Bahia bate o Vila Nova por 1 a 0, no Serra Dourada, e chega à terceira posição na tabela da Série B; time depende dos rivais para saber se mantém posição
Após mais de dois meses sem triunfos fora de casa, o Bahia bateu o Vila Nova por 1 a 0, na noite desta sexta-feira, no Serra Dourada, e voltou a figurar no G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro, pelo menos provisoriamente. Embora sem muita inspiração, o Tricolor foi cirúrgico na oportunidade que teve e, com gol de Juninho, conseguiu uma vitória importante na luta para chegar à Primeira Divisão.
Após a partida no Serra, o técnico Guto Ferreira avaliou o desempenho do time e reconheceu que a equipe não apresentou um grande rendimento.
Fomos competentes. Marcamos o gol cedo, poderia trazer tranquilidade, mas não trouxe. Não encaixamos a marcação. O Vila nova tem muita mobilidade. E quanto tínhamos a bola, não saímos com qualidade. No primeiro tempo, até chegamos, mas não fomos competentes no último passe. Eles tiveram chances claras, nós também. Aquela situação de que quem não faz toma. Graças a Deus não tomamos. [...] É o que a gente fala. Jogo em que fomos competentes. Futebol não é merecimento. Se fosse, o Vila mereceria pelo menos o empate. Teve bom volume de jogo, tocaram bem a bola, tem padrão de jogo que foge do que estamos acostumados, estica muito o jogo... Tivemos competência de não levar gols. Anulamos a jogada. Eles tiveram oportunidade, mas, graças a Deus, os gols não aconteceram. Que bom, sinal de que o homem de lá de cima está do nosso lado
Embora com a vantagem no placar e com um jogador a mais, já que o zagueiro do Vila, Guilherme Teixeira, foi expulso ainda no primeiro tempo, o Bahia pouco criou na etapa final e viu o adversário chegar com perigo. Segundo Guto Ferreira, a ideia era fechar a equipe e dar poucas oportunidades ao rival.
O Bahia joga com a situação de trauma na cabeça de não vencer fora de casa. Tínhamos uma situação parecida contra o CRB, vencíamos por 2 a 0, nos soltamos, o CRB foi com tudo e empatou a partida. Então, quanto se corre atrás dessas situações, os jogadores passam a não render tudo o que podem. É mais fácil estar solido defensivamente, tínhamos o placar em nosso favor e, a partir disso, criar situações. O time do Vila queria que nos atirássemos. Para que vou oferecer espaço, se é isso que ele quer? Por causa do Fabinho, Moisés, Maguinho, que estão em fase boa. Os volantes que chegam muito na frente. O campo é muito liso, nos atrapalhou, mas atrapalhou eles também. Na Fonte Nova nossa equipe é mais adaptada ao tipo de piso. Em outra arena, precisa se adaptar rápido. Graças a Deus o gol saiu cedo.
Com a vitória, o Bahia foi a 56 pontos e assumiu a terceira posição na tabela da Série B. A equipe espera agora os resultados dos jogos de Avaí e Náutico, que entram em campo neste sábado, para saber se permanece no G-4 nesta rodada. A próxima partida da equipe baiana é contra o Sampaio Corrêa, na próxima terça-feira.
Confira outros trechos da entrevista coletiva do técnico Guto Ferreira:
SUBSTITUIÇÕES
Detalhe que os jogadores cansaram. O placar estava a nosso favor e não poderíamos ceder contra-ataque. Precisávamos de um jogador que matasse o contragolpe do Vila e nos deixasse forte. Entramos com o Luiz Antônio, usamos o Feijão para fortalecer. O Luiz Antônio deu consistência. As jogadas do Vila aconteceram quando tínhamos dois volantes. Renê e Régis tinham amarelo. Tinha que tirar um dos dois. Com o Luiz, que sabe articular, precisávamos defender bem e depois atacar. Não conseguimos encaixar os ataques. O Feijão acabou de entrar, saiu o Moisés expulso. É difícil. Mas tanto o cartão do Moisés quanto a expulsão foram cavadas. Se olhar com mais calma, mais o fato de ele ter expulso o zagueiro [Guilherme Teixeira] levou a buscar uma compensação. Isso não soma mais nada. Agora é pensar no Sampaio.
CRESCIMENTO DO BAHIA
Duro que se for começar a colocar esse tipo de coisa vai questionar, denegrir o trabalho de outras pessoas. Procuramos trabalhar, levantamos fatores que faltavam, comprometimento, aspecto físico. Saíram dez jogadores, entraram outros oito ou dez. Houve mudança de característica. Os resultados não aconteceram de imediato. Acho que a partida contra o Vila foi a partida derradeira que definiu mudanças no Bahia. Ali começaram as mudanças de forma drástica. E graças a Deus dentro do calendário tínhamos muita semana cheia. Esse tipo de agenda nos permitiu desenvolver treinos.
SUCESSO NO SERRA DOURADA
O Atlético-GO [próximo adversário no Serra Dourada] está muito bem na competição, equipe intensa. Talvez equipe mais decisiva que o Vila. O Vila é uma equipe muito difícil. Brigou até uma ou duas rodadas atrás [pelo G-4]. E não foi à toa. O Guilherme vem fazendo ótimo trabalho. Veja a intensidade, o brio dos jogadores. Isso é futebol. Tem que bater palma e isso valoriza nossa vitória hoje.
Fonte: Globo Esporte