Substituído na segunda etapa do jogo desta sexta-feira, Brocador é vaiado pela torcida em triunfo sobre o Criciúma, por 2 a 0, na Arena Fonte Nova, pela Série B

“Trabalho de equipe”, “vitória do grupo”. O técnico Guto Ferreira fez questão, durante toda a entrevista, de exaltar o trabalho coletivo realizado pelo Bahia na vitória sobre o Criciúma por 2 a 0, em partida na noite desta sexta-feira, na Arena Fonte Nova. Com o triunfo, o Tricolor chega a 43 pontos e se mantém vivo na briga pelo acesso.

O meia Régis, com duas assistências, e o atacante Vitor Rangel, com um gol, decidiram a partida – Luiz Antônio marcou o segundo. No entanto, Guto fez questão de ressaltar o trabalho desempenhado por Renato Cajá e Hernane, substituídos no segundo tempo. Ele ainda aprovou a condição física dos atletas, mas disse que, enquanto puder, sempre vai cobrar um pouco mais.

A gente quer sempre mais. No dia que eu me contentar, é quando você estaciona e começa a cair. Quero mais um pouco. Se perceber que dá para tirar mais uma gotinha, vamos espremer. Foi fantástico. Essa pergunta me dá condições de explanar sobre o grupo. Quando a gente tirou Allano, o que correu, se esforçou, brigou. Errou situação de gol porque teve competência para criar a situação de gol. Eles foram desgastando o adversário, criamos um volume alto de situações, não claras, porque eles jogaram fechadinhos. A gente tinha que furar isso. Graças ao trabalho de muita intensidade, e aí é importante ter grupo. Quando pudemos botar Régis, que entrou muito bem, Misael e Vitor Rangel, aquela força, estava a 200% contra um time desgastado. Numa jogada, Régis arrastou todo mundo e serviu o Vitor na pequena área. Se não tivesse esse trabalho intenso antes, talvez esses jogadores não fariam tanta diferença, porque pegariam o oponente mais equilibrado. Tudo isso é estratégia. Graças a Deus, hoje, foi uma vitória do grupo, um trabalho de equipe, hoje literalmente

Guto Ferreira ainda saiu em defesa de Hernane, que foi bastante vaiado pela torcida quando deixou o gramado para a entrada de Vitor Rangel.

O que o torcedor tem entender é o trabalho de cada um. Hernane fez um trabalho muito importante. Ninguém é obrigado a jogar bem todos os jogos. A entrega foi fantástica, a liderança. O que ele marcou a saída de bola. No primeiro tempo, o Criciúma quase não respirou. Analisa o trabalho dele e o de Cajá. Ele não teve oportunidades tão claras, mas quase marcou. Numa equipe fechada como o Criciúma...Que bom que tenho dois bons centroavantes. Quando o capitão, o líder da equipe saiu, e teve a humildade de apoiar quem estava entrando, o que aconteceu? A capacidade física de um jogador contra uma zaga já desgastada foi decisiva. Se acontecesse o oposto, o Hernane teria saído com os méritos. É um trabalho de equipe. Que bom que os jogadores estão preocupados em fazer do Bahia uma equipe forte e conseguir o objetivo

O Tricolor agora sai para enfrentar o Londrina na terça-feira, em mais um confronto direto na Série B. Confira abaixo outros temas da entrevista de Guto Ferreira.

FUTEBOL É COMPETÊNCIA

O grande mérito não é meu, é dos jogadores, que se entregaram de maneira fantástica. Chegaram no limite. Tivemos um erro, o contra-ataque, que ainda tivemos força para impedir o gol. Talvez tenha sido o único erro no jogo. Futebol não tem merecimento, é competência. Por merecimento, o resultado é justo. Por competência também.

PALAVRA DE ORDEM: MATURIDADE

Maturidade. Hoje, a palavra deles no fechamento da reza foi a cobrança que essa maturidade tem que ser repetida em Londrina. O grupo tem que amadurecer sempre. É um grupo novo, que está se descobrindo. A cada vitória, vem a receita. Se fizer isso, vai acontecer aquilo. Aí você vai se moldando. E mais importante, cada vez mais o grupo está se fechando, se fortalecendo. Quando isso acontece, os resultados acontecem. Falta bastante ainda. Não conquistamos nada. Segundo turno, ganhamos todas as partidas em casa. Tivemos sempre mais de dez mil pessoas apoiando. Hoje foi fantástico. Quando Allano errou, eles quiseram [começar a vaiar], a gente pediu para incentivar, e já começou a ter muito aplauso. A gente fez a mudança porque percebeu que ele começou a querer sentir. Ele começou a ser apoiado, e isso é muito importante.

PROVOU DO VENENO

Situação da partida. Não fui eu quem botei, foi a equipe que teve a inteligência. Quando você vem jogar por uma bola e acaba sendo vazado, aí tem que sair. Só que você se programou para jogar por essa bola. Quando quer sair, toma do veneno. Tivemos a competência de aproveitar dessa situação. Inteligência e competência para matar a partida. Isso é muito bom.

JOGADORES PENDURADOS

Que bom que mantiveram equilíbrio. Quanto mais opções, melhor. Mas vocês vão sempre ouvir de mim... Nunca vou lamentar o guerreiro ausente, sempre vou exaltar o que vai entrar. Hoje a vitória também foi oferecida para o Tinga, cara que se doou muito. Errou no pênalti, mas teve muita garra, muita dedicação. O grupo ofereceu para ele. Um trabalha pelo outro. Como diz o Gustavo, um estica o escudo para proteger o outro. Esse trabalho de equipe é importante.

Fonte: Globo Esporte