$ 5 milhões por ano.
Premiação: R$ 3,4 milhões
Peças para uso: 45 mil, além de 14 mil camisas oficiais para o Vasco vender e ficar com a quantia
Loja: Será administrada pelo clube ou por alguma empresa terceirizada indicada pelo Vasco.
Valor total: R$ 56 milhões fixos ao longo de três anos e meio de contrato. Por ano, serão R$ 16 milhões fixos. A expectativa, porém, é que com as metas, royalties e recursos da Lei de Incentivo ao Esporte, o valor supere R$ 60 milhões.
Diferenças Penalty: A Umbro ofereceu R$ 13 milhões a mais do que a Penalty, que queria renovar
Penalty revê patrocínios a clubes e deve cortar investimentos
Para segurar despesas, empresa diminuirá valor de patrocínios
Em 2012, a Penalty anunciou um contrato milionário para o São Paulo. Publicamente, foram R$ 30 milhões investidos por ano, entre patrocínio, material esportivo e ações de marketing, em um contrato válido até o fim de 2015. Hoje, no entanto, a empresa tem alterado sua política de aporte e revisto contratos.
Ainda que esteja dissonante dos planos da Penalty, o contrato com o São Paulo deverá ser mantido até o fim. Os próximos acordos, por outro lado, deverão ser bem diferentes. “Queremos clubes que aceitem um risco maior nos royalties”, cravou o CEO da empresa, Paulo Ricardo de Oliveira.
Isso significa que o valor bruto de patrocínio deverá ser ficar menor em clubes, que em troca terão uma participação maior na venda do produto. Basicamente, a empresa fica resguardada em caso de mau resultado nas prateleiras varejistas.
Alguns clubes já sentiram diretamente a nova diretriz da Penalty. Nos últimos meses, Vitória e Náutico tiveram seus contratos reincididos. No Vasco, o acordo tem sido renegociado com a empresa. São Paulo, Ceará, Santa Cruz e Figueirense permanecem com a marca.
Na nova política, enquadra-se o Bahia. A empresa não confirma o acordo com o clube, mas admite negociações em andamento. O novo contrato já estaria alinhado à ideia de um investimento menor em patrocínio, mas com um royalty mais generoso à equipe.