Nesta terça-feira (20), o Bahia goleou o Altos-PI por 5 a 2, na Arena Fonte Nova, pela Copa do Nordeste. O treinador Guto Ferreira concedeu entrevista coletiva após a partida. O técnico falou sobre as vaias da torcida, que mesmo com a goleada, criticou a equipe e pediu a sua saída do comando do Tricolor.
Guto Ferreira foi perguntado se, caso fosse o diretor de futebol do clube, demitiria o treinador após a partida desta terça-feira. Sem pestanejar, o técnico falou que daria continuidade ao trabalho. Guto afirmou ter capacidade para fazer com que o time evolua e chegue ao ápice técnico.
Eu não me demitiria. Acredito naquilo que a gente está fazendo. Acredito sim em tudo o que estamos trabalhando no dia a dia. Sabemos das dificuldades, e eu não vou aqui colocar nada como desculpa. Seguindo nessa linha, vamos seguir tendo dificuldades, mas vamos seguir superando as dificuldades e vamos atingir o que a gente busca... Tenho condições de tirar o melhor [do time], e a direção também visa situação de melhora.
Guto Ferreira mostrou insatisfação com a atuação da equipe. No primeiro tempo, o Bahia só teve chances concretas de gol nos últimos minutos. O Tricolor melhorou na segunda etapa e abriu o placar, mas acabou levando a virada e precisou se lançar ao ataque para conseguir virar novamente o jogo:
Tem tanta coisa que passa... Acho que começamos mal o jogo. Às vezes você começa mal e não consegue pegar o timing do jogo. Nosso time voltou com outra postura. Conseguimos o primeiro gol e vacilamos duas vezes, mas tivemos a força de recuperar a situação e, aí sim, fazer um placar elástico. As bolas começaram a entrar e, graças a Deus, terminou tudo bem.
Após o triunfo contra o Altos, o Bahia poderá garantir a vaga na próxima fase do Nordestão caso o Náutico não vença o Botafogo-PB nesta quinta-feira. Guto Ferreira falou que não vai secar a equipe pernambucana, mas disse desejar um empate no jogo desta quinta, já que iria classificar o Bahia e deixar o Tricolor ainda com chances de ser o primeiro colocado do grupo:
Com certeza eu não estou preocupado. O que vier, vamos ter que decidir por nós. Logicamente que um empate seria ótimo. Nos daria a condição de brigar pelo primeiro lugar e nos garantiria a classificação. Não tenho o hábito de secar ninguém. Vou assistir ao jogo para anotar tudo o que tenho que anotar, para montar a estratégia.
Confira o que Guto Ferreira falou em entrevista coletiva
Escalação inicial
- Gregore passou a jogar de primeiro volante no ano passado. Ele sempre foi o segundo volante. É um jogador que tem saída forte. Foi uma tentativa de devolver Zé Rafael no setor sem perder força, consistência, com um jogador com transição rápida. Edson acabou sentindo, saiu cedo, e atrapalhou um pouco. Gregore voltou para o setor, recompusemos com Elton, e acho que foi bem.
Chances
- Primeiro tempo até chegamos, mas não tivemos uma situação claríssima de gol, ou o que tivemos no segundo tempo, a felicidade de estrar marcando. E vou sempre respeitar o torcedor. Ele tem o direito de reclamar, de se manifestar. A ele todo meu respeito. Posso sair chateado, mas não tenho o direito de reclamar. Tenho direito de seguir fazendo meu trabalho para que ele possa sair comemorando um triunfo como aconteceu hoje. Nós ainda não estamos jogando dois tempos equilibrados, ainda não está atingindo o que eu quero. Mesmo com todas as dificuldades, a gente segue forte, segue fazendo o que tem que ser feito, que são os triunfos.
Gols sofridos
- Você me conhece, sabe que não saio contente com isso. São situações que a gente tem que corrigir. O importante é fazer o que fizemos: fazer mais gols que levar. Mas a gente não pode ficar levando gol. Foi a primeira partida que levamos dois gols. Mesmo nossa defesa tomando gol quase todo jogo, não tinha levado dois gols. A situação do uso de um volante de consistência e um mais articulador é para ter mais consistência, pra auxiliar também o sistema defensivo. Às vezes acontece de perder um pouco aqui, ganhar um pouco ali, até achar o 11 que dê a consistência. A gente tem que buscar não só a consistência, mas o equilíbrio jogo a jogo também.
Pressão
- No futebol a gente trabalha com muita pressão sempre. Você vai curtindo, sabe quando vota ali no formol, vai curtindo, se acostumando com a situação, e conseguindo manter o equilíbrio para perceber o que está adequado, o que não está, para perceber o que pode trazer ganhos ao grupo
Dois tempos diferentes
- Não adianta eu ficar comentando. É o trabalho de vocês. Vocês que colocam os rótulos. Vocês não colocam de graça. Em cima de coisas que acontecem que vocês fazem os comentários de vocês. Vai acontecer de novo. O ano é muito longo, vamos ter vários jogos. Tudo isso faz parte do contexto do jogo. O importante não é como começa, é como termina. E como terminou hoje que foi importante.
Conversa do vestiário
- O papo do vestiário foi tranquilizar os jogadores. Os espaços foram acontecendo e começamos com muita transição. Quando começamos a tocar a bola mais próximo, de pé em pé, tivemos mais força de chegada e não permitimos o contra-ataque. Isso foi o ajuste tático.