Na tarde desta terça-feira (31), o lateral-esquerdo Léo concedeu entrevista coletiva no Fazendão. Nesta segunda (30), o jogador foi o responsável pela jogada que resultou no gol do empate do Bahia no último lance da partida contra o Atlético-MG, na Arena Fonte Nova. Léo usou uma das suas marcas registradas, o lateral na área, e a jogada originou o gol de Régis, que valeu ao Bahia a saída da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro:

No treino, agora sim os treinadores viram que tenho potencial forte e estão fazendo jogadas para surpreender o adversário. No Ba-Vi teve uma jogada que Vinícius chutou e a bola subiu. Tem a jogada em que o zagueiro raspa. E tem outras que não vou passar, é mais uma arma para a gente. Espero que continue dando certo. Tem que ir jogo a jogo. Tem que ser guerreiro jogo a jogo. Às vezes o time não está indo bem tecnicamente, sempre passo que tem que ir na raça, na vontade, para suprir o que não está dando certo na técnica

Léo disse querer contribuir de uma forma diferente. O lateral finalizou apenas oito vezes nos seus 13 jogos pelo Bahia no Brasileiro, sendo apenas o 16º jogador tricolor em conclusões a gol, ficando atrás na média de jogadores como Lucas Fonseca, Everson e Nino Paraíba. Léo disse que pretende melhorar nesse aspecto:

Tanto a comissão técnica quanto o torcedor me mandam mensagens e dizem que subo com força. Que nem sempre é para passar, às vezes é para chutar. Ver o que vai dar. Tenho guardado isso também. Parece que não, mas uma palavra ou outra, se o cara filtrar bem, vai ajudar. Nesse jogo chutei umas duas ou três em direção ao gol. Pode ser que dê alguma coisa, um rebote para o nosso centroavante fazer o gol. A comissão e alguns torcedores têm me pedido e eu tenho acreditado. Não adianta todo mundo falar e eu não acreditar no meu potencial.

Porém, Léo estará fora dos próximos dois jogos do Bahia. Na próxima quinta-feira (2), o lateral não enfrenta o Palmeiras, pela Copa do Brasil, porque está suspenso após ter sido expulso no jogo contra o Vasco. Na partida seguinte, no próximo domingo (5), Léo não poderá atuar contra o Fluminense, pois pertence à equipe carioca. O lateral vê um lado positivo nisso, já que ele terá tempo para descansar e se recuperar:

Primeiro que a gente mesmo cansado quer jogar. Mas tem que olhar o lado positivo do descanso. Vai ser um jogo muito importante na quinta-feira. Não olho o passado ou o futuro. Olho o presente. O jogo mais importante para a gente agora é o Palmeiras. Depois vem o Fluminense, não poderei jogar por força do contrato. Mas estarei torcendo, estarei na arquibancada. Quando não puder estar em campo, estarei na arquibancada torcendo pelos meus companheiros.

Confira o que Léo falou em entrevista coletiva

Desempenho contra o Atlético-MG
- Primeiro, não sei se vocês tiveram a mesma impressão que eu tive, mas não merecíamos perder aquele jogo. Pela maneira como o time se comportou dentro de campo. Sabíamos que a equipe do Atlético-MG é qualificada, por estar brigando e cima. A parte tática deles os jogadores respeitam muito. O Chará e o Luan voltam até a última linha, até a zaga para marcar. Isso dificulta muito. Até nossa jogada, que é muito forte pelos lados. Fiquei feliz de uma parte da torcida ter aplaudido, ter gostado. Há alguns jogos atrás a gente saia vaiado e realmente tínhamos que melhorar. Ter o reconhecimento do torcedor, que mesmo com o empate a gente se comportou bem, isso tem que ser exaltado e continuar assim.

Mística dos gols no último minuto
- Quando cheguei, a primeira vez que a gente conseguiu isso, me passaram que o Bahia tinha esse histórico de fazer gol no final. Mas não quero que aconteça toda hora não. Quero que a gente faça um, dois, três no decorrer do jogo. Mas se for para não perder... É o que a gente sempre passa: não deu para vencer, não perde. Isso que a gente está lutando para fazer.

Força do elenco
- A gente tem sempre falado do grupo, quem joga, quem está no banco possa entrar e dar resultado. Estamos nos fortalecendo inteiramente, é um grupo, quem entra e quem sai tem que dar conta do recado. Quem está entrando, está entrando bem e nos ajudando.

VAR na Copa do Brasil
- Não gosto de falar de árbitro não. Vi um lance hoje, a bola bateu na mão do cara do Atlético-MG, foi pênalti, mas se formos reclamar de tudo o que o árbitro erra, acho que não teremos futebol. A gente tem que exaltar, tem bastante árbitro de qualidade. E eles também têm direito a errar. Se diminuir um pouco os erros melhoraria o campeonato. Se desse o pênalti, poderia ser outro resultado. Mas não gosto de falar de árbitro. A gente tem que fazer nosso papel dentro de campo.

Evolução da equipe
- Como falei, o que passou não podemos mudar mais. Podemos mudar daqui para frente. Contra a Chapecoense o Bahia se portou melhor em campo. São quatro jogos que estamos nos comportando bem. Sempre tem um momento mau, mas também tem momento bom. Tivemos momento bom, depois tivemos um momento mau, agora é momento bom de novo. Consciência de que cada jogo é uma final. Assim que estamos levando o ano. O Bahia está muito amis preparado. Quanto mais passa a temporada, vamos pegando confiança, trabalhando mais. O conceito do Enderson está começando a acontecer. No Brasil queremos resultado muito rápido, não tem tempo para trabalhar. Acho que está dando tudo certo. Esse caminho que temos que seguir.

Diferença entre Brasileiro e Copa do Brasil
- O mata-mata é diferente dos pontos corridos. Acredito que o Bahia pode chegar. Falei isso desde o começo. Tem mais três adversários. O primeiro é o Palmeiras. Não tem mais gol fora. Mas podemos fazer dois gols aqui e segurar lá, jogar com o regulamento. Essa é a diferença, jogar com o regulamento, o que no Brasileiro não tem. Tem que vencer, pontuar até chegar ao objetivo. A gente pode chegar, acredito muito na Copa do Brasil. Não sei, tenho uma confiança forte nessa competição.