Há quase duas semanas, no dia 3 de junho, o Bahia demitiu o técnico Guto Ferreira após a derrota em casa para o Grêmio. Desde então, o Tricolor ainda não anunciou o seu substituto. Em entrevista coletiva no dia seguinte à demissão, o presidente Guilherme Bellintani disse que iria elaborar o perfil do novo treinador do clube.
Nesta quarta-feira (13), após o triunfo sobre o Corinthians, o mandatário falou sobre o perfil que ele quer do novo treinador, disse entender a ansiedade dos torcedores, mas pediu um pouco mais de paciência.
Guilherme Bellintani disse que a demora para o anúncio se justifica porque a equipe busca um nome certeiro. Segundo o presidente, o clube já poderia ter contratado um técnico, mas isto seria apenas para responder aos torcedores, e não porque seria o nome preferido da diretoria. De acordo com ele, o trabalho é para que a escolha não tenha erros e, nesta busca, o clube exige algumas características, como a montagem de um time ofensivo e a capacidade de administrar o grupo.
O que a gente tem buscado são treinadores que se encaixem no perfil que o Bahia quer jogar, um perfil mais para frente, mais dinâmico, mais de transição do que aquele treinador que joga com o time mais fechado. Esse é o primeiro conceito. Segundo: tem que ser um treinador que tenha liderança, espírito de grupo, que seja muito bom em gestão de pessoas. Isso é muito importante. A gente sabe que grande parte do sucesso de um time de futebol é confiança. Então não poder ser um treinador que jogue a confiança dos atletas para baixo. São várias características. Diria que, naturalmente, não fazer experiência é não trazer treinador que não tenha um histórico vencedor
Nestas últimas semanas, vários nomes de treinadores foram especulados como alvos do Bahia, como Zé Ricardo, Nelsinho Baptista, Eduardo Baptista, Carpegiani, Marcelo Chamusca e Marcelo Oliveira. No entanto, Guilherme Bellintani não quis comentar as especulações:
Não vou falar de nomes, até porque já vazou o nome de todo mundo. Acho que o Brasil inteiro vem treinar o Bahia por vazamentos diferentes. Não vou falar de nome. A gente tem alguns nomes que estão no perfil que a gente deseja. A torcida pode ter certeza que em breve a gente vai anunciar, mas sem a pressa necessária. Eu entendo a ansiedade do torcedor, mas queria colocar um pouco de reflexão na torcida. São 35 jogos mais ou menos até o final do ano. Vale a pena, por causa de um jogo a mais ou a menos, trazer um treinador que a gente não tenha tanta convicção para treinar 35 jogos do Bahia? Tenho que ter essa ansiedade, mas meu papel como presidente é dar um pouco mais de racionalidade. Precisamos dar uma resposta para a torcida sim, mas precisamos ao logo de toda a temporada.
Confira o que Guilherme Bellintani falou em entrevista coletiva
Pedido de calma
- Vale a pena trazer logo alguém que a gente não tenha tanta convicção ou esperar mais um pouco, conversar, tentar convencer, por exemplo, um outro treinador que a gente tenha mais convicção a vir pro trabalho? Por causa de dois ou três jogos contra 35 que a gente terá até o final do ano, a gente tem tido um pouco mais de paciência. “Ah, precisamos trazer um treinador antes do próximo jogo”. E é um jogo só. Mas ele vem para treinar 35. E aquele que vem, está disposto a vir, está disponível, não é necessariamente aquele que a gente tem mais convicção. Então essa é a nossa estratégia
Cláudio Prates permanece contra o Ceará?
- Não necessariamente. A gente vinha acompanhando o trabalho dele. Sofreu muitas críticas contra o Paraná pela forma como substituiu, substituições atípicas que não deram resultado. Ele fez reflexões em cima disso também. Natural em uma primeira experiência, no primeiro momento. No segundo jogo ele fez duas substituições que resultaram em gols. Hoje novamente isso.