Guto Ferreira mostrou satisfação com organização e desempenho do sistema defensivo, mas pontuou que não é possível se iludir com com resultado

O professor gostou do que viu. Guto Ferreira elogiou a atuação do Bahia na noite deste sábado, que em momento algum sofreu para vencer o Moto Club por 2 a 0, no estádio de Pituaçu. A equipe criou chances, controlou o jogo e chegou aos gols em duas jogadas de bola parada: Régis, em linda cobrança de falta, e Hernane, de pênalti, balançaram as redes.

O que mais agradou ao treinador do Bahia foi observar a equipe colocando em prática conceitos trabalhados nos treinamentos durante a semana. No entanto, um alerta: a equipe ainda tem muito a crescer. Guto sabe que não pode se iludir e diz que é preciso ter cuidado para não gerar acomodação.

- Acho que foi uma boa partida. Do que a gente busca, estamos longe. Não adianta ficar iludido. Temos muito a crescer. Se começar a encher a bola, gera acomodação, zona de conforto. Se queremos jogador competição nacional, temos que crescer. Mas tivemos coisas interessantes. Quarta partida oficial sem gols, jogamos seis partidas esse ano e adversário nenhum fez gol na gente. Mas brincadeiras à parte, isso é um ponto positivo, mas não pode ficar nisso. Justamente por causa disso que fico contente com vários processos de jogo que treinamos e começaram a acontecer, aproximação, articulação lateral, ultrapassagem, infiltração por dentro e por fora. Meio produzindo articulação e errando pouco. Ano passado tivemos índice alto de erros. Tivemos 67% de posse de bola e não tivemos acima de 12%, 13% de erros. Estou chutando alto. Não erramos tanto. Vou puxar a estatística. O meio foi menos errante, buscou jogadas com agressividade – avaliou o treinador tricolor.

A equipe do Bahia jogou bem de um modo geral, mas alguns atletas se destacaram, a exemplo de Tiago, Renê Junior e Edson. Mas dois ganharam elogios especiais de Guto: Régis e Zé Rafael.

- Temos dois jogadores com características interessantes O Régis em crescimento muito grande, o Zé Rafael rendendo bem, com potencial. O Allione está atrasado no físico, mas pode crescer. Tem passe diferenciado. Tendo proteção e giro que ainda está fora de ritmo, na hora que pegar o ritmo... Ele deu um passe para o Armero no primeiro tempo, fez enfiadas de bola interessantes. Quem olha de fora vê que sabe jogar. A gente percebe que ele ainda não está aquém do que pode. O processo de jogar e treinar vai levar ao estágio que a gente busca. A gente vai jogando e treinando, aqui e ali. O Diego fez duas jogadas de gol. Um cabeceio, errou o passe para o Eduardo. Ele e o Kaynan puxaram um contra-ataque interessante, mas a jogada não evoluiu. Eles entraram em ritmo intenso e fizeram com que a equipe mantivesse um nível intenso. O Kaynan é um menino, com potencial grande. Não fez as escolhas finais tão boas, mas tem 19 anos, não tem 90 minutos jogando pelo profissional. Lapidando bem, amanhã ou depois pode dar muito resultado e respostas ao Bahia - afirmou.

Confira outros trechos da coletiva de Guto Ferreira.

RODAGEM NO ELENCO

Não é mais importante em quantas rodadas, o importante é chegar. Essa equipe é uma espinha dorsal do que estamos buscando. Mesmo lá na frente, é importante ter todos os jogadores rodando. Perco um, o outro machuca, um baixa de qualidade, a característica de um é mais adequada, vou rodando. Joga duas, três, baixa rendimento, troco. Faço a equipe manter alta intensidade. Isso é importante. O Bahia crescer para fazer jogos intensos e construir os resultados.

IMPORTÂNCIA DO GRUPO

Tudo isso faz parte. Acho que foi ano passado que quando a gente conseguiu o acesso, vocês me perguntaram como fazia para administrar um grupo. É fazer todos se sentirem importantes. Todos precisam de oportunidade. Não importa se joga dez minutos. Todos têm que ter oportunidade. O que a gente trabalha [nos treinos] trabalha A, trabalha B e C. Daqui a pouco é chamado, como foi com o Kayan. Pode treinar no terceiro time, mas sabe como é a mecânica de jogo. Isso é importante. Não importa em que equipe está, importa é quando chamar saber o que fazer e dar as respostas que o Bahia precisa. Edson

EDSON

Experiência. Não estamos falando de qualquer jogador. Ele tem três anos como titular no Fluminense. Foi destaque do ABC, foi para o Campeonato Paulista e o Fluminense pegou. Passes fantásticos, já tinha dado no outro jogo, enxerga o ponto futuro e faz passe no chão. Cadencia o jogo, tem o corpo a corpo para controlar o adversário na saída de bola. Em alguns momentos não tem tanta habilidade, mas essa proteção de bola me lembra o Cléber Santana. Ele colocava o corpo, protegia e saia tranquilo. Ele fez várias vezes isso. Para um volante é importante. Passa tranquilidade para a defesa. O meio praticamente não erra. Edson errou um passe, mas não foi uma coisa constante. Defenderam muito e atacaram bem.

ANÁLISE GERAL

Não acho que o Moto só se defendeu. Tentou sair, mas não conseguiu chegar. Acho que a defesa foi sólida, o meio soube aproveitar os espaços, o ataque soube criar situações dentro dos espaços que aconteceram. Quando teve situação clara, o goleiro foi bem. E em outras, nós marcamos gols.

Fonte: Ge.com | Esporte Interativo