Nesta segunda-feira (19), o treino do Bahia contou com uma longa conversa entre os atletas, a comissão técnica e o presidente Guilherme Bellintani, no auditório do clube, no Fazendão. O mandatário tricolor deu entrevista coletiva após o papo e, obviamente, falou sobre a confusão do Ba-Vi deste domingo (18).

Bellintani defendeu os atletas tricolores, declarando que eles entraram na briga para proteger os colegas de equipe. Porém, o presidente disse que alguns jogadores deverão passar por uma "correção de rumo".

Grande parte dos atletas se envolveu na confusão com objetivo maior de separar e minimizar as coisas, e, isoladamente, um ou outro que chegou a ter um conflito mais direto e que, pelo que vimos, tinha mais o objetivo de proteger os colegas do que qualquer outra coisa. Não estou tirando a responsabilidade de um ou outro diante daquilo que aconteceu. Mas, se analisarmos as imagens, a gente viu que grande parte dos jogadores do Bahia estava tentando separar e conter os ânimos e não incentivar uma repercussão ainda maior. A conversa que houve foi muito franca em termos do aprendizado de cada um avaliar sua postura, positiva e negativa, e, daqui para frente, vamos traçar uma correção de rumo de cada um no caso dos erros

A confusão no clássico aconteceu após a comemoração do gol de Vinícius em direção à torcida do Vitória, o que revoltou os jogadores rubro-negros. Além disso, o meia teria feito uma postagem nas redes sociais provocando os rivais. Guilherme Bellintani admite que a postagem não foi correta, mas lembra que os rivais já provocaram o Bahia de uma forma semelhante em outras situações:

Vou fazer uma leitura muito objetiva. A postagem na rede social de Vinícius foi inadequada, mas não foi a primeira e provavelmente não será a última do futebol. Espero que seja a última do Bahia, enquanto eu for presidente. Foi inadequada, mas há várias outras, inclusive de jogadores do próprio Vitória para o Bahia. Ela foi inadequada, poderia ter sido evitada, mas há exemplos de várias outras no futebol. A comemoração foi um pouco acima do tom, poderia ter sido evitada, mas foi mais uma também de uma série de comemorações que foram um pouco acima do tom de Bahia e Vitória. Em 2016, os jogadores do Vitória comemoraram o título baiano em cima do escudo do Bahia na Fonte Nova. Não posso cobrar do outro clube o que o meu próprio clube não oferece. Não dá para colocar em Vinícius a responsabilidade sobre algo que teve uma reação desproporcional e são coisas comuns nos dois clubes. Aconteceu com o Vinícius, como poderia ter acontecido com qualquer outro jogador, inclusive do Vitória. Em 2016, o título baiano foi comemorado em cima do escudo do Bahia. Índio flechava a Bamor, Kieza fazia provocações... No ano passado, os jogadores do Vitória usaram máscaras de Marcelo Sant’Ana, dele chorando, dentro de campo. E eu nunca vi no Vitória o pensamento de que aquilo poderia gerar uma reação desproporcional. Não vou aceitar que isso seja colocado como elemento para a reação desproporcional dos jogadores do Vitória. Não é razoável. É complicado de aceitar. Não estava certo [a postagem], foi pauta da conversa com os atletas, mas o que aconteceu foi de forma desproporcional, virou caso de polícia, que inclusive o Vinícius levou à polícia. E caso para a Federação e o jurídico do futebol reagirem da forma mais correta e dura

O Ba-Vi terminou aos 34 minutos do segundo tempo, porque o Vitória teve seu quinto jogador expulso. Por causa disso, o Bahia foi declarado vencedor da partida pelo placar de 3 a 0 pela Federação Bahiana de Futebol (FBF).